Últimas Notícias

Coluna Buzzer Beater - Stephanie Soares é a 'salvação' do basquete feminino brasileiro?

WNBA/Divulgação


Segunda foi um grande dia para o basquete feminino brasileiro, quando a pivô Stephanie Soares foi escolhida na quarta colocação no draft da WNBA 2023 pelo Washington Mystics - e trocada pelo Dallas Wings em seguida. Pode ter sido uma grande surpresa para muitos que não acompanham o basquete universitário dos Estados Unidos tão de perto, mas esperado para quem acompanha - esta foi inclusive a projeção dos canais ESPN sobre a posição em que  Stephanie seria escolhida. Tivemos muita empolgação nas redes sociais, como se o basquete feminino do Brasil finalmente encontrasse uma líder para poder renascer, mas será que é isso tudo mesmo?

Claro que a empolgação é justificada, Stephanie tem grandes chances de se tornar uma super pivô de nível mundial - se conseguir se manter saudável. Stephanie foi conhecida aos 19 anos, quando com os seus 1,98m - 2 cm a mais do Érika, a principal pivô brasileira - e já tinha sido chamada para os Jogos Pan-americanos de Lima, onde ela jogou muito pouco, mas pegou aquela famosa experiência vestindo a amarelinha. 

Ela foi mais usada nas competições seguintes - como o pré olímpico e pré mundial, competições mais difíceis, diga-se de passagem - e já mostrou alguns dos seus grandes talentos. A altura - agora ela tem 2 metros, embora alguns sites afirmem que ela já tem 2,01m - e a envergadura que assusta qualquer jogadora que tente infiltrar no garrafão, além de sua velocidade.

Após dois anos em uma liga secundária, ela chamou a atenção de Iowa State, onde ela explodiu, evoluindo ainda mais na defesa e virando uma ótima arma ofensiva, sem contar o seu QI de basquete elevadíssimo, em que muitos especialistas apostam que ela possa vir se tornar uma pivô sem precedentes no basquete feminino, com um equivalente mais próximo sendo encontrado no basquete masculino - Nikola Jokic, um pivô de inteligência e habilidade fora do comum. Suas ótimas médias de 14 pontos, 9.9 rebotes 3 tocos (!) por jogo na NCAA corroboram essa esperança.

Mas nem tudo são flores, afinal, Stephanie acabou lesionando o joelho em 8 de janeiro, e com isso não vai estrear nessa temporada da WNBA, só em 2024. Se manter saudável será de suma importância para o desenvolvimento da atleta, principalmente por conta de sua posição de pivô, em que lesões podem acabar com uma carreira promissora (batendo na madeira três vezes). E além disso, essa não é sua primeira lesão de joelho, a primeira a deixou de fora da temporada 2020/21, e é algo para ficar de olho.  Um trabalho de reforço físico para atleta será importante para jogar em um basquete mais atlético como o da WNBA e acredito que o Dallas Wings sabe o diamante bruto que tem nas mãos e deverá 'lapidá-lo' com muito cuidado. 


Mas e na seleção brasileira? Claro que empolga muito ver uma jogadora do país sendo draftada tão alto na WNBA, mas ainda é cedo para afirmar que vamos voltar aos tempos de glória dos anos 90 apenas com ela, afinal já é ocnhecido que no basquete uma andorinha só não faz verão, um elenco de apoio é fundamental para que ela possa brilhar. E acredito que temos que temos muitas jogadoras que atuam ou já atuaram nas ligas universitárias estadunidenses que podem trazer algo a mais para a nossa seleção em um futuro bem próximo, como Kamilla Cardoso, ala pivô que já é realidade na seleção, Izabela Nicoletti, antiga joia do basquete que sofreu dois anos com lesões no joelho e tenta se reencontrar no basquete, Babalu, Iza Varejão, Maria Paula Albiero e Mari Carvalho- que já atuam no Brasil - e muitas outras que devem formar a base da nossa seleção e quem sabe, deixar a gente sonhar com as grandes competições como o mundial - mesmo com a covardia que a FIBA fez de deixar só 12 seleções - e Olimpíadas

O que eu espero que é que a Stephanie que esta lesão não atrapalhe seu desenvolvimento, e que ela brilhe na WNBA e seja um nome de destaque na liga assim como a Damiris é, e na seleção, quando puder jogar - porque a gente sabe que a WNBA é tão ruim de liberar jogadora quanto a NBA - a gente possa ter um senhor garrafão que não vai passar nenhuma jogadora infiltrando por conta do respeito que a Stephanie ( a Damiris e a Kamilla também, outras pivôzaças que temos) vai impor ali e que possamos ser uma seleção temida novamente. O basquete feminino tem sofrido demais nesses últimos 20 anos, tá na hora da gente ter um afago de uma grande jogadora em quadra para que estes bons resultados venham.



0 Comentários

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar