A judoca Samanta Soares teve uma estreia em Jogos Pan-Americanos dos sonhos em Santiago. Ela venceu todos os seus duelos e faturou a medalha de ouro na categoria até 78kg, ajudando o Brasil a ter a melhor campanha da história da modalidade em Pans. Em entrevista ao Surto Olímpico, a judoca de 30 anos falou que o Pan começou para ela assim que seu nome foi confirmado em Santiago:
"Foi uma sensação incrível disputar os jogos pan-americanos. Uma sensação de muita felicidade em ter conquistado a vaga, primeiramente. E, após saber que eu realmente iria para o meu primeiro Pan, sabia que precisava fazer um trabalho muito bem-feito, físico, técnico/tático, e nutricional, e principalmente o trabalho psicológico/mental." disse Samanta, que continuou:
"Judô é um esporte acíclico, intermitente e sua preparação deve ser feita com treino específicos de força, potência, e circuitos intervalados variando os estímulos. É sobre se dedicar a cada um dos treinos e não se sabotar. É abdicar de algumas coisas que gostamos, mas sabendo que é por algo maior. Na parte mental, eu tenho um coach, o Bruno, que me ajuda nessa parte. Trabalhamos muito sobre foco, objetivos claros, e a autoconfiança. Como transferir para a competição todo o trabalho que foi feito nos treinamentos, aceitar o medo, a ansiedade, mas entrar de cabeça erguida, cara fechada e ir para luta".
Samanta ficou empolgada com todas as experiências novas, estando pela primeira vez em uma competição multiesportiva: “É uma folha em branco sendo preenchida com várias sensações novas. Uma atmosfera enorme, e com muita alegria. Ter vivido os jogos foi algo muito marcante, porque senti que fiz tudo o que precisava fazer até chegar à viagem e depois de competir. E, com isso, o que mais me marcou nos jogos foi com certeza toda a trajetória que caminhei até chegar lá e conseguir sair com a medalha de ouro, no meu primeiros jogos”.
Samanta teve em toda em sua carreira como adversária para se classificar para as grandes competições nada mais, nada menos do que Mayra Aguiar. E ela conta que a gaúcha é rival apenas dentro do tatame, e tem grande admiração pela medalhista olímpica:
"Mayra é uma grande judoca. Eu acredito que as conquistas dela e de todas as atletas da modalidade faz com que o esporte cresça cada vez mais no Brasil. É claro que competir com a Mayra é uma motivação extra, uma forma de evoluir cada vez mais, sempre podendo aprender um pouco mais com ela. E a Mayra é uma das atletas de maior resiliência que conheço”
Atual número 48 do mundo e tendo como concorrência pela vaga olímpica a já citada Mayra Aguiar e Karol Gimenes, Samanta planeja fazer mais um ciclo para realizar o sonho olímpico, além de já planejar seu pós carreira:
"Eu ainda tenho alguns sonhos que quero e vou realizar no judô. Eu vou fazer mais um ciclo na minha carreira de atleta, pensando em 2028 com certeza, mas sem esquecer dos meus objetivos curtos e médio prazo. Mas, também penso no pós-carreira, na chegada do momento de transição. No momento estou terminando duas pós-graduações, que são na área do esporte, e futuramente quero fazer alguns cursos focado no judô, em lutas, focado em áreas que me ajude a trabalhar com pessoas, pois quero ser técnica, e depois ser uma head coach de referência” concluiu
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