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FIVB/Divulgação |
*Com Marcos Antonio, Mariana Alves e Paulo Cesar Guimarães
Thaisa está volta à seleção de vôlei. Antes dos jogos de Tóquio, a bicampeã olímpica anunciou sua despedida e todo mundo pensou que ela não retornaria mais, se focando apenas no seu clube, o Minas. Mas depois anos depois de seu anúncio, a central de 36 anos foi convocada para a temporada de seleções de 2023 e após uma conversa com o treinador José Roberto Guimarães, está de volta para a disputa da Liga Das Nações e do pré-olímpico de Paris.
Em entrevista exclusiva para o Surto Olímpico, Thaisa explicou que seu anúncio antes de Tóquio nunca foi um anúncio de aposentadoria definitiva da seleção e que nunca teve essa intenção: "Eu disse que eu precisava de dispensa, eu precisava me cuidar e que precisava me afastar da seleção. Em momento nenhum usei a palavra aposentadoria (no meu anúncio), então eu nunca levei para o lado de estar definitivamente aposentada da seleção."
Thaisa revelou que sua principal motivação para o retorno à seleção foi que agora ela se sente saudável pra encarar uma temporada de seleções: "Eu consegui descansar, consegui me sentir bem, consegui fazer meu corpo se readaptar a esse ritmo pesado de jogos e treinos. Consegui terminar temporada bem, sem dor, forte fisicamente, entendendo que eu podia dar mais depois de uma temporada de clube. Porque antes, logo que eu voltei de cirurgia, os primeiros anos foram muito difíceis. Eu sentia muita dor, meu corpo estava se adaptando e não tinha condição, eu não conseguia, realmente não conseguia. Depois de um certo tempo é que meu corpo se adaptou e eu sinto que isso influenciou completamente na minha decisão (de voltar)."
Apesar da sua volta, Thaisa prefere esperar para decidir se estará nas próximas competições ou na Olimpíada de Paris. Por conta do seu joelho, ela prefere analisar dia-a-dia antes de qualquer decisão: "É óbvio que eu tenho os meus objetivos, meus desejos, e o maior deles é poder ajudar, é poder acrescentar para as meninas. Mas isso aí vai ser passo a passo, dia após dia. É o que vai ser daqui pra frente."
Confira abaixo alguns pontos da entrevista, que você vai conferir completa na próxima edição do nosso SurtoCast, o podcast do Surto Olímpico em seu player de áudio favorito a partir de terça feira
Conversa com o Zé Roberto
"Nossa conversa foi muito boa, foi muito bacana, fiquei muito feliz com com a ligação, né? Poder conversar, ter esse papo mais próximo com o Zé, a quem eu tenho uma admiração muito grande, uma gratidão eterna por ele e pela família dele. Então foi uma conversa muito muito gostosa, muito bacana, de muito respeito."
O que pode acrescentar para a seleção
"Que eu acho que eu posso acrescentar é com a minha experiência, com a minha vivência. São muitos e muitos anos de seleção, não só de seleção, mas de clube, de voleibol, passando por muitas situações boas e felizes e muitas dolorosas e difíceis. Então acho que talvez eu posso ajudar nessa situação, nesse acolhimento, de passar a experiência e contar, digamos assim, história tipo avó (risos) e mostrar como funciona, como funcionou, que era feito, como que passamos por certas situações. E acho que com certeza vai ser muito mais nesse sentido. Eu não estou ali para ensinar ninguém, eu estou para aprender junto com todas elas. Com certeza elas tem muito para me ensinar também. (...) Eu estou aberta para ajudar no que for preciso, inspirar no que foi que for possível, mas eu levo muito para o lado de acrescentar mesmo, de doar o que eu tenho de experiência e receber o que elas tem de bom, de novidade, né? Eu acho que é uma troca e essa é uma troca bem bacana.
Possibilidade de ser tricampeã olímpica
Com certeza eu penso em grandes coisas para minha vida, grandes objetivos, grandes metas. Eu acho que é necessário a gente ter esses grandes objetivos, porque isso que faz você se mover, agir. Mas eu acredito muito que tudo é consequência do que você decide fazer, de como você age em direção dos hábitos que você cria. Então tudo isso vai ser consequência do trabalho.
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Eliezer Esportes/CBV |
Temporada do Minas
Eu acho que o time, no fim das contas, conseguiu evoluir, se encontrar um pouco mais, mas eu ainda acho que faltou bastante coisa ali...mas faz parte, a gente não vai ganhar sempre. Apesar dos pesares, apesar de todas as dificuldades, acredito que a gente chegou muito longe. Pra um time que ficou desacreditado durante a temporada praticamente toda, que as pessoas não acreditavam que chegaria nem em uma semifinal, e a gente chegou e chegou na final... mas acho que faltou, né? Faltou assim performance nos jogos das finais, a gente ficou devendo, sim, mas eu saí de certa forma, não satisfeita porque eu ia está mentindo, mas entendendo que a gente não vai ganhar sempre e que a gente conseguiu dentro das possibilidades, fazer um bom trabalho. Então, mas eu tiro muito aprendizado de tudo que aconteceu, principalmente comigo, porque eu acho que cada um tem que pensar no seu também, entender o que pode melhorar, onde pode evoluir.
Thaisa pós lesão
Eu sou muito grata a tudo que me aconteceu, apesar de ter sido muito difícil. Porque hoje eu eu vejo uma Thaisa antes da lesão e outra pós lesão. E eu acho que hoje eu sou, tirando o joelho é claro, fisicamente e mentalmente muito melhor, e mais forte tecnicamente do que eu era antes. Então assim, isso mostra como que nossa cabeça domina tudo. E eu poderia ter feito isso antes de lesão, só que talvez eu estivesse acomodada em uma zona de conforto que não precisava fazer isso, buscar o algo mais. E essa lesão e todos esses problemas me fizeram buscar esse algo mais e sair da minha zona de conforto. E hoje eu estou colhendo muito mais resultados do que provavelmente eu tinha antes.
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