Tabela de Jogos (No Horário de Brasília)
• 1ª Rodada:
24/07 – 05h30: Alemanha x Marrocos
(Melbourne Rectangular Stadium – Melbourne/AUS)
24/07 – 23h: Colômbia x Coreia do
Sul (Sydney Football Stadium – Sydney/AUS)
• 2ª Rodada:
30/07 – 01h30: Coreia do Sul x
Marrocos (Hindmarsh Stadium – Adelaide/AUS)
30/07 – 06h30: Alemanha x Colômbia
(Sydney Football Stadium – Sydney/AUS)
• 3ª Rodada:
03/08 – 07h: Coreia do Sul x
Alemanha (Lang Park – Brisbane/AUS)
03/08 – 07h: Marrocos x Colômbia (Perth Rectangular Stadium – Perth/AUS)
• As duas seleções classificadas enfrentam
adversários do Grupo F nas Oitavas de Final
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo A
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo B
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo C
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo D
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo E
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo F
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo G
Alemanha
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Foto: UEFA |
O vice-campeonato na recente Eurocopa mostrou que talento não falta ao conjunto alemão. A equipe chegou ao torneio continental sob grande desconfiança devido às últimas participações em competições maiores e também pela sequência de resultados pouco convincentes à época. E mais: com a ausência de atletas importantes. De qualquer forma, a Alemanha deu a volta por cima.
As comandadas de Martina
Voss-Tecklenburg competiram até o último minuto contra as donas da casa
Inglaterra e tiveram chances para deixar Wembley com a taça. Buscando manter
esse grande momento, o selecionado europeu chega ao mundial sonhando com o seu
terceiro título. Para isso, a equipe alemã conta com nomes de relevância global
para todos os setores e retornos que certamente vão agregar muito a um plantel
que vem sendo modificado em anos recentes e atingiu um resultado importante
quando posto à prova na Eurocopa em solo inglês.
A reformulação proposta pela comissão
técnica desde que assumiu o cargo foi responsável por dar chances a jogadoras
de destaque na Bundesliga que complementam um grupo forte e que já era capaz de
mostrar lampejos de alto nível em anos anteriores. O maior problema durante esse
período de quatro anos foi lidar com as lesões. Uma das baixas mais sentidas é a
de Giulia Gwinn, lateral de brilhante rendimento na competição continental
realizada em 2022.
A jovem chamou a atenção ainda no
Mundial de quatro anos atrás e vinha em notável crescimento ano após ano, sendo
alternativa essencial no estilo alemão de atacar com grande frequência pelos
lados do campo. Durante alguns momentos do ciclo, a Alemanha não teve também Alexandra
Popp, referência no setor ofensivo e nome importantíssimo no aspecto da
liderança. Se estiver em boas condições físicas, a estrela do Wolfsburg será um
acréscimo e tanto para a Copa.
Ranking da FIFA: 2º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: 8/8 (1991, 1995, 1999,
2003, 2007, 2011, 2015, 2019).
Melhor Campanha: Campeão (2003 e 2007).
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Martina Voss-Tecklenburg não é unanimidade para os alemães. Mesmo assim, a seleção vem de uma Eurocopa bastante positiva e, pelo elenco que tem, é uma das concorrentes ao título. Foto: Bild |
Técnica: Martina Voss-Tecklenburg (desde Abril de 2018).
Convocação
Goleiras:
1-Merle Frohms (28 anos – 28/01/1995; VfL Wolfsburg), 12-Ann-Katrin Berger (32
anos – 09/10/1990; Chelsea FC-ING), 21-Stina Johannes (23 anos – 23/01/2000;
Eintracht Frankfurt);
Laterais:
4-Sophia Kleinherne (23 anos – 12/04/2000; Eintracht Frankfurt), 17-Felicitas
Rauch (27 anos – 30/04/1996; VfL Wolfsburg);
Zagueiras:
3-Kathrin Hendrich (31 anos – 06/04/1992; VfL Wolfsburg), 5-Marine Hegering (33
anos – 17/04/1990; Bayern de Munique), 15-Sjoeke Nüsken (22 anos – 22/01/2001;
Eintracht Frankfurt), 23-Sara Doorsoun (31 anos – 17/11/1991; Eintracht
Frankfurt);
Volantes/Meio
Campistas: 2-Chantal Hagel (24 anos – 20/07/1998; TSG Hoffenheim), 6-Lena
Oberdorf (21 anos – 19/12/2001; VfL Wolfsburg), 8-Sydney Lohmann (23 anos –
19/06/2000; Bayern de Munique), 13-Sara Däbritz (28 anos – 15/02/1995;
Lyon-FRA), 14-Lena Lattwein (23 anos – 02/05/2000; VfL Wolfsburg), 18-Melanie
Leupolz (29 anos – 14/04/1994; Chelsea FC-ING), 20-Lina Magull (28 anos –
15/08/1994; Bayern de Munique);
Meias/Pontas:
9-Svenja Huth (32 anos – 25/01/1991; VfL Wolfsburg), 16-Nicole Anyomi (23 anos
– 10/02/2000; Eintracht Frankfurt), 19-Klara Bühl (22 anos – 07/12/2000; Bayern
de Munique), 22-Jule Brand (20 anos – 16/10/2002; VfL Wolfsburg);
Atacantes:
7-Lea Schüller (25 anos – 12/11/1997; Bayern de Munique), 10-Laura Freigang (25
anos – 01/02/1998; Eintracht Frankfurt), 11-Alexandra Popp (32 anos –
06/04/1991; VfL Wolfsburg).
Lista
de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Giulia Gwinn (LD – Bayern de Munique; lesão no
ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo sofrida em Outubro de 2022), Linda
Dallmann (PE/PD – Bayern de Munique; entorse no tornozelo esquerdo sofrida em
Março de 2023), Carolin Simon (LE – Bayern de Munique; lesão no ligamento
cruzado anterior do joelho esquerdo sofrida em Julho de 2023), Paulina
Krumbiegel (MD/LD – TSG Hoffenheim; lesão muscular sofrida em Julho de 2023), Maria
Grohs (GOL – Bayern de Munique; opção técnica), Ena Mahmutovic (GOL – MSV
Duisburg; opção técnica), Sarai Linder (LD – TSG Hoffenheim; opção técnica), Jana
Feldkamp (ZAG/VOL – TSG Hoffenheim; opção técnica), Tabea Sellner (AT – VfL
Wolfsburg; opção técnica).
Time-Base:
Merle Frohms; Sophia Kleinherne, Kathrin Hendrich, Marine Hegering,
Felicitas Rauch; Lina Magull, Lena Oberdorf, Sara Däbritz; Svenja Huth,
Alexandra Popp ©, Klara Bühl.
Opções não faltam. Por mais que as perdas para diferentes setores afetem o rendimento da equipe, é inegável que a Alemanha consegue manter-se muito competitiva quando precisa utilizar seu banco de reservas ou até mesmo recorrer a nomes de seleções de base ou da liga local para fechar o elenco. E, mesmo que determinadas características do solidificado 4-3-3 precisam ser modificadas dependendo das alterações, a força alemã permanece.
Por falar em força, o que chamou a
atenção durante a campanha na última Eurocopa foi a firmeza do sistema
defensivo – que fora vazado pela primeira vez já na fase semifinal. Muito desse
sucesso se deu pela ótima parceria envolvendo as experientes Kathrin Hendrich e
Marina Hegering no centro da zaga. Especialmente Hegering fez um torneio
excelente atuando pelo lado esquerdo.
Como opções para o centro da
defesa, a Alemanha ainda conta com Sara Doorsoun e a polivalente Sjoeke Nüsken
no elenco da Copa. A ausência que mais chama a atenção no setor é Jana Feldkamp,
que atua também no centro do campo quando está em ação pelo Hoffenheim. No gol,
Merle Frohms foi outro destaque germânico durante o ano. Ela encerrou a
temporada com bons números a nível nacional e também no Wolfsburg vice-campeão
europeu. Na reserva, uma escolha surpreendente foi pela ausência de Maria Grohs,
afirmação no Bayern de Munique logo em sua primeira temporada como titular na
meta bávara.
A já mencionada Giulia Gwinn foi outra jogadora de grande desempenho na competição europeia, mas a grave lesão que sofreu no final do ano passado obviamente exigirá uma troca na lateral. As principais candidatas a ocupar a vaga são Sophia Kleinherne (zagueira de origem e que deixaria a defesa mais fortalecida e com um maior porte físico) e Nicole Anyomi (atacante transformada em lateral e que manteria o ofensivo estilo de Gwinn no time alemão).
Kleinherne também é opção para o
lado esquerdo defensivo, servindo como nome de maior contenção em comparação a
Felicitas Rauch. Outrora uma ponta no futebol de clubes, Rauch se tornou
titular na seleção especialmente pelo que acrescenta no campo ofensivo. Porém,
existe o outro lado. É fato que o espaço deixado por ela foi o que a Inglaterra
mais buscou e conseguiu aproveitar na decisão da última Eurocopa.
Se a defensiva Kleinherne for a
escolhida para substituir Gwinn pelo lado direito, Rauch ganha ainda mais
liberdade e importância ofensiva pelo setor canhoto. Quando Gwinn atua, ambas
as laterais possuem qualidade técnica e também livre caminho para se juntar às
pontas e meio campistas em combinações rápidas e troca de passes. Uma opção de
última hora foi Sarai Linder, de boa temporada no Hoffenheim e que pode atuar
também como zagueira.
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Meia de origem, Felicitas Rauch é normalmente utilizada na lateral-esquerda. Ela garante maior poderio ofensivo ao time por ali, mas é o ponto fraco quando a Alemanha é atacada. Foto: Getty Images |
Entretanto, ela seria descartada na convocação final. Já Carolin Simon seria uma alternativa de maior experiência e equilíbrio para o lado canhoto, tendo disputado quatro das cinco partidas da Alemanha na Copa de 2019. Porém, uma lesão ligamentar no joelho ocorrida no amistoso contra Zâmbia, o último da preparação germânica, tiraria o sonho da lateral de disputar mais um mundial.
