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Surto Lista - 10 momentos marcantes dos Jogos Olímpicos de Inverno

Seleção dos EUA comemora após o jogo

Faltam 10 dias para a Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Para marcar a data, fizemos um Surto Lista especial com 10 momentos marcantes da história da Olimpíada de Inverno.

Milagre no Gelo


A União Soviética chegou aos Jogos de Lake Placid-1980, nos Estados Unidos, como os atuais tetracampeões olímpicos. O jogo entre os soviéticos e os donos da casa na fase final era decisivo na disputa direta entre os dois times pelo ouro.

Com um time de jovens universitários, os Estados Unidos conseguiram resultados surpreendentes ao longo do campeonato ao vencerem a Tchecoslováquia e empatando com a Suécia. No jogo contra a União Soviética, os estadunidenses saíram atrás no placar, mas conseguiram empatar e virar no terceiro período, vencendo por 4 a 2.

O apelido do jogo ficou eternizado pela narração de Al Michaels na rede de TV ABC. Nos segundos finais, Michaels declarou "Você acredita em milagres? Sim!", marcando a vitória improvável. Dois dias depois, os EUA confirmaram o ouro após vencer a Finlândia por 4 a 2. A União Soviética levou a prata e a Suécia ficou com o bronze.

Os membros da equipe acenderam a pira olímpica em Salt Lake City-2002 - Foto: Preston Keres/US Navy

O bolero perfeito

Torvill e Dean na pose inicial da apresentação - Foto: Rex
No antigo sistema de pontuação da patinação artística, os atletas recebiam notas de 0 a 6 em dois critérios: mérito técnico e impressão artística. Na dança no gelo, os favoritos ao ouro eram os britânicos Jayne Torvill e Christopher Dean, que eram os atuais tricampeões do mundo.

Na dança livre, a dupla fez uma apresentação excelente ao som do clássico "Bolero" do compositor francês Maurice Ravel. Torvill e Dean conseguiram um conjunto de notas perfeitas, recebendo 6.0 de todos os nove juízes no quesito impressão artística. Eles ainda conseguiram outros três 6.0 no mérito técnico. 

O sistema de pontuação com notas até 6.0 durou até 2005 e em nenhum outra apresentação repetiram o feito da dupla britânica.

A rainha da neve


Marit Bjorgen durante prova nos Jogos de Vancouver-2010 - Foto: IOC Media
A maior medalhista dos Jogos Olímpicos de Inverno é Marit Bjorgen. A norueguesa é dona de 15 medalhas olímpicas no esqui cross-country: oito ouros, quatro pratas e três bronzes. Os Jogos de Pyeongchang-2018 encerraram com ouro da norueguesa.

O último evento do programa olímpico foi a prova dos 30km em estilo clássico. Bjorgen concluiu a prova em 1:22:17.6, terminando quase dois minutos à frente da finlandesa Krista Pärmäkoski que ficou com a prata. 

Assim como acontece com a maratona nos Jogos de Verão, o pódio das provas de 30km (feminino) e 50km (masculino) do esqui cross-country são realizados na Cerimônia de Encerramento. Assim, Marit Bjorgen encerrou a sua carreira recebendo o ouro em pleno estádio olímpico.

Bjorgen pula no pódio montado no Estádio Olímpico de Pyeongchang - Foto: Christian Hartman/Reuters

Um gesto de nobreza


Eugenio Monti dá nome a pista de bobsled que deve receber os esportes de trenó nos Jogos de Milão-Cortina D'Ampezzo em 2026. Além de suas conquistas na "Fórmula 1 do gelo", o italiano também é lembrado por um gesto nobre.

Eugenio Monti - Foto: The Active Times
Nos Jogos Olímpicos de Innsbruck-1964, os britânicos Tony Nash e Robin Dixon lideravam a disputa do two-man após a primeira descida. Porém, após a prova eles perceberam que um parafuso do eixo do trenó estava quebrado e eles não tinham uma peça de reposição. Monti retirou um parafuso do seu próprio trenó e emprestou aos britânicos.

No final, Nash e Dixon ficaram com o ouro e Monti levou o bronze ao lado de Sergio Siorpaes. Como reconhecimento ao seu espírito esportivo, Eugenio Monti recebeu a medalha Pierre de Coubertin. 
"Nash não ganhou porque eu lhe dei a peça. Nash ganhou porque foi o mais rápido" - Eugenio Monti
Na Olimpíada seguinte, em Grenoble, na França, Monti finalmente se tornou campeão olímpico, vencendo o two-man e o four-man. Ele se aposentou com seis medalhas olímpicas (duas de cada cor) e nove ouros em campeonatos mundiais.

