Com o boxe à beira da eliminação olímpica, a Associação Internacional de Boxe (IBA) disse ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que cumpriu seus critérios de reforma e que qualquer proibição do esporte não corresponderá a requisitos legais. Conforme divulgado pela Reuters, a IBA, por meio de um relatório, também culpou o COI por ações unilaterais e por fazer declarações falsas.
O relatório da IBA foi enviado ao COI antes da reunião do Conselho Executivo no final de junho, onde discutirá o andamento das reformas da federação internacional. O COI já excluiu provisoriamente o esporte das Olimpíadas de Los Angeles 2028 com uma decisão final esperada em sua sessão na Índia em outubro do ano passado.
Surte+: Conselho Executivo do COI recomenda a retirada do reconhecimento da IBA
“A IBA fez o possível para eliminar a preocupação do COI com as diferentes áreas de trabalho da Associação aprimorá-las, como finanças, governança e integridade esportiva”, diz o relatório da IBA.
O COI suspendeu o IBA em 2019 por questões de governança, finanças, arbitragem e ética e não o envolveu na realização dos eventos de boxe nas Olimpíadas de Tóquio em 2021 e exigiu reformas imediatas antes que uma decisão sobre a inclusão do esporte fosse tomada, mas alertou repetidamente que o IBA não estava fazendo o suficiente. O COI também é responsável pelas eliminatórias de boxe para as Olimpíadas de Paris 2024.
“O IBA não encontrou na Correspondência do COI de 6 de abril de 2023 qualquer vínculo com uma norma jurídica específica que tenha sido violada pelo IBA para estar na situação de possível retirada do reconhecimento do COI, mas apenas menção de uma suposta falta de vontade de cooperar, ", disse o IBA no relatório.
A IBA é dirigida desde 2020 pelo empresário russo Umar Kremlev, cujas ações nos últimos anos levaram à criação de um grupo dissidente chamado World Boxing, com vários países deixando a IBA para ingressar na nova organização. Kremlev, que havia acertado com a gigante energética russa Gazprom como patrocinadora, vem tentando tratar as finanças problemáticas da IBA e tem lutado para manter a unidade de sua organização.
O IBA diz no relatório que, em sua visão, atendeu com sucesso aos critérios mencionados no roteiro do COI, com progresso em todas as frentes de reformas solicitadas. A Associação também culpou o ex-presidente e então membro do COI, CK Wu, por muitos dos problemas da IBA desde 2016, quando ele estava no comando.
Kremlev insiste que o IBA havia resolvido todas as questões financeiras e dívidas pendentes, graças ao acordo com a Gazprom, que gerou críticas consideráveis desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado. A empresa não é mais patrocinadora e a IBA disse que desde então diversificou as receitas.
"O IBA quitou todas as dívidas da gestão anterior", disse. "A preocupação com a Gazprom não tem base, já que o contrato de patrocínio da Gazprom expirou em 31 de dezembro de 2022 e não foi prorrogado. Além disso, é falsa declaração do COI de que nenhuma informação sobre a diversificação das receitas do IBA foi fornecida pelo IBA. Em particular, aumentamos significativamente nossas receitas com o programa de licenciamento, TV e direitos de marketing e hospedagem das competições", afirmou Umar Kremlev.
O dirigente máximo da IBA aproveitou para criticar o COI por assumir as eliminatórias de Paris 2024 sem consultar a IBA, o que teria craido uma situação problemática no boxe mundial, com uma disputa sobre manter em seu quadro os principais funcionários, em proteção ao seu investimento e know-how, em todos estes anos.
"O COI passou por cima da IBA e entrou em contato com os dirigentes sem acordo prévio de compartilhamento de dados entre as duas entidades. Só neste ano o IBA se ofereceu várias vezes para entrar em diálogo, porém, todos esses pedidos foram ignorados de forma desrespeitosa. O IBA busca o reconhecimento do extraordinário trabalho realizado sob a nova gestão e solicita a colaboração... para que o evento seja executado no mais alto nível", disse Kremlev.
O russo Umar Kremlev encerrou afirmando que a retirada do pleno reconhecimento da IBA pelo COI não será uma decisão justificada, justa e legalmente correta.
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