Finalmente chegamos ao meio campo, ponto
que é considerado o diferencial do conjunto alemão. Principalmente pelo que é
apresentado por Lena Oberdorf, mais um nome de destaque do Wolfsburg. A volante
é considerada por muitas/muitos especialistas e analistas como a melhor do
mundo nessa tarefa de fechar espaços à frente da área e realizar coberturas.
E, ainda que não seja sua qualidade
mais destacada, Oberdorf também consegue chegar com qualidade nas proximidades
da área rival. Nem é necessário dizer que uma jogadora desse nível não possui
uma reserva n seleção capaz de preencher todos esses atributos. Com muita
disposição física para acompanhar lances e realizar marcações específicas sobre
determinada adversária, a jovem é essencial para o plano germânico de fazer
bonito na Copa.
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Em um time forte e com tantas boas opções para o centro do campo, Sara Däbritz consegue ser titular absoluta e um nome indispensável para a Alemanha. Foto: Thor Wegner (Picture Alliance) |
Muito por isso que a lesão sofrida no joelho já na reta final de Março preocupou a torcida alemã e o fã de futebol em geral. Para a sorte de Martina Voss-Tecklenburg, porém, não passou de um susto. Ainda que Oberdorf tenha sido dúvida em partidas importantes do Wolfsburg na Bundesliga e também na Liga dos Campeões, ela chega ao mundial em suas melhores condições físicas.
Suas parceiras na campanha do vice-campeonato
continental foram Lina Magull e Sara Däbritz, ambas de excelente qualidade
técnica para conduzir a bola à frente e altamente criativas quando acionadas na
intermediária ofensiva. Quando esse trio atua junto, é um terror para a
marcação adversária. Isso por conta da facilidade que qualquer uma delas tem no
trato com a bola.
Se o rival opta por pressionar
Oberdorf, a Alemanha utiliza as outras duas meio campistas para sair ao campo
de frente com a mesma qualidade e eficiência para passes curtos e longos. É
preciso um encaixe muito bem organizado para tirar o centro do campo alemão do
confronto. Lembremos que a Alemanha ainda conta com nomes de extremo talento
como Melanie Leupolz, Chantal Hagel, Lena Lattwein e Sydney Lohmann para esse
setor.
Essa última talvez seja o maior retrato do “problema” que a comissão técnica tem em mãos. Lohmann é importantíssima dentro do superpoderoso Bayern de Munique já há alguns anos, mas simplesmente não consegue sequência na seleção. Sua inteligência para aparecer na área rival é espetacular, bem como sua qualidade para achar passes decisivos em um curto espaço do campo. Porém, suas concorrentes também têm grandes virtudes. Menos mal que Lohmann é uma joia a ser lapidada e com longo caminho a percorrer, já que recém completou 23 anos.
Dzsenifer Marozsán seria outra
opção de grande valor, mas seus rotineiros problemas físicos vinham
interrompendo uma maior frequência sua dentro da seleção. Muito por conta
disso, a armadora de 31 anos decidiu abandonar sua carreira internacional no
último mês de Abril – justamente no amistoso contra o Brasil. Marozsán encontrava
dificuldades para se ajustar no 4-3-3 montado pela comissão técnica por conta
das exigências de recomposição e um trabalho mais agressivo sem a bola.
Entretanto, sua habilidade muito
acima da média (até mesmo para um conjunto tão forte) fez com que Voss-Tecklenburg
continuasse insistindo em Maro mesmo com suas frequentes lesões. Até mesmo um
4-2-3-1 fora testado em determinados momentos para que pudesse comportar melhor
a meio campista do Lyon, mas a jogadora acabaria tomando a decisão de abandonar
a seleção no começo deste ano.
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Lina Magull vem da sua temporada mais artilheira com a camiseta do Bayern de Munique. Essa ótima fase é um dos motivos para que a seleção seja considerada uma das favoritas ao título. Foto: DFB |
E é preciso ressaltar: mesmo com a perda de uma craque como Marozsán, a Alemanha não pode se queixar da falta de opções para funções centrais. Poucos times no mundo estão tão bem servidos para essas posições no meio do campo quanto o alemão. Outro ponto que merece ser mencionado envolveu Melanie Leupolz.
A meio campista do Chelsea dedicou todo
o ano de 2022 ao nascimento do seu primeiro filho, ocorrido em Outubro.
Consequentemente, foi ausência na campanha de vice-campeonato europeu por parte
das comandadas de Martina Voss-Tecklenburg. A comissão técnica, aliás,
acompanhou o retorno de Leupolz aos gramados ingleses no começo deste ano e
optou pela convocação dela para a Copa do Mundo após conferir in loco o rendimento da atleta.
O peso de perder uma liderança
vencedora no elenco como Marozsán pode ter pesado para a escolha, ainda que
dentro das quatro linhas as duas apresentem características distintas – a ponto
de terem sido companheiras na DFB-Frauenteam
durante bons anos. Leupolz é uma jogadora de boa participação na saída de bola
e com qualidades defensivas superiores em comparação à Däbritz e Magull.
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Klara Bühl é outro destaque do Bayern de Munique campeão alemão. Além de atuar como ponta-esquerda, ela mostra muita qualidade no momento da finalização. DeFodi Images (Getty Images) |
Ao mesmo tempo, entretanto, ela não possui a capacidade de fechar espaços que uma volante como Oberdorf oferece ao time germânico. Como essa é intocável em qualquer equipe do mundo, provavelmente Leupolz será utilizada como meio campista passível de avanço em um 4-3-3. Existe também a possibilidade de ela atuar ao lado de Oberdorf, com a outra jogadora do trio sendo adiantada para o posto de armação (num 4-2-3-1 montado à feição para Marozsán no passado e que agora privilegiaria Magull ou Däbritz).
O ataque segue o mesmo caminho em
matéria de qualificadas e numerosas opções. Se em boas condições físicas,
Svenja Huth e Klara Bühl são titulares absolutas pelos lados direito e esquerdo
do campo. Elas adicionam velocidade, drible, movimentação e faro de gol dentro
de seus clubes e o que é mais importante: conseguem trazer o alto nível também
para a seleção. O banco de reservas se mantém interessante e proporcionando
boas alternativas, com a principal jogadora alemã para o lado do campo sendo Jule
Brand.
Ela atua especialmente pelo setor esquerdo
e não seria nada absurdo se aparecesse como opção até mesmo para a lateral por
aquele lado. Isso aconteceu com Nicole Anyomi no setor contrário, visto que a atacante
no Eintracht Frankfurt hoje é uma das opções para a lateral-direita alemã na
ausência da titularíssima Giulia Gwinn.
O lado direito do ataque ainda contou com Paulina Krumbiegel, de ótimos momentos recentes no Hoffenheim e que, assim como Anyomi, foi utilizada em uma linha mais defensiva na seleção em convocações recentes. Entretanto, Krumbiegel acabaria se machucando no comecinho de Julho, o que inviabilizou sua presença no mundial. Outra ausência, essa de maior peso, é Linda Dallmann, versátil jogadora do Bayern de Munique e que não se recuperou a tempo de uma lesão no tornozelo.
O centro do ataque é o que conta
com a maior indefinição. A Eurocopa fantástica de Alexandra Popp seria o
suficiente para garantir a atleta do Wolfsburg como o principal nome para a
função com boa vantagem. Porém, rotineiros problemas de lesão costumam atrapalhar
bastante sua continuidade na equipe titular e obrigam a Alemanha a ter (pelo
menos) uma reserva pronta para qualquer emergência.
Popp é, sem dúvida, a principal
alternativa para duelos onde a Alemanha busca maior imposição física em seu
ataque. Mas não é só ao concluir lances pelo alto que a histórica atleta é
importante dentro do esquema de Voss-Tecklenburg. A atacante demonstra uma
inteligência muito grande ao encontrar quase sempre o melhor posicionamento
possível para concluir as movimentações geradas pelas companheiras – inclusive
com finalizações com os pés.
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Lea Schüller muda a característica do ataque alemão, mas mantém a capacidade artilheira do time. Ela costuma ser a reserva mais utilizada para esse trio de frente. Foto: Getty Images |
Além disso, vale mencionar que Alexandra Popp já foi utilizada em uma função de meio campo, cumprindo um papel mais ativo na construção dos ataques alemães e participando dos embates físicos. Se estiver em suas melhores condições físicas, é inegável que Popp será a escolhida para a titularidade na Copa. Partindo desse cenário em que a capitã está saudável, vamos conhecer as alternativas alemãs para o decorrer do jogo.
As opções que mais convenceram
durante todo o ciclo foram Tabea Sellner, Laura Freigang e Lea Schüller. A
última é quem costuma atuar na ausência de Popp, ainda que tenha um estilo de
jogo diferente. A escalação de Schüller adiciona maior movimentação ao trio de
frente, que passa a contar com três jogadoras bastante afeitas ao jogo pelos
lados do campo. Dessa forma, torna-se comum ver a atacante trocando de posição
com as pontas.
O ponto principal para
Voss-Tecklenburg: independente da função exercida, fato é que ela entrega
muitos gols. Tanto no Bayern de Munique (clube em que Schüller vem apresentando
ótima média nas últimas três temporadas) como com a camiseta da Alemanha. Sellner
e Freigang são outros nomes confiáveis em seus respectivos clubes e que já se
mostraram muito eficientes também na seleção principal, mas somente a atacante
do Frankfurt acabaria sendo convocada. Opções não faltam para que a Alemanha
saia da fila de títulos e volte a conquistar uma Copa do Mundo.
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Lena Oberdorf é uma das melhores jogadoras do mundo na atualidade. A volante é eficiente no trabalho defensivo e também acrescenta muito ao time no momento da construção ofensiva. Foto: Getty Images |
Destaque – Lena Oberdorf
Melhor jogadora jovem da última Eurocopa,
Oberdorf já demonstra um futebol gigante mesmo com somente 21 anos de idade.
Ela apareceu como destaque ainda em 2019, quando fez parte do elenco que
disputou a Copa do Mundo na França após se destacar em torneios internacionais de
base. E deu conta do recado, tornando a equipe mais sólida e se destacando em um
mundial com 17 anos completos.