Clássico da Sessão da Tarde

Jamaicanos entrando no trenó - Foto: The Calgary Herald
Os Jogos de Calgary-1988 foi um marco para a participação de países tropicais nos Jogos Olímpicos de Inverno, com a primeira participação de seis países, incluindo a Jamaica. O país se classificou no bobsled e a equipe do país acabou se tornando um dos destaques na imprensa internacional. Os jamaicanos terminaram em último lugar no four-man, mas conseguiram o 30º entre 41 trenós no two-man. A participação jamaicana em Calgary foi retratada o filme "Jamaica abaixo de zero".

Os jamaicanos evoluíram na modalidade nos anos seguintes, conseguindo um 14º lugar no four-man em Lillehammer-1994, ficando a frente de países como Estados Unidos e França.

O ouro improvável

Bradbury comemora o ouro em Salt Lake City-2002 - Foto: David Gray/Reuters

O primeiro ouro do hemisfério Sul nos Jogos Olímpicos de Inverno veio com uma pitada de sorte. Steven Bradbury estava na equipe da Austrália que conquistou a primeira medalha de inverno do país com o bronze no revezamento da patinação de velocidade em pista curta (ou short track) em Lillehammer-1994. Oito anos depois, Bradbury conquistou o ouro nos 1000m em Salt Lake City-2002 em uma mistura de sorte e estratégia.

Nas quartas de final, o australiano estava em uma bateria forte, com o canadense Marc Gagnon e o estadunidense Apolo Ohno como favoritos, sendo que apenas dois avançavam. Brasdbury havia ficado em terceiro lugar mas passou para a semifinal após Gagnon ser desclassificado por obstruir um outro atleta.

Após avançar de fase, Bradbury conversou com seu técnico que sugeriu que o australiano ficasse mais atrás durante a prova, já que não era tão veloz, e se aproveitar de erros dos adversários. E foi essa estratégia que lhe rendou o ouro. Na semifinal,  Brasdbury estava em último lugar, quando os outros quatro atletas na bateria tiveram uma colisão, abrindo espaço para que ele terminasse em primeiro lugar. 

Na grande descisão, Steven Bradbury manteve a estratégia. Ele estava em quinto lugar, cerca de 15 metros atrás dos líderes, quando os quatro primeiros colidiram na última curva. O australiano ultrapassou os adversários para conquistar uma medalha de ouro histórica.

Canadá desencantou


Antes de Vancouver-2010, o Canadá já tinha sido sede dos Jogos Olímpicos em outras duas ocasiões: uma edição de verão (Montreal-1976) e uma de inverno (Calgary-1988). Porém, nessas duas oportunidades, os donos da casa não conseguiram subir no topo do pódio. 

A primeira medalha canadense em casa no esqui estilo livre, na prova masculina do moguls. Alexandre Bilodeau superou o então campeão, Dale Begg-Smith da Austrália, para levar a medalha de ouro. A disputa foi apertada, com o canadense vencendo por apenas 0.17 pontos.

Bilodeau comemora a medalha de ouro - Foto: The Canadian Press
Com o primeiro ouro no peito, o Canadá desencantou de vez. Foram 14 ouros no total, um recorde de mais medalhas douradas por um país em apenas uma edição, empatado com a Noruega em 2018.

Um marco de união

Coreias entrando juntas na parada das nações de Pyeongchang-2018 - Foto: James Hill/New York Times
Com a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno pela primeira vez na Coreia do Sul em 2018, havia especulações sobre um possível boicote da Coreia do Norte. Os dois países vizinhos tem relações diplomáticas complicadas e os norte-coreanos boicotaram os Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.

Inicialmente, a Coreia do Norte tinha classificado uma dupla nos pares da patinação artística. Porém, o comitê olímpico do país não aceitou a vaga dos dois a tempo. Mas após conversas entre os dois países e o COI, o Norte resolveu participar dos Jogos Olímpicos, recebendo convites do COI para o esqui alpino, esqui cross-country, short track e para a dupla norte-coreana da patinação artística. Além disso, as duas Coreias montaram uma equipe unificada para a disputa do hóquei no gelo feminino.

Equipe unificada da Coreia em jogo contra a Suíça - Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters
No dia da Cerimônia de Abertura, as duas nações entraram juntas, carregando a bandeira da Coreia unificada, que havia sido usada na parada das nações em Sydney-2000, Atenas-2004 e em Turim-2006.

A tcheca polivalente

Ester Ledecká no pódio do slalom paralelo gigante - Foto: Lee Jin-Man/AP Photo
A tcheca Ester Ledecká conquistou um feito inédito em Pyeongchang-2018. Ela se tornou a primeira atleta a ganhar o ouro olímpico em duas modalidades diferentes na mesma Olimpíada. Ledecká venceu o slalom super-gigante do esqui alpino e o slalom paralelo gigante no snowboard. As duas conquistas foram os únicos ouros da República Tcheca na última edição dos Jogos e pelo feito, Ledecká foi escolhida como porta-bandