A Federação
Internacional de Halterofilismo (IWF), anunciou que os levantadores de pesos
russos não participarão do programa de qualificação para os Jogos Olímpicos do
ano que vem em Paris, devido à ausência de documentos. Um grupo de 13 atletas
com passaportes de Belarus foram liberados, mas ninguém da Rússia enviou a
documentação até o prazo final, dia 15 de maio.
A
decisão da IWF foi confirmada após o Conselho Executivo da entidade se reunir,
antes de divulgar a lista de Atletas Neutros Individuais (AIN) que são
elegíveis para participar do Grande Prêmio da IWF em Havana, Cuba, de 8 a 18 de
junho.
Quaisquer
levantadores de pesos que não tenham iniciado seu esforço de qualificação até o
final dessa competição não podem ir para Paris 2024 porque não poderão
participar dos cinco eventos mínimos até o término da qualificação em abril
próximo.
Na
semana passada, a Rússia reagiu fortemente às condições de entrada impostas
pela IWF e enviou uma carta ao órgão dizendo que responderia "em
breve", após consultar os atletas e realizar uma reunião do Conselho da
Federação Nacional da Rússia. A essa altura, 16 de maio, as chances da Rússia
de competir como neutras já estavam nulas, no que diz respeito à IWF.
Maxim
Agapitov, presidente da Federação Russa de Halterofilismo, afirmou que as
condições impostas pela IWF, com base nas recomendações do Comitê Olímpico
Internacional (COI) e semelhantes às de outros esportes, eram
"discriminatórias" e contra a Carta Olímpica. Ele disse ainda que o
sistema proposto de sanções e multas parece uma tentativa de melhorar a
situação financeira da IWF, em referência a multas pendentes.
Para
cada violação de doping encerrada pela Agência Internacional de Testes (ITA),
que realiza todos os procedimentos antidoping para a IWF, uma multa de US$
5.000 dólares deve ser paga à IWF. Uma longa investigação sobre o doping histórico
na Rússia pela Agência Mundial Antidoping (WADA), com foco no Laboratório de
Moscou, levou até agora dezenas de levantadores de peso russos a serem
sancionados ou suspensos provisoriamente.
Agapitov
também se opôs ao fato de os atletas terem que passar por constantes
verificações de elegibilidade para saber se expressaram ou não qualquer apoio à
guerra na Ucrânia.
"Além
da discriminação óbvia, todos os nossos atletas foram imediatamente registrados
como criminosos, que serão constantemente (sujeitos a) algum tipo de
'investigação'. Isso mina completamente qualquer resquício de confiança na IWF,
que nunca levou a uma conclusão lógica a investigação de seus próprios abusos
em larga escala que existiram ao longo dos anos, e no topo dos quais ainda
existem pessoas que formaram o núcleo ativo do velho e podre sistema de dopagem
e corrupção."
A
Rússia foi banida do levantamento de pesos no Rio 2016, ficou restrita a duas
vagas nos Jogos de Tóquio 2020 adiados e agora está fora de Paris 2024. Em
Londres 2012, todas as medalhas conquistadas pelos russos, exceto uma - a prata
de Tatiana Kashirina - foram perdidas. Quando as amostras armazenadas
foram testadas novamente em 2016, elas deram positivo e os atletas foram
desclassificados.
A
IWF disse em um comunicado: "Nenhuma declaração assinada foi recebida de
atletas ou pessoal de apoio com passaporte russo até o final do prazo
estabelecido (15 de maio de 2023), portanto, levantadores de pesos e
funcionários relacionados com passaportes russos perderam a oportunidade de
entrar no próximo evento em Cuba”.
O
comunicado diz ainda que a IWF deu uma oportunidade igual e justa de ambos os
países envolvidos para participar do Grand Prix em Havana, com recomendações que
seguem as diretrizes do COI.
"A IWF optou por uma política de não exclusão, pois acredita profundamente que o esporte é uma das ferramentas mais poderosas para a unidade e solidariedade internacional. Dentro desse espírito de tolerância e reiterando seu apoio incondicional aos atletas e autoridades esportivas na Ucrânia, a IWF estabeleceu critérios de elegibilidade e condições de participação no próximo evento da IWF para atletas individuais neutros."
1 Comentários
Perder prazo para entregar documentos é forma de eliminar competidores do próprio país. Me parece irresponsabilidade ou vontade de prejudicar o atleta.
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