O tempo passou e hoje em dia a meio
campista do Wolfsburg é um nome insubstituível no conjunto alemão, acrescentando
proteção à linha defensiva, fôlego e intensidade na marcação e também uma saída
de bola de bastante qualidade. A estrutura do 4-3-3 montado por Martina Voss-Tecklenburg
tende a ser modificada caso Oberdorf não esteja disponível em algum momento.
E, por não ter uma reserva capaz de
oferecer as mesmas características, até mesmo uma mudança de esquema não seria
possível descartar. Em um time tão forte e recheado de boas jogadoras como é
esse da Alemanha, ser titular indiscutível é algo bastante complicado. Oberdorf
consegue.
Marrocos
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Foto: CAF |
A seleção africana estreia em mundiais de forma até surpreendente. Mesmo sediando a edição 2022 da Copa Africana de Nações, Marrocos não estava na lista dos favoritos à classificação se levarmos em conta as análises prévias. O passar do torneio, porém, foi mostrando uma equipe organizada, eficiente e que soube utilizar a pressão da torcida a seu favor. A presença do time comandando por Reynald Pedros é histórica também por colocar a região do Magreb no mapa da Copa do Mundo Feminina.
Isso porque as Leoas do Atlas são a primeira seleção do Norte da África a disputar
um mundial da categoria principal. Mas, pensar em algo mais do que somente os
três jogos protocolares do Grupo H soa complicado para as africanas. Especialmente
pelo fato de a chave ter a favorita Alemanha, mas também por contar os muito
interessantes times de Colômbia e Coreia do Sul. Esses, bem mais acostumados a
participar de competições internacionais e com campanhas de destaque em
campeonatos de base em anos mais recentes.
Enquanto isso, o Marrocos iniciou
recentemente seu projeto de crescimento da modalidade no país. Além disso, a
própria convocação final gerou questionamentos por conta de algumas escolhas
surpreendentes da comissão técnica. É verdade que a inclusão de atletas
nascidas na Europa e com ascendência marroquina ajudaram na classificação ao
mundial, mas também é justo mencionar que outras que seriam barradas na
convocação decisiva pareciam ter maior capacidade de desequilibrar do que
algumas novatas.
De qualquer forma, não é esperado
que os resultados sejam obtidos já nessa edição da Copa do Mundo. Esse é somente
o início de um plano ambicioso que busca fortalecer o futebol praticado pelas
mulheres dentro do território nacional. Todavia, é lógico que a quarta posição
alcançada pelos homens no mundial do Catar em 2022 naturalmente trará maiores
holofotes e expectativas ao time feminino agora.
Ranking da FIFA: 72º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: Não Possui.
Técnico: Reynald Pedros (desde Novembro de 2020).
Convocação
Goleiras: 1-Khadija Er-Rmichi (33 anos – 16/09/1989; خديجة الرميشي; AS FAR Rabat), 12-Assia Zouhair (32 anos – 29/04/1991; أسية زوهير; CAK), 22-Inès Arouaissa (22 anos – 30/06/2001; يناس أرويسة; AS Cannes-FRA);
Laterais: 2-Zineb Redouani (23 anos – 12/06/2000; زينب رضواني; AS FAR Rabat), 13-Sabah Seghir (22 anos – 27/09/2000; صباح صغير; SSD Napoli-ITA), 14-Rkia Mazrouâï (21 anos – 11/05/2002; قية مزراوي; CS Charleroi-BEL), 17-Hanane Aït El Haj (28 anos – 02/11/1994; حنان أيت الحاج; AS FAR Rabat);
Zagueiras: 3-Nouhaila Benzina (25 anos – 11/04/1998; نهيلة بنزينه; AS FAR Rabat), 5-Nesryne El Chad (20 anos – 13/03/2003; نسرين الشاد; Lille OSC-FRA), 21-Yasmin Mrabet (23 anos – 08/08/1999; ياسمين مرابط; Levante Las Planas-ESP);
Volantes: 4-Sarah Kassi (19 anos – 09/09/2003; سارة كاسي; FC Fleury 91-FRA), 6-Élodie Nakkach (28 anos – 20/01/1995; إيلودي النقاش; Servette FC-SUI), 7-Ghizlane Chebbak (32 anos – 19/02/1991; غزلان الشباك; AS FAR Rabat);
Armadoras: 8-Salma Amani (33 anos – 28/11/1989; سلمى أماني; FC Metz-FRA), 10-Najat Badri (35 anos – 19/05/1988; نجاة البدري; AS FAR Rabat), 16-Anissa Lahmari (26 anos – 17/02/1997; (أنيسة لحماري; Guingamp-FRA);
Pontas: 11-Fatima Tagnaout (24 anos – 20/01/1999; فاطمة تاگناوت; AS FAR Rabat), 15-Fatima Gharbi (22 anos – 15/05/2001; فاطمة غربي; CE Europa-ESP), 19-Sakina Ouzraoui Diki (21 anos – 29/08/2001; سكينة وزراوي ديكي; Club YLA-BEL), 20-Sofia Bouftini (21 anos – 25/01/2002; صوفيا البوفتيني; RS Berkane);
Atacantes: 9-Ibtissam Jraïdi (30 anos – 09/12/1992; ابتسام الجريدي; Al Ahli-ASA), 18-Kenza Chapelle (21 anos – 22/08/2002; كنزة شاپيل; FC Nantes-FRA), 23-Rosella Ayane (27 anos – 16/03/1996; روزيلا أيان; Tottenham Hotspur-ING).
Lista
de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Samya Masnaoui (سامية
المسناوي; MA – AFC Ajax-NED; lesão no joelho sofrida
em Junho de 2023), Imane Abdel Ahad (إيمان
عبد الأحد; GOL – Sporting Casablanca; opção técnica), Siham Boukhami (سهام بوخامي; LD – AS FAR Rabat; opção técnica), Aziza
Er-Rabbah (عزيزة رباح; ZAG – AS FAR Rabat; opção técnica), Éva Allice (إيفا أليس; ZAG
– FC Nantes-FRA; opção técnica), Fatima Zahra Dahmos (Fatima زهرة دحموس;
ZAG – AS FAR Rabat; opção técnica), Fatima El Ghazouani (ZAG – US
Quevilly-Rouen-FRA; opção técnica), Maryame Atiq Ez-zity (مريم عتيق; ZAG
– CF Unión Viera-ESP; opção técnica), Ghizlane Chhiri (غزلان الشهيري; LE – AS FAR Rabat; opção técnica), Nour
Imane Addi (نوريمان عدي; MC – South Alabama Jaguars-EUA; opção técnica), Kawtar Aït Omar
(كوثر ايت عمر;
MC/MA – Fortuna Sittard-NED; opção técnica), Ibtissam Bouharat (إبتسام بوحرات;
MA – KV Malines-BEL; opção técnica), Yasmina Laaroussi (ياسمينة لعروسي;
MA – ASD Spezia-ITA; opção técnica), Sanaâ Mssoudy (سناء مسعودي;
MD/MA – AS FAR Rabat; opção técnica), Samya Hassani (سامية الحساني; MD/ME – Sportclub Telstar-NED; opção
técnica), Imane Saoud (إيمان سعود; ME/MD – FC Servette-SUI; opção técnica), Anissa Belkasmi (أنيسة بالقاسمي; AT – US Orléans-FRA; opção técnica).
Time-Base:
Khadija Er-Rmichi; Zineb Redouani, Yasmin Mrabet, Nesryne El Chad,
Sabah Seghir; Élodie Nakkach, Ghizlane Chebbak ©; Sakina Ouzraoui Diki, Salma
Amani, Fatima Tagnaout; Rosella Ayane.
Desde o ano passado, com a consolidação do trabalho de Pedros e o seu 4-2-3-1, Marrocos vem se mostrando um time bastante agradável de assistir. Principalmente pelo desempenho apresentado no centro do campo, com duas volantes que cumprem seus papéis de proteção à própria meta e ainda mostram muito recurso técnico para auxiliar na construção ofensiva. Élodie Nakkach e Ghizlane Chebbak são importantíssimas para o estilo marroquino de trabalhar a bola com calma até que uma das meias-laterais tenha espaço para progredir.
Sem contar que ambas as volantes
avançam com qualidade às proximidades da área, levando perigo especialmente em
chutes de média distância. A capitã Chebbak marcou três gols durante a
histórica campanha marroquina. Dois deles extremamente decisivos, já que
significaram as magras vitórias por 1x0 contra Burkina Faso e Senegal. A
principal alternativa à dupla durante a maior parte do ciclo foi a versátil Sabah
Seghir, que pertence à Sampdoria e defendeu o Napoli na última temporada.
Embora atue em uma região do campo
que preza pela criatividade no clube do Sul da Itália, sua função na seleção normalmente
é a de uma marcadora. Ela já foi escalada como lateral e zagueira em algumas
oportunidades, e é por ali que deve ser maior utilizada no decorrer da Copa.
Especialmente pelas decisões tomadas na convocação final, que acabaria
acrescentando duas meio campistas e retiraria uma alternativa ao posto de
lateral pelo setor canhoto.
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Éloddie Nakkach é uma meio campista que se destaca pela qualidade com a bola nos pés. Sua dupla com Ghizlane Chebbak é o ponto forte do time marroquino. Foto: CAF Media |
Existe a possibilidade de Seghir aparecer como titular num posto mais ofensivo campo, mas com tarefas defensivas. Seja pressionando intensamente a volante adversária responsável pela saída de bola (com a equipe não possuindo uma armadora de fato) ou ocupando um posto atrás de Nakkach e Chebbak, em uma espécie de 4-1-4-1 que buscaria fechar espaços entre as linhas de defesa e meio campo. A novidade de última hora para essas funções no meio campo foi Sarah Kassi, jovem de 19 anos que atuou nos duelos de Julho contra Itália e Suíça.
Mas esse cenário de 4-1-4-1 dificilmente
acontecerá se Salma Amani estiver em boas condições físicas. Outra jogadora
privilegiada no aspecto técnico, Amani é a cabeça pensante do quarteto ofensivo
marroquino. A inteligência para escapar da marcação e a capacidade de acionar
as atletas de lado de campo em boas condições de drible e finalização chamam a
atenção.
