O Brasil manteve a liderança do Campeonato Sul-Americano Sub-23, no Centro Nacional de Treinamento em Atletismo, em Cascavel, Paraná. Soma 26 medalhas (8 de ouro, 8 de prata e 10 de bronze), seguido do Equador (4, 2, 0) e do Chile (3, 3, 2). Também em pontos, o Brasil está à frente após três etapas da competição que termina neste sábado (1/10). A seleção brasileira soma 194 pontos, seguida do Chile (70) e da Argentina (62).
Numa manhã com ventos fortes em Cascavel Gabriel Boza (APA-SP) foi ao pódio do salto em distância masculino - ficou com a medalha de prata e a marca de 7,60 m (3.3). Jhon Andres Berrio, da Colômbia, vice-campeão mundial sub-20 em Nairóbi, no Quênia-2018, venceu a prova com 7,70 m (2.3). O chileno Matiaz Gonzalez ficou com a medalha de bronze com 7,47 m (2.9).
"O vento estava girando, mas foi a favor a maior parte do tempo. Foi uma prova com vento, poucos atletas, mas boa. Tive uma inflamação no tornozelo, doeu, e estou com problemas para treinar por causa da pista que está em reforma (em Presidente Prudente). Estou feliz pela medalha, mas 7,60 m para mim não é uma boa marca", disse Gabriel que nasceu em São José dos Pinhais (PR) e ainda compete os Jogos Abertos do Paraná antes das férias. "Queria fechar o ano fazendo um 8 metros nos Jogos Abertos", disse o recordista sul-americano sub-20 (8,04 m) que este ano foi medalhista de bronze no Campeonato Mundial de Cáli, Colômbia (7,90 m).
Nas semifinais dos 200 m foram registrados dois recordes do campeonato. Anahi Suarez suarez, do Equador, vencedora dos 100 m na quinta-feira (29/9), correu 22.81 (-0.1). A marca anterior, de 23.04, pertencia a Vitória Rosa - era de Cuenca (ECU), de 30/9/2018. Lucas Rodrigues da Silva (Equipe Medex-RJ) correu 20.49 (1.2) na segunda semifinal. O recorde do campeonato era de Aldemir Junior, com 20.50, de 5/10/2014, em Montevidéu, Uruguai. O paranaense Renan Gallina (AA Maringá) correu 20.16 (índice para o Mundial adulto de Budapeste, Hungria, em 2023), mas com vento inválido de 2.7 m/s. Renan já tem o índice - com a marca de 20.12 - feita em Cuiabá (MT), com ouro no Brasileiro Sub-23.
A decisão dos 200 m feminino será na última etapa da competição, neste sábado (1/10), às 10:30 para as mulheres, e às 11 horas para os homens.
A paranaense Marya Izabella Botega Netto (FECAM/ASSERCAM-PR), de 19 anos, uma estreante na seleção brasileira e no Sul-Americano ficou com a medalha de ouro no lançamento do disco (47,59 m). A Valentina Ulloa (47,20 m), do Chile, ficou com a prata e a brasileira Yasmin Piske (Pomerode-SC), com 46,39 m, levou o bronze. "Entrei bem confiante, foi uma prova muito boa. Quando a chilena lançou 47 m eu fiquei nervosa, mas não desisti e a marca veio no quarto lançamento", disse Marya que nasceu em Curitiba, é da equipe de Campo Mourão, e escolheu o atletismo depois de participar de uma corrida de rua, aos 15 anos, convidada pelo treinador Sidmar Righetto.
Marcelo Garcia Lopes (AAAMA-SP) conquistou a medalha de prata no arremesso do peso, com 17,44 m. O argentino Sazia Nazareno Uriel foi o campeão (19,76 m) e o seu compatriota Juan Manuel Vivarelli ganhou o bronze (17,21 m).
Maria Lucineida e Núbia de Oliveira levam quatro medalhas
As fundistas Maria Lucineida Moreira (Projeto Atletismo Campeão-PE) e Núbia de Oliveira Silva (APA Petrolina-PE) foram ao pódio dos 10.000 m na sexta-feira. Ambas informaram que terminou a temporada em pista, mas que passam os próximos meses treinando para estrear nos 15 km da Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo, no último dia do ano.
A peruana Sofia Mamani foi a campeã dos 10.000 m com recorde do campeonato em 34:28.33. Também a brasileira Maria Lucineida superou a melhor marca da competição, com 34:45.29. A medalha de bronze ficou com Núbia de Oliveira, do Brasil, com 35:19.76. O recorde do campeonato era de Jessica Paguay, do Equador, com 35.10.63, de 23 de setembro de 2016.
Maria Lucineida, de 20 anos, que é atleta da Aeronáutica, também disputará o Mundial Militar de Cross Country, em Lisboa, Portugal, competição de 7 km que será realizada de 10 a 15 de outubro. "Gostaria de ter ganho os 10 mil e lutei até onde eu pude porque não desisto e como o meu Deus eu vou longe. Mas a peruana também é forte, campeã pan-americana sub-23", disse Maria Lucineida. "Vou estrear na São Silvestre este ano pensando em performance, em pódio." Foi a segunda medalha da fundista em Cascavel, que levou o ouro nos 5.000 m.
Núbia de Oliveira, de 20 anos, também pensa nas provas de rua, quer disputar a Volta da Pampulha - "ainda não está fechado", afirma - e estrear na São Silvestre. "Estou feliz com o Sul-Americano porque este é o meu primeiro ano como sub-23", disse Núbia, que também levou a medalha de bronze nos 5.000 m.
Para Lucas Conceição Vilar (SESI-SP) ficar com a medalha de bronze nos 400 m (46.77) foi um resultado de muita superação. Explicou que passou muito mal com febre, dor e vômitos, mas resolveu correr graças ao suporte médico da seleção - equipe chefiada por André Guerreiro. "Os meninos (Erik Cardoso e Felipe Bardi) me deram motivação, a equipe me ajudou e eu fui ao pódio, com muita superação", disse o atleta paulista.
O argentino Larregina Elian Gaspar ficou com a medalha de ouro nos 400 m (46.59) e o brasileiro Douglas Mendes da Silva (Balneário Camboriú-SC) com a prata (46.59).
Nicole Dayci Caicedo Arce, do Equador, venceu os 400 m feminino (53.91), com Maria Victória Belo Sena (APA-SP) em segundo (54.11) e Giovana Rosália dos Santos (SESI-SP) em terceiro (54.67), em dobradinha do Brasil. "No ano passado eu fui segunda, mas com uma marca melhor. Mas é pensar nos Jogos Sul-Americanos de Assunção - vou correr o revezamento", disse Maria Victória.
As duas equipes de revezamento 4x100 m do Brasil ficaram com a medalha de prata. Sabrina Costa, Letícia Lima, Vida Aurora Caetano e Vanessa Sena dos Santos fizeram 44.57. O ouro ficou com a equipe do Equador (44.50) e o bronze com a Colômbia (44.74).
No masculino a seleção brasileira teve Lucas Gabriel Antunes, Renan Gallina, Lucas Rodrigues da Silva e Erik Cardoso no revezamento 4x100 m que também ganhou a medalha de prata (39.61). A Colômbia conquistou o ouro (39.59) e a Argentina o bronze (39.99).
Paulo Henrique conquista nona medalha de ouro brasileira
A única medalha de ouro da sexta-feira (30/9) foi conquistada pelo paranaense Paulo Henrique Ribeiro (AABLU-SC) nos 20.000 m marcha atlética, que completou as 50 voltas na pista em 1:29:53. Nascido em Pitanga, no dia 19 de fevereiro de 2001, o atleta começou em Colombo, também no Paraná, e hoje é treinado pelo professor Ivo da Silva, em Blumenau (SC).
"Me senti bem na prova. Guardei um pouco no começo, sabia que o cara do Equador era bom, um dos melhores do mundo. Mas eu já vim com a ideia de bater o meu recorde pessoal e deu certo. Consegui manter o ritmo. Fui um pouco mais tranquilo nos primeiros 10 km - não muito - para fazer os segundo 10 km mais forte", lembrou o atleta de 21 anos. "Estou muito feliz, pela minha melhor marca."
Paulo Henrique também conquistou o seu primeiro título sul-americano na marcha. Havia sido medalha de bronze nos 10 km do Sul-Americano Sub-20. Heron Rodrigues Miranda (Balneário Camboriú-SC) ficou com a medalha de bronze, com 1:45:38, atrás do argentino Sebastián Giuliani, com 1:37:11.
Foto: Wagner Carmo/CBAT
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