O diretor-executivo do Comitê Olímpico Australiano, Matt Carroll, responsável pelo planejamento dos Jogos Olímpicos de Brisbane, em 2032, alertou que a Austrália corre o risco de fracassar sem uma ação urgente para resolver um déficit de financiamento de US$ 2 bilhões de dólares e uma revisão da forma como o esporte é administrado em nível federal.
Carroll quer que o governo da comunidade australiana crie um departamento independente dedicado ao esporte, eleve o Ministro dos Esportes ao gabinete e assine uma nova declaração de propósito para orientar a indústria. Além disso, a análise do Comitê mostrou que os esportes dos Jogos Olímpicos, Paraolímpicos e da Commonwealth teriam US$ 2 bilhões a menos do que precisavam antes de 2032, a menos que o governo interviesse.
“Sem investimento, o que os governos da Austrália querem que o esporte alcance para a comunidade não vai acontecer. E com toda a honestidade e franqueza, a menos que a situação seja corrigida, a Austrália enfrentará o fracasso nos Jogos da Commonwealth de 2026 e nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Brisbane em 2032 porque nossas equipes domésticas terão sido prejudicadas pela inação. O tempo começa agora”, disse Carroll ao National Press Club.
Depois de calcular o déficit de financiamento de US$ 2 bilhões vasculhando as contas dos esportes membros e seus programas planejados para seus atletas nos próximos 10 anos, o Comitê Olímpico da Austrália concluiu que há mais dinheiro sendo investido pelos próprios órgãos esportivos do que pelo governo.
“Planos esportivos sucessivos ao longo de muitos anos não atingiram suas ambições, porque foram financiados para fracassar. Nas projeções futuras com base no trabalho que fizemos com nossos 44 esportes membros, o esporte australiano cairá em um precipício financeiro. Os esportes estão lutando entre si por uma fatia de um bolo cada vez menor”, disse Carroll.
Carroll disse que gostaria que um novo departamento federal de esportes autônomo estivesse funcionando até o ano financeiro de 2024-2025 e coordenasse o trabalho do governo e de agências autônomas, como a Australian Sports Commission.
No entanto, Carroll argumentou que os benefícios econômicos e de saúde do esporte já são amplamente conhecidos e devem ser reconhecidos com um lugar mais alto na lista de prioridades do governo. “Não queremos ser o portfólio de assentos marginais e oportunidades de fotos políticas. Não gostamos de ser o portfólio de planilhas coloridas ou quadros brancos mapeando eleitorados”, afirmou.
“Como um setor da indústria, somos contribuintes fiscais para o bem-estar da nação por meio desse papel crítico que o esporte desempenha em nossa saúde coletiva. Vamos ver se conseguimos coordenar um pouco a forma como estamos investindo nessas coisas, para evitar o desperdício ou a alegação de que ficamos sem dinheiro porque o gastamos em outra coisa", disse ainda o CEO australiano.
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