Muito por conta disso, ela costuma
ser vigiada de perto por pelo menos uma marcadora. O detalhe é que a forma
encontrada para escapar desse encaixe de marcação acaba sendo bom para o
Marrocos. Isso porque a armadora passa a se aproximar mais da dupla de volantes,
reunindo assim o trio africano de maior recurso técnico em uma mesma zona de
campo. Esse movimento costuma fazer bem às Leoas
do Atlas, como veremos adiante.
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A habilidosa Salma Amani é o ponto de ligação entre o centro do campo e o ataque. A experiente armadora é mais um ótimo nome de Marrocos para a construção ofensiva. Foto: CAF Media |
Quem também atuou por ali na Copa das Nações Africanas foi Sanaâ Mssoudy, ponta de origem e boa dribladora do FAR Rabat. Até pelo estilo de jogo mais direto e de pouca capacidade criativa para um passe ou lançamento de maior exigência, foi um teste que acabou não funcionando durante a competição. A ponto de Mssoudy não frequentar sequer a lista pré-Copa composta por 28 nomes. A falta de opções a este posto criativo, aliás, pareceu ter sido o grande problema de Reynald Pedros na disputa da competição continental.
Isso obrigou a comissão técnica a
buscar alternativas que já estavam fora do radar há muito tempo. Caso
principalmente de Ibtissam Bouharat. A armadora de 33 anos (nascida na Bélgica)
retomou a carreira após seis anos de inatividade e foi convocada para a seleção
na reta final do ano passado. No final das contas, ela é quem tem um estilo
mais semelhante ao da pensadora Salma Amani.
Outra opção testada em 2022 foi Yasmina
Laaroussi (de 29 anos). Com boa estatura e de qualidade no passe, ela foi mais
um nome que surgiu como reserva imediata para esse posto na armação. Com o
detalhe de que ela pode atuar recuada também, sendo uma volante de estilo muito
próximo ao apresentado pela dupla Élodie Nakkach e Ghizlane Chebbak. Fato é
que, na lista final, nem Laaroussi e nem Bouharat se fizeram presente.
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Fatima Tagnaout é garantia de dribles e qualidade técnica no interessante setor de frente. Seja atuando pelo lado esquerdo, seja atuando pelo lado direito. Foto: Getty Images |
Entretanto, a comissão técnica não ficou restrita a procurar uma meio campista criativa que fosse necessariamente experiente. No começo deste ano, Pedros incluiu no grupo principal duas jogadoras de perfil semelhante e que estão em início de carreira. No caso, atletas tão jovens como outras que estiveram na Copa das Nações Africanas do ano passada, mas que estão sendo incorporadas aos poucos à equipe principal após se destacarem na seleção doméstica de base.
A dupla que enche os torcedores
marroquinos de esperança é formada por Kawtar Aït Omar e Samya Masnaoui. A
primeira, no alto dos seus 19 anos, é capitã do conjunto Sub-20 recentemente
campeão de um torneio disputado entre seleções do Norte da África. Já Masnaoui
é uma joia das categorias de base do Ajax e que também foi peça importante na
conquista desse campeonato local mesmo com somente 17 anos de idade.
As duas nasceram em Países Baixos e são meio campistas de alta qualidade técnica. Pelo estilo elegante que apresentam dentro das quatro linhas, Kawtar Aït Omar e Samya Masnaoui parecem ser as substitutas naturais de Ghizlane Chebbak e Salma Amani no meio campo marroquino. Porém, não estarão neste mundial. A tendência é que ganhem espaço a partir do próximo ciclo. A contemplada com um lugar na Copa foi Anissa Lahmari, que havia aceitado convite para defender a Argélia poucos meses atrás e acabaria adentrando nos planos do país vizinho.
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Sabah Seghir é uma das peças que podem atuar em diferentes funções do campo. Atualmente no Napoli, a jovem já foi lateral, zagueira e volante na equipe nacional. Foto: MFF |
Independente da armadora escolhida e de suas características, fato é que ela estará muito bem acompanhada no setor ofensivo. E com um aspecto que soa bastante promissor para Marrocos: trata-se de atletas jovens e com um enorme potencial. Se as importantíssimas Chebbak e Amani já possuem mais de 30 anos e Nakkach está chegando lá, as pontas são novatas em sua grande maioria.
Imane Saoud (20 anos), Fatima
Tagnaout (24 anos), Sakina Ouzraoui Diki (21 anos), Sofia Bouftini (21 anos), Samya
Hassani (22 anos), Yasmine Zouhair (18 anos) e a já mencionada Sanaâ Mssoudy
(também 22 anos) costumaram ser as escolhas mais comuns da comissão técnica,
ainda que Mssoudy tenha ficado de fora da convocação decisiva. De última hora,
as outrora intocáveis Samya Hassani e Imane Saoud também seriam deixadas de
lado, em decisão bastante controversa por parte da comissão técnica.
O maior destaque passou a ser especialmente
Fatima Tagnaout, de atuações excelentes na Copa das Nações Africanas e que é
capaz de atuar em qualquer um dos lados do campo sem perder rendimento. Em
matéria de habilidade e drible, ela é quem puxa a fila na equipe marroquina. Ouzraoui
Diki e Bouftini seriam mantidas, e a novidade passou a ser Fatima Gharbi. Ainda
que venha de boa temporada na Espanha, sua experiência em grandes torneios é
menor se compararmos ao que fora apresentado em quantidade e qualidade por
Imane Saoud e Samya Hassani nos últimos meses.
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Rosella Ayana é a goleadora de Marrocos. Importante nos lances aéreos, ela ainda mostra seu valor quando acionada em velocidade às costas da linha defensiva rival. Foto: CAF Media |
Uma alternativa de características distintas ao que é normalmente procurado pelo técnico Reynald Pedros é Najat Badri, que atua pelos lados do campo no local FAR Rabat e é uma das jogadoras mais habilidosas do futebol do Norte da África. Seu estilo parece encaixar melhor em um posto mais central, já que a idade avançada e a pouca afeição ao jogo sem a bola tende a atrapalhar a recomposição defensiva de Marrocos.
E, até pela dificuldade para
encontrar uma reserva imediata à Amani no grupo de 23, é bem possível Badri
acabe sendo utilizada nessa região mais perto das volantes. E o detalhe é que a
dupla escolhida para essa função de lado do campo pode acabar assumindo o
protagonismo ofensivo de Marrocos com o andamento da partida. Como a cerebral
Amani normalmente recua para ajudar as volantes e muitas vezes organiza esse
trio bastante técnico longe da meta adversária, cabe às pontas essa tarefa de
se aproximar da única centroavante.
Essa na maior parte das vezes é
Rosella Ayane, nascida na Inglaterra e principal referência ofensiva das Leoas do Atlas. Além de causar muitos
transtornos às defesas rivais em lances aéreos, a atacante do Tottenham costuma
pressionar as zagueiras quando essas tentam se desprender do próprio campo com
bola dominada. O fato de o conjunto africano utilizar bastante os lados do
campo para atacar acaba contribuindo com o estilo de Ayane, normalmente o alvo
de cruzamentos efetuados por laterais e pontas.
A opção mais semelhante para essa tarefa de centroavante foi a jovem Anissa Belkasmi, de gol marcado no amistoso contra a Irlanda no final do ano passado. Entretanto, ela acabaria sendo ausência para o mundial. A jogadora incluída no grupo foi Kenza Chapelle, titular no 0x0 contra a Itália e que mostrou boa movimentação na frente. Ou seja: trata-se de uma jogadora de estilo diverso ao apresentado por Belkasmi.
Uma alternativa experiente para o
ataque é Ibtissam Jraïdi, artilheira histórica do FAR Rabat e que joga
atualmente na Arábia Saudita. Essa é uma atacante mais móvel e de ótima habilidade,
no que pode ser um complemento interessante ao estilo de Ayane. É pouco
provável que a dupla inicie junta na Copa do Mundo por conta do consolidado
4-2-3-1 marroquino, mas é um teste interessante para o andamento dos jogos.
Como dito, abastecer a centroavante
é tarefa não só das talentosas meio campistas. As laterais marroquinas costumam
apoiar bastante, proporcionando assim uma variação interessante para os
movimentos ofensivos. Essas foram comumente Hanane Aït El Haj e Zineb Redouani,
que combinam velocidade e ótimo fôlego para cobrir todo o setor. A última é
destra e pode atuar também no lado esquerdo, muitas vezes centralizando os
movimentos e buscando um cruzamento em posicionamento distante da linha de
fundo.
Ultimamente, Redouani até tem atuado no setor direito. Mas, existe a possibilidade de ela retornar ao lado inverso por conta da convocação de Rkia Mazrouâï. Essa foi a melhor jogadora do KAA Gent na temporada 2022 e deixa as Leoas do Atlas teoricamente com uma opção para o setor canhoto e com três para o lado direito. Assim, é bastante possível que vejamos a polivalente Redouani sendo utilizada no setor esquerdo também.
O centro da defesa parece bem
consolidado com as jovens e promissoras Yasmin Mrabet e Nesryne El Chad. Mrabet
é referência para os lances aéreos em ambas as áreas por conta da boa estatura
e costuma ser a zagueira africana a iniciar as transições ofensivas com bola
dominada. Outras opções utilizadas para a zaga foram Nouhaila Benzina, Éva
Allice, Maryame Atiq Ez-zity, Fatima El Ghazouani, Aziza Er-Rabbah e Fatima Zahra
Dahmos, mas somente a primeira se faz presente na lista decisiva.
No gol, presença garantida da
experiente Khadija Er-Rmichi – titular nas seis partidas da Copa Africana de
Nações e destaque do FAR Rabat em competições internacionais em 2022. O grande
problema de Marrocos é a falta de experiência em competições de maior
exigência. Entretanto, os testes recentes contra Itália e Suíça mostraram uma
equipe organizada e mais bem posicionada no momento defensivo. Os dois
resultados acabariam sendo positivos.
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A experiente Khadija Er-rmichi é uma liderança importante no aspecto anímico e também no técnico. Ela é um dos nomes intocáveis no conjunto africano. Foto: MFF |
As Leoas do Atlas sofreram quando são pressionadas desde a saída de bola e geralmente proporcionam bons espaços às costas das laterais – bastante afeitas ao apoio ainda que raramente ao mesmo tempo. A recomposição pode ser um problema também pelo centro do campo, já que as duas volantes possuem qualidade para avançar e podem deixar espaços generosos para contra-ataques.
Por mais que não tenha sido tão
utilizado durante o ciclo, Marrocos pode aparecer em um 4-1-4-1 mais
equilibrado ou até num esquema com três zagueiras. O grande ponto é que muito
provavelmente a seleção não ficará resguardada o tempo todo em seu campo e
buscará atacar o adversário quando tiver oportunidade. É um time moldado para
ser consciente com a bola no pé e que tem jogadoras de boa habilidade e capazes
de atrapalhar a vida das defesas adversárias.
Destaque – Ghizlane Chebbak
A meio campista apareceu para
decidir duelos até então equilibrados e foi o principal nome marroquino na campanha
de classificação à Copa do Mundo realizada em frente ao torcedor. Chebbak
mostra muita qualidade em lances de bola parada (seja em cobranças à área ou em
direção ao gol) e enfatiza o poderio aéreo que a equipe tem especialmente nas
figuras de Yasmin Mrabet e Rosella Ayane, referências em altura e também
impulsão.
O excelente desempenho no torneio
continental rendeu à capitã o prêmio de craque da competição e também a
presença na lista de artilheiras da competição (com três gols marcados). Aliás,
o trio formado por ela, Salma Amani e Élodie Nakkach parece o ponto mais forte
de um time que mostrou um futebol bastante interessante em muitos momentos da
Copa Africana de Nações.
Com a bola rolando, Chebbak é
importante na saída de bola e também quando aparece mais perto do gol
adversário. Aos 32 anos e com carreira muito vitoriosa no FAR Rabat, enfim chegou
o momento de aparecer em uma Copa. Algo que o seu pai, o histórico e já
falecido Larbi Chebbak, não conseguiu durante os anos 70.
Colômbia
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Foto: FCF |
Retornando a uma Copa do Mundo após a surpreendente ausência em 2019, a Colômbia é um dos times que mais geram expectativas para os próximos ciclos. As promissoras jogadoras que participaram de Mundiais Sub-17 e Sub-20 no ano passado formaram uma equipe competitiva e que em muitos momentos superou os rivais jogando bonito e de maneira ofensiva.
O prêmio pelo
excelente desempenho apresentado nos torneios de base é que alguns desses destaques
colombianos estão na lista final de Nelson Abadía e devem ser (pelo menos) boas
opções para o decorrer da Copa do Mundo. Casos principalmente de Gabriela
Rodríguez, Angela Barón, Ana María Guzmán e Gisela Robledo, alternativas para
praticamente todos os setores do campo.
Enquanto essas todas brigam pelo seu espaço, Linda Caicedo é uma certeza. Um dos nomes de maior destaque internacional no presente momento, a talentosa jogadora do Real Madrid já é uma referência técnica no conjunto principal mesmo com somente 18 anos. Mas não é só isso. Junto a esse processo de renovação que enche os colombianos de esperança, o grupo nacional conta com atletas experientes e que servem como referência para as novatas recém-chegadas.
Elas são, especialmente, Diana Ospina, Daniela Montoya,
Catalina Usme e Carolina Arias (todas com aparições em Copas do Mundo e também em
Olimpíadas). Mas vale ressaltar: durante a Copa América, quem fez a diferença durante toda a
campanha de classificação foi a cerebral Leicy Santos, destaque do Atlético de Madrid.
Ranking da FIFA: 25º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: 2/8 (2011 e 2015).
Melhor Campanha: Oitavas de Final (2015).
Técnico: Nelson Abadía (desde Setembro de 2017).
Convocação
Goleiras: 1-Catalina Pérez (28 anos – 08/11/1994; Avaí-BRA), 12-Sandra Sepúlveda (35 anos –
03/03/1988; Independiente Medellín), 13-Natalia Giraldo (20 anos – 19/05/2003;
América de Cali);
Laterais: 2-Manuela Vanegas (22 anos – 09/11/2000; Real Sociedad-ESP), 15-Ana María Guzmán (18 anos – 11/06/2005; Deportivo Pereira), 17-Carolina Arias (32 anos – 02/09/1990; Junior Barranquilla), 20-Mónica Ramos (24 anos – 14/10/1998; Grêmio-BRA), 22-Daniela Caracas (26 anos – 25/04/1997; RCD Espanyol-ESP);
Zagueiras: 3-Daniela Arias (28 anos – 31/08/1994; América de Cali), 14-Angela Barón (19 anos – 18/09/2003; Atlético Nacional), 19-Jorelyn Carabalí (26 anos – 18/05/1997; Atlético Mineiro-BRA);
Volantes: 5-Lorena Bedoya (25 anos – 06/10/1997; Real Brasília-BRA), 6-Daniela Montoya (32 anos – 22/08/1990; Atlético Nacional), 7-María Camila Reyes (21 anos – 11/05/2002; Independiente Santa Fe), 8-Marcela Restrepo (27 anos – 10/11/1995; DUX Logroño-ESP);
Armadoras: 10-Leicy Santos (27 anos – 16/05/1996; Atlético de Madrid-ESP), 11-Catalina Usme (33 anos – 25/12/1989; América de Cali);
Meias/Pontas: 4-Diana Ospina (34 anos – 03/03/1989; América de Cali), 16-Lady Andrade (31 anos – 10/01/1992; Real Brasília-BRA), 18-Linda Caicedo (18 anos – 22/02/2005; Real Madrid-ESP), 21-Ivonne Chacón (25 anos – 12/10/1997; Valencia CF-ESP), 23-Elexa Bahr (25 anos – 16/05/1998; América de Cali);
Atacante: 9-Mayra Ramírez (24 anos – 23/03/1999; Levante UD-ESP).
Lista
de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Natalia Gaitán (ZAG/VOL – Tigres UANL-MEX;
desavenças com a comissão técnica), Isabella Echeverri (ZAG – Monterrey-MEX;
desavenças com a comissão técnica), Yoreli Rincón (MC/MA – UAC Sampdoria-ITA;
desavenças com a comissão técnica), Korina Clavijo (ZAG – Colo-Colo-CHI; opção
técnica), Liana Salazar (MC/MA; Independiente Santa Fe; opção técnica), Tatiana
Ariza (MD – CDA Antofagasta-CHI; opção técnica), Gabriela Rodríguez (MD –
América de Cali; opção técnica), Gisela Robledo (MD/ME – UDG Tenerife-ESP;
opção técnica), Angie Castañeda (MD/AT – CP Cacereño-ESP; opção técnica), Ingrid
Guerra (AT – Atlético-MG-BRA; opção técnica).
Time-Base:
Catalina Pérez; Mónica Ramos, Daniela Arias, Jorelyn Carabalí, Manuela
Vanegas; Daniela Montoya ©, Lorena Bedoya; Leicy Santos, Catalina Usme, Linda
Caicedo; Mayra Ramírez.
O 4-2-3-1 colombiano tem o seu ponto de desequilíbrio no meio campo. A começar por Leicy Santos, a principal referência das sul-americanas para um passe de maior recurso técnico e que vem de uma Copa América excepcional. Por ter maior liberdade para circular onde bem entender e no momento em que achar melhor, é preferível ver Leicy atuando mais centralizada.
O que reforça o ponto acima é que
esse posicionamento teoricamente diminui as responsabilidades defensivas da
craque do Atlético de Madrid, que passa a se preocupar somente com a parte
criativa do jogo. Entretanto, a atleta já foi utilizada com frequência pelos
lados do campo. E isso acontece especialmente quando a comissão técnica opta
pela escalação da experiente Catalina Usme.
Nome histórico do futebol sul-americano, a capitã do América de Cali adiciona uma capacidade ofensiva das mais interessantes graças ao seu toque refinado e também ao faro de gol. Tê-la ao lado de Leicy Santos faz com que a Colômbia tenha duas jogadoras capazes de fazer a diferença a qualquer momento, seja em chutes de fora da área ou encontrando uma assistência em um curto espaço do campo. Detalhe importante: a dupla pode trocar de função tranquilamente com o passar do tempo.
Especialmente quando as colombianas
estão com posse de bola, esse movimento é comum. Usme aparece pelo lado direito
buscando um cruzamento fechado com o seu preferencial pé canhoto enquanto Leicy
Santos passa a atuar na construção ofensiva a partir do centro. Trata-se de algo
que comumente acontece em meio aos confrontos – principalmente como tentativa
de abrir espaços e confundir uma possível marcação individual.
Outra opção é manter uma delas como
camisa 10 enquanto a outra se aproxima das volantes para ajudar a qualificar a
saída de bola. Dessa forma, em alguns momentos a equipe de Nelson Abadía se
posiciona em uma espécie de 4-3-3/4-3-1-2, com Leicy normalmente mantendo o
posto de armação enquanto Catalina Usme é recuada para auxiliar a construção
desde as proximidades da linha de defesa.
Vale destacar também a facilidade da dupla em inverter o jogo através de bolas longas e rápidas, o que facilita a variação na forma de atacar por parte do conjunto colombiano. Contra Coreia do Sul e Marrocos, a tendência é que as duas sejam escaladas juntas. Diante da Alemanha, porém, a opção da comissão técnica pode ser por uma equipe de maior vocação defensiva e somente com uma atleta focada em abastecer o ataque.
Santos e Usme são os principais
nomes de um meio campo que tem como maior característica o bom trato à bola a
partir da troca de passes. Uma filosofia de jogo que se tornou bastante comum
na equipe masculina da Colômbia especialmente a partir da década de 90. A
capitã Daniela Montoya é outro talento local com capacidade técnica para organizar
ações ofensivas e que costuma avançar ao campo adversário.
Aliás, é bastante comum ver a
jogadora de 32 anos arriscando chutes de média distância ou aparecendo na
grande área como elemento-surpresa. Muito por conta disso, Montoya normalmente
atua ao lado de uma volante de maior tato defensivo. Sua companheira mais fiel
para esse trabalho de contenção e proteção à linha defensiva é Lorena Bedoya,
de ótimas temporadas no Atlético Nacional em anos recentes e que vem de
exibições bastante seguras.
Ela possui um poder maior de marcação (além do bom porte físico) e pode atuar até mesmo como zagueira em alguns momentos. Essas características de jogo apresentadas por Montoya e Bedoya contribuem para o 4-3-1-2 anteriormente citado como alternativa tática para essa interessante equipe da Colômbia. Durante o ciclo, a reserva com maior potencial para aparecer no conjunto titular foi Liana Salazar.
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Lorena Bedoya atua no futebol brasileiro e pode atuar também como zagueira na seleção. Hoje, ela é o equilíbrio a um meio campo de estilo bastante ofensivo. Foto: CONMEBOL |
Inclusive para esse posto de
marcação e fechamento de espaços, ainda que a atual meio campista do Independiente
Santa Fe se destaque especialmente pelo potencial técnico. Mesmo sem conseguir
repetir seus melhores momentos individuais na passagem pelo Corinthians,
Salazar se destacou durante toda a carreira pela habilidade e a facilidade em
trocar passes. Por conta dessas características apresentadas, que agregam a um
time montado para esse estilo de jogo, soa ainda mais incompreensível sua
ausência na convocação final.
Chance para María Camila Reyes,
campeã nacional com o Santa Fe e que costuma atuar um pouco mais atrás – ainda
que também contribua no aspecto técnico. Uma alternativa bastante interessante
à comissão técnica para essa região central do campo é Marcela Restrepo, que
atua na Espanha e é mais um nome a acrescentar qualidade ao jogo colombiano
baseado em troca de passes e aproximação. Além disso, a meio campista de 27 anos
possui maior capacidade criativa e é opção para a função de armadora caso seja
necessário.
Uma ausência sentida é Yoreli Rincón. A atual atleta da Sampdoria deixou de fazer parte das convocações desde 2018 por desacordos com o técnico e a federação local. Uma das grandes jogadoras da história do país, ela certamente agregaria muito ao meio campo colombiano. Mesmo contando com ótimas opções para as funções centrais, a Colômbia não baseia o seu jogo somente por ali.
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Linda Caicedo é uma atletade rara habilidade. Aos 17 anos, ela já era presença garantida na seleção principal e cobiçada pelos maiores clubes do futebol mundial. Foto: FIFA Media |
Os lados do campo também são
importantes para a equipe gerar espaços e machucar os adversários. Partindo da
ideia de que a armadora Leicy Santos começará a Copa do Mundo em uma função
mais lateral, as sul-americanas terão somente uma ponta de origem em seu
esquema de jogo. E ela será Linda Caicedo. Muito acima da média em leitura de
jogo e habilidade para quem tem 18 anos de idade, a jovem jogadora alcançou a
incrível marcar de balançar as redes em Copa América, Mundial Sub-17 e Mundial
Sub-20 no ano de 2022.
Com números e desempenho que impressionam
qualquer um, é óbvia a constatação de que a nova estrela do Real Madrid é uma
das principais esperanças da Colômbia para uma boa campanha na Copa do Mundo.
Outro diferencial é que a agora joia do Real Madrid mantém o alto nível de seu
jogo atuando tanto pelo lado esquerdo quanto pelo direito. Dessa forma,
torna-se ainda mais fácil sua adaptação ao, comumente, movediço setor criativo
das Cafeteras.
Mas vale dizer: apesar de utilizar somente uma atleta dessa característica durante boa parte dos confrontos, a comissão técnica contou com outras excelentes opções para qualificar o seu jogo pelos lados do campo. Um exemplo foi a experiente Tatiana Ariza, outro nome bastante conhecido do futebol colombiano em edições anteriores de mundial e Olimpíada. Ela, Gabriela Rodríguez, Angie Castañeda, Gisela Robledo, Lady Andrade, Ivonne Chacón e Elexa Bahr são jogadoras de drible e que buscam principalmente arrancar em velocidade na direção do gol.
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De ótimo desempenho no futebol espanhol, Mayra Ramírez é uma atacante de faro de gol e que também ajuda no momento da construção ofensiva. Foto: Héctor Vivas (Getty Images) |
Logicamente, porém, nem todas elas
se farão presentes no mundial. Robledo é uma ausência bastante sentida, já que
desponta como a mais promissora deste grupo e vem de ótimos torneios
internacionais de base. Mesmo assim, no geral as características das
remanescentes Ivonne Chacón, Lady Andrade e Elexa Bahr encaixam muito bem no
4-2-3-1 base de Nelson Abadía e também em algum esquema alternativo que utilize
três meio campistas e mais duas jogadoras na frente.
Andrade, que atua no futebol
brasileiro, foi um dos principais nomes do país na campanha de 2015, quando a
Colômbia avançou à segunda fase pela primeira vez na sua história. Quem surge
como um nome de bastante entrega física e um maior poder de recomposição é
Diana Ospina. Imagina-se que ela deva iniciar o confronto diante da Alemanha
justamente por conseguir realizar as tarefas de marcação e fechamento de
espaços com maior solidez e eficiência. Ospina é uma das referências da equipe
e, aos 34 anos, vai para a sua terceira Copa.
A referência no ataque sul-americano é Mayra Ramírez. Literalmente, já que a atacante de 24 anos possui boa estatura para lances pelo alto e costuma ser bastante acionada em cruzamentos. Outra característica é a inteligência para encontrar espaços às costas da linha defensiva adversária após lançamento longo. Ela já vem de boas temporadas no futebol espanhol e se consolidou como a titular da seleção na última Copa América, quando balançou as redes em duas oportunidades.
A alternativa que chega mais perto
dessas características é Ingrid Guerra, do Atlético-MG. Ainda que não tenha
apresentado seu melhor nível desde que chegou ao Brasil (e por consequência
tenha ficado de fora da convocação decisiva), é possível notar a qualidade da
jovem atacante de 20 anos quando ela deixa a área em busca de ajudar na
construção ofensiva e também no momento da finalização. Dessa forma, a comissão
técnica optaria por não convocar uma real opção ao estilo apresentado por Mayra
Ramírez.
Outro nome interessante para o
ataque nos últimos tempos foi Yisela Cuesta, também com passagem pelo Galo. Porém,
bem como Ingrid Guerra, ela não seria mantida para a reta final do ciclo.
Assim, não podemos descartar o aproveitamento de Catalina Usme por ali. Ela
pode muito bem ser adiantada a uma função mais ofensiva para que se evite o
alto desgaste da craque no momento da recomposição.
O setor defensivo parece bem encaminhado. Catalina Pérez se afirmou na meta colombiana durante a Copa América e parece transmitir maior segurança do que a outrora titular Sandra Sepúlveda. O único problema para a goleira é a falta de ritmo de jogo. Os poucos minutos em campo pelo Real Betis (foram somente quatro partidas em quase dois anos na Espanha) fizeram com que a atleta de 28 anos acertasse sua transferência ao Avaí Kindermann no final do último mês de Março.
E ela não é a única defensora colombiana
que atua no Brasil. Mónica Ramos, lateral-direita titular, defende as cores do
Grêmio. Já Jorelyn Carabalí vem tendo boas atuações nesse seu começo de
carreira no Atlético-MG – inclusive contribuindo com gols em lances de bola
parada. Sua companheira no miolo da zaga foi Daniela Arias. O setor defensivo
titular é completado pela lateral-esquerda Manuela Venegas. A rigor, todas elas
foram zagueiras em algum momento da carreira.
Dessa forma, adicionam muito mais
solidez atrás do que propriamente um poderio ofensivo com bola rolando. Em
lances aéreos oriundos de escanteios e faltas, porém, especialmente Arias, Venegas
e Carabalí são armas importantes. Vale dizer que uma linha com cinco defensoras
chegou a ser testada durante o ciclo e não pode ser descartada para o mundial.
Especialmente o 5-3-2 parece cair bem, já que deixaria o talentoso centro do
campo mais livre para pensar as movimentações ofensivas.
Agora, vamos às opções no banco de reservas. Carolina Arias, Daniela Caracas e a jovem Ana María Guzmán podem exercer a função de lateral pelo lado direito. Guzmán desponta como uma candidata a ocupar o posto por um longo tempo, já que vem de ótimas competições de base com a camiseta colombiana e merecidamente faz parte do grupo principal Cafetero. Porém, até pela consistência que Mónica Ramos oferece ao time, parece improvável que a jovem de 18 anos inicie a Copa como titular – apesar do inegável talento que tem.
Outra novata que vem conseguindo
seu espaço no elenco é Angela Barón, de rendimento elogiável no último Mundial
Sub-20. É ela a reserva mais cotada a ir a campo caso ocorra algo com a dupla
titular de zagueiras. Outra opção durante o ciclo foi Korina Clavijo, com
passagem pelo Cruzeiro e atualmente no futebol chileno. Entretanto, vale
lembrar que as quatro defensoras titulares já atuaram em uma posição central e
podem ocupar esse espaço sem maiores problemas.
Para a lateral-esquerda, a
alternativa direta à Manuela Vanegas é a polivalente Daniela Caracas, que pode
atuar ainda como zagueira ou volante. Detalhe: o setor poderia estar ainda mais
reforçado. Natalia Gaitán e Isabela Echeverri, titulares da seleção durante boa
parte da última década, não fazem parte das listas desde 2019 por desavenças
com comissão técnica e Federação. Perdas importantes pelo que ambas adicionam
também com a bola nos pés.
Destaque – Leicy Santos
Seu desempenho na última Copa
América foi espetacular. Até se entende que boa parte dos louros da
classificação acabe caindo sobre a craque Linda Caicedo. Especialmente pelo
futebol de gente grande demonstrado pela então atleta de 17 anos em seu
primeiro campeonato pela equipe principal – e dentro de casa. Porém, foi Leicy
Santos quem realmente fez a diferença para a Colômbia.
Durante todo o torneio continental,
a meio campista comandou o setor com sua visão de jogo apurada, qualidade
técnica e inteligência para encontrar e criar espaços. Santos foi capaz de
encontrar companheiras bem posicionadas com toques de classe (como no que
resultou no belo gol de Mayra Ramírez contra o Equador) ou em lances de bola
parada que acabariam decidindo confrontos a favor das donas da casa.
Por sua importância, entende-se a
aflição da torcida local com o problema muscular que a impediu de entrar em
campo na data FIFA do último mês de Março. Menos mal que foi somente um susto,
e Leicy Santos atuaria pelo Atlético de Madrid em Abril e também em Maio. Tê-la
em boa forma física para a Copa do Mundo certamente ajudará muito a Colômbia a
brigar fortemente por uma das vagas à fase final.
Coreia do Sul
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Foto: Victor Fraile (Power Sport Images) |
A equipe coreana vem de boas campanhas em competições continentais e chega ao mundial tendo totais condições de brigar por um lugar na fase decisiva. A grande referência técnica continua sendo a talentosa Ji So-yun, mas as asiáticas apresentam agora uma equipe mais sólida em seu setor defensivo e que passou a gostar de ter a posse de bola.
Os recentes enfrentamentos contra as
outrora favoritas seleções de Austrália, China e Japão evidenciam essa melhora
de nível. Como a Coreia passou a fazer jogos duros contra rivais desse poderio,
não é loucura imaginar que a equipe consiga apresentar um bom desempenho também
na Copa do Mundo. Nem que seja somente durante as três partidas da fase de
grupos.
O conjunto asiático, aliás, esteve
muito perto do primeiro título continental de sua história no ano passado.
Porém, a equipe de Colin Bell sofreu três gols das chinesas já no segundo tempo
e viu o imponente 2x0 construído na etapa inicial servir de nada. E o curioso é
que a Coreia chegou a abrir o mesmo placar na eliminatória olímpica para
Tóquio, mas novamente viu a China frustrar seus planos ao buscar a igualdade.
À época, o 2x2 serviu para que o
país vizinho se classificasse para a Olimpíada em solo japonês. Neste Grupo H
da Copa, a Colômbia parece um pouco à frente no aspecto geral, mas a Coreia tem
armas para brigar. E estrear bem será essencial, já que as asiáticas enfrentam
justamente as sul-americanas na rodada de abertura.
Ranking da FIFA: 17º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: 3/8 (2003, 2015, 2019).
Melhor Campanha: Oitavas de Final (2015).
Técnico: Colin Bell (desde Outubro de 2019).
Convocação
Goleiras: 1-Yoon Young-geul (윤영글; 35 anos – 28/10/1987; BK Häcken-SUE), 18-Kim Jung-mi (김정미; 38 anos – 16/10/1984; Incheon Hyundai SRA), 21-Ryu Ji-soo (류지수; 25 anos – 03/09/1997; Seoul FC);
Alas/Meias: 2-Choo Hyo-joo (추효주; 22 anos – 29/07/2000; Suwon UDC), 16-Jang Sel-gi (장슬기; 29 anos – 31/05/1994; Incheon Hyundai SRA);
Zagueiras: 3-Hong Hye-ji (홍혜지; 26 anos – 25/08/1996; Incheon Hyundai SRA), 4-Shim Seo-yeon (심서연; 34 anos – 15/04/1989; Suwon UDC), 6-Lim Seon-joo (임선주; 32 anos – 27/11/1990; Incheon Hyundai SRA), 20-Kim Hye-ri (김혜리; 33 anos – 25/06/1990; Incheon Hyundai SRA);
Meio Campistas: 5-Kim Yun-ji (김윤지; 34 anos – 01/06/1989; Suwon UDC), 8-Cho So-hyun (조소현; 35 anos – 24/06/1988; Tottenham Hotspur-ING), 9-Lee Geum-min (이금민; 29 anos – 07/04/1994; Brighton & Hove Albion-ING), 14-Jeon Eun-ha (전은하; 30 anos – 28/01/1993; Suwon UDC), 17-Lee Young-ju (이영주; 31 anos – 22/04/1992; Madrid CFF-ESP);
Armadoras: 10-Ji So-yun (지소연; 32 anos – 21/02/1991; Suwon UDC), 12-Moon Mi-ra (문미라; 31 anos – 28/02/1992; Suwon UDC), 22-Bae Ye-bin (배예빈; 18 anos – 07/12/2004; Uiduk University);
Pontas: 7-Son Hwa-yeon (손화연; 26 anos – 15/03/1997; Incheon Hyundai SRA), 11-Choe Yu-ri (최유리; 28 anos – 16/09/1994; Incheon Hyundai SRA), 23-Kang Chae-rim (강채림; 25 anos – 23/03/1998; Incheon Hyundai SRA);
Atacantes: 13-Park Eun-sun (박은선; 36 anos –
25/12/1986; Seoul FC), 15-Chun Ga-ram (천가람;
20 anos – 19/10/2002; Hwacheon KSPO), 19-Casey Phair (16 anos – 29/07/2007;
Players Development Academy-EUA).
Lista
de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Kang Ga-ae (강가애; GOL – Sejong
Sportstoto; opção técnica), Kim Hye-yeong (김혜영; ZAG – Gyeongju KHNP; opção técnica),
Park Ye-eun (박예은; VOL/MC –
Brighton & Hove Albion-ING; opção técnica), Jang Chang (장창; VOL – Hyundai Steel Red Angels; opção
técnica), Yeo Min-ji (여민지; AT – Gyeongju
KHNP; opção técnica).
Time-Base
Kim Jung-mi; Kim Hye-ri, Lee Young-ju, Shim Seo-yeon; Choo Hyo-joo, Lee
Geum-min, Cho So-hyun, Jang Sel-gi; Ji So-yun ©; Choe Yu-ri, Son Hwa-yeon.
A chegada do primeiro técnico estrangeiro da história da Coreia do Sul não alterou a estrutura de jogo da equipe. Pelo menos nos primeiros anos de trabalho, quando os consolidados 4-3-3 e 4-2-3-1 montados por Yoon Deok-yeo (comandante nacional durante os anos de 2013 e 2019) foram mantidos como ideias principais de jogo. É lógico que Colin Bell impôs algumas de suas convicções pessoais ao time já de cara, mas o plano básico permanecia o mesmo.
Com o passar do ciclo, porém, o
inglês optou por um esquema com três zagueiras que acabaria trazendo bons
resultados às asiáticas. Especialmente na disputa da Copa da Ásia, quando a
Coreia do Sul fez a melhor campanha de sua história e terminou em segundo lugar
após vender caro a derrota por 3x2 para a China na grande decisão.
Durante esse glorioso caminho, o ponto de maior destaque foi a vitória contra a Austrália, país-sede da atual edição do mundial e que era o favorito natural a avançar. Mais do que os bons resultados recentes, a seleção parece mais organizada e consistente em uma formação que deixa os seus principais talentos com maior liberdade de circulação e sem tanta responsabilidade defensiva.
Essas figuras-chave estão dispostas
no centro do campo e são bem conhecidas de quem acompanha a modalidade há algum
tempo. Trata-se principalmente de Cho So-hyun e Ji So-yun. A dupla, aliás, é a
maior da história do futebol local pelo nível que conseguiu atingir tanto com a
camiseta nacional quanto em clubes. Cho já foi uma das melhores volantes do
futebol asiático e que se destacava especialmente pela combatividade e o fôlego
invejável para realizar coberturas.
Durante o período Deok-yeo, a atual
meio campista do Tottenham era a figura que atuava entre as linhas de meio campo
e defesa como a principal encarregada de limitar espaços no setor. Hoje, até
pela idade avançada, ela passou a ter uma parceira para esse papel de marcação.
Esse auxílio, aliás, faz com que a jogadora tenha uma maior liberdade para
participar da construção ofensiva.
Atualmente, é Cho a volante que mais se desprende para auxiliar Ji nas tarefas criativas da equipe. O fato de as coreanas agora terem um trio de zagueiras dando maior solidez atrás certamente contribui para esse menor compromisso da histórica volante de 34 anos com o jogo defensivo e facilita essa sua nova função.
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Moon Mi-ra parecia carta fora do baralho, mas a comissão técnica optaria por ter uma meio campista criativa de maior experiência em competições internacionais. Foto: FIFA (via Getty Images) |
Sem contar que o meio campo
asiático passou a adotar um estilo que valoriza a posse de bola. Dessa forma,
Cho naturalmente participa mais dos movimentos de criação. Sua maneira de
adicionar qualidade ofensiva na maior parte das vezes se dá através de passes curtos
e lançamentos. Assim, ela se torna uma excelente parceira à Ji So-yun,
indiscutivelmente a maior referência da equipe.
Aliás, não é exagero dizer que o
esquema sul-coreano é todo montado para favorecer o desequilíbrio técnico que a
jogadora é capaz de transmitir ao time. Por conta disso, ser taxativo quanto à
formação tática das asiáticas não é tarefa fácil. É possível que vejamos Ji
como uma atacante central com grande poder de mobilidade em um 3-4-3 ou como
uma legítima armadora em um 3-4-1-2. Contra Marrocos, onde o conjunto oriental
parece o favorito, existe a possibilidade de a craque ser utilizada como
volante.
Isso aumentaria o poder criativo do time desde a intermediária defensiva e reforçaria o meio campo com uma jogadora de mais talento e imprevisibilidade. A favorecida natural seria Lee Min-a. De grande rendimento em clubes, mas que ainda não apresentou todo o seu potencial em nível de seleções – também por conta de lesões e os consequentes problemas físicos. Por não conseguir essa continuidade, a armadora acabaria ficando de fora da convocação final. Sua substituta seria a também experiente Moon Mi-ra, presença na Copa de quatro anos atrás.
Quando a opção for por um meio campo mais equilibrado, Lee Young-ju tende a ser a escolhida. Aliás, a jogadora será titular de qualquer maneira. A única dúvida é quanto ao seu posicionamento. Isso porque a atleta do Madrid CFF foi uma das que mais cresceu no ciclo, o que torna difícil imaginar a Coreia do Sul abrindo mão de seu “motorzinho”. A principal virtude de Young-ju é a qualidade que dá ao jogo asiático em matéria de condução de bola e saída do campo defensivo através da troca de passes.
Em um setor que passou a adotar um
estilo de maior controle de jogo, ela naturalmente desponta como um nome de
grande importância. E o fato de recuar às zagueiras para iniciar a construção
ofensiva aos poucos foi abrindo espaço para que ela fosse fixada na linha
defensiva. Isso aconteceu principalmente em confrontos onde as sul-coreanas
teriam a posse por muito mais tempo.
Durante a Copa da Ásia, a volante aparecia preferencialmente pelo lado direito de defesa, mas era comum vê-la também em um posicionamento mais central. Tudo dependia da marcação adversária. Esse detalhe é importante para mostrar que, mesmo quando Colin Bell utilizar um meio campo com característica criativa (tendo Ji So-yun, Cho So-hyun e Moon Mi-ra juntas), a ótima Lee Young-ju não obrigatoriamente deixará o posto no time titular.
O único problema desse centro do
campo é a questão física. Somente Cho So-hyun é uma jogadora capaz de fazer
frente em duelos físicos. As demais se destacam pela qualidade técnica e não exatamente
pelo estilo combativo ou afeito a um jogo tomado por divididas e rebotes. Uma
alternativa que se assemelha a essa característica é Jang Chang. Bastante
eficiente nos desarmes, ela passou a receber oportunidades na seleção
justamente por ser uma das poucas atletas capazes de realizar esse papel de
marcação.
Entretanto, ela não se faz presente
na lista de coreanas que viajou à Oceania. Outra surpresa na lista final é a
ausência de Park Ye-eun, que atua na Inglaterra e até ajuda mais na marcação,
ainda que nas seleções de base tenha se desenvolvido principalmente como uma
atleta de lado de campo. As demais opções no grupo de Colin Bell são jogadoras
que chamam a atenção especialmente pela qualidade com a bola nos pés.
Casos de Kim Yun-ji , Jeon Eun-ha e Bae Ye-bin. A primeira se consolidou no grupo nacional após boas temporadas no Suwon FC e acrescentaria uma boa experiência ao setor. Eun-ha era carta fora do baralho, tanto que não fez parte do ciclo. Porém, ela acabaria ganhando espaço justamente na lista decisiva. Já Bae Ye-bin (de apenas 18 anos) esteve no mundial Sub-20 do ano passado e se destaca pela eficiência em lances de bola parada. Uma escolha emergencial para os últimos meses foi Lee Geum-min. Ela não é uma marcadora nata, mas tem fôlego para fechar espaços nessa região do gramado.
Para que o meio campo consiga ter
essa maior ênfase no jogo ofensivo, a Coreia conta com alas/meias que cumprem
papéis importantes. Hoje, as atletas que largam na frente por essas vagas são
Choo Hyo-joo e Jang Sel-gi. Velozes e com qualidade no momento de alçar a bola
na área, a dupla ainda carece de ajustes defensivos. Especialmente no
acompanhamento aos avanços das pontas ou laterais adversárias, facilitando
assim o equilíbrio no setor defensivo.
Mesmo que eventualmente ceda esses
espaços, ambas costumam recuar como se fossem realmente duas defensoras a mais
na proteção à meta coreana. O 3-5-2 se transforma então em um 5-3-2. E vale
destacar que tanto Hyo-joo quanto Sel-gi são capazes de trocar de lado sem
maiores problemas durante as partidas. Isso facilita o encaixe individual em
cima de uma rival (estando na zona defensiva) ou uma alternância na forma de
atacar pelas laterais do campo.
Outro detalhe importante: nas formações coreanas que utilizam uma linha de quatro defensoras (especialmente 4-3-3 e 4-2-3-1, utilizados no começo do ciclo), elas já têm experiência atuando como laterais. Quem foi utilizada como ala durante um bom tempo foi Kim Hye-ri, hoje em dia uma zagueira que preferencialmente atua pelo lado direito. Hye-ri é uma das mais versáteis jogadoras sul-coreanas.
Historicamente, ela já desempenhou
funções de lateral-direita, lateral-esquerda e também zagueira da sobra. Hoje
em dia, ela parece ter se afirmado como uma defensora que até conduz a bola quando
preciso, mas permanece perto da própria meta na maior parte do tempo. A outra
escolha que parece assegurada na última linha coreana é Shim Seo-yeon, que pode
ocupar o lado esquerdo de defesa ou o centro.
Essa indefinição ocorre por conta
do nome escolhido para completar o trio. Se esse for o de Lim Seon-joo ou Hong
Hye-ji, nenhuma mudança mais acentuada acontece. Porém, vale lembrar a
possibilidade de a volante Lee Young-ju ser recuada para melhorar a saída de
bola das asiáticas. Esse, aliás, parece ser o grande dilema enfrentado por
Colin Bell. É fato que com Young-ju atrás e outra meio campista encarregada
pela circulação de bola na região central do gramado a equipe terá mais
recursos técnicos.
Entretanto, também é garantido que vai sofrer mais em lances aéreos defensivos. E, se pensarmos que a Coreia do Sul terá pela frente três seleções que contam com centroavantes de boa estatura, esse é um ponto a ser observado atentamente para a Copa. É inegável que a defesa é o setor que mais tira o sono dos coreanos.
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Aos 38 anos, Kim Jung-mi vai para o seu terceiro mundial. Além de disputar as quatro partidas em 2015, ela foi a a titular na campanha de 2003. Foto: Getty Images |
Em matéria de imposição física,
quem mais leva vantagem é Hong Hye-ji. E com o adicional de a defensora se
tornar uma dor de cabeça para as adversárias também nos momentos ofensivos.
Quem mais se assemelha a essa eficiência em duelos pelo alto é Kim Hye-yeong. Ausente
durante quase todo o ciclo, a jogadora retornou ao grupo nacional justamente
nessa tentativa desesperada de acrescentar maior média de altura em sua linha
defensiva. Todavia, ela não faria parte do grupo das 23 apesar de ter no currículo
uma convocação para a Copa de 2015.
No gol, a experiente Kim Jung-mi
(de 38 anos) completa um setor bastante rodado e que atuou junto durante um
longo período. A goleira disputou os quatro jogos na histórica campanha
sul-coreana em 2015 e provavelmente seria a titular também no mundial anterior,
mas acabaria sendo cortada pouco antes do início da competição por conta de um
problema no tendão de Aquiles. Jung-mi teve bons momentos recentes em confronto
disputado contra a Inglaterra, apesar do 4x0 sofrido pelo conjunto coreano em
Milton Keynes.
No ataque, as asiáticas sofrem. Por mais que tenham uma craque como Ji So-yun organizando as jogadas e eventualmente aparecendo na área para concluí-las, a dificuldade em balançar as redes adversárias é algo que preocupa. Isso porque suas duas jogadoras que vão a campo, independente de quem sejam, estão mais acostumadas a desempenhar um papel de movimentação do que finalização.
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Choe Yu-ri foi quem mais correspondeu durante o ciclo, mas é nítido que a Coreia do Sul carece de uma atacante mais eficiente e confiável para ter maiores aspirações. Foto: KFA |
Lee Geum-min, Choe Yu-ri, Son
Hwa-yeon, Yeo Min-ji e Kang Chae-rim se revezaram na titularidade durante esses
anos, mas todas marcam poucos gols. O drama é tamanho que a comissão técnica
recorreu a nomes como Park Eun-sun (36 anos) e Jung Seol-bin (32 anos) para
treinamentos recentes. A dupla, que fez parte do elenco que disputou o mundial
de 2015, estava totalmente fora dos planos até então. Eun-sun acabaria
convocada para a Copa, e é um adicional enorme para os lances aéreos ofensivos.
Para explanar ainda mais o tamanho
do problema: Ji So-yun marcou cinco dos dez gols sul-coreanos na Copa da Ásia
de 2022. As atacantes que balançaram as redes na competição (Lee Geum-min, Son
Hwa-yeon, Seo Ji-yeon e Choe Yu-ri) só o fizeram em uma oportunidade. A
expectativa é que Chun Ga-ram (atacante e meia-atacante de 20 anos e melhor
jogadora jovem do país no ano passado) repita na seleção principal o que vem
apresentando em torneios de base.
Mas a grande novidade mesmo foi Casey Phair. De apenas 16 anos, a jogadora construiu toda a sua breve trajetória no futebol dos Estados Unidos. A princípio, ela chega para ser uma alternativa mais ou menos com as mesmas características da centroavante Park Eun-sun, ainda que Phair esteja mais acostumada a sair da área para busca jogos. Resolver ou pelo menos amenizar esse problema de gols será importante para que a Coreia do Sul consiga competir por um lugar na segunda fase da Copa.
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Independentemente da função que exerce, Ji So-yun é essencial para construção e também finalização dos lances ofensivos sul-coreanos. Foto: Han Myung-gu (Getty Images) |
Destaque – Ji So-yun
O crescimento sul-coreano na última
década se deve muito ao futebol apresentado pela cerebral meio campista. Ela
que está novamente em casa após uma longa e vitoriosa passagem pelo Chelsea,
lugar onde venceu todos os torneios nacionais possíveis. Seu nível técnico
continua o mesmo de outrora, o que mudou foi a contribuição ao conjunto coreano.
No passado, a craque era a
encarregada de organizar as ações ofensivas a partir da intermediária de
ataque. Com o passar do ciclo, porém, se tornou comum ver Ji em diferentes
partes do campo – até mesmo atuando mais próximo às zagueiras. Esse novo papel
exercido pela atleta combina perfeitamente com o estilo adotado pelo time, que
se acostumou a trabalhar a bola com mais paciência no centro do campo.
E, por mais que as também
experientes Moon Mi-ra e Cho So-hyun sejam ótimas em achar espaços na defesa
adversária em passes ou movimentações, é com Ji que o jogo flui melhor. Vale
destacar também a eficiência em lances de bola parada e a veia artilheira da
atleta de 32 anos. Na última Copa da Ásia, a craque marcou cinco gols em seis
jogos. Muito por conta disso, ela venceu seu sétimo prêmio de Jogadora Coreana
do Ano ao final de 2022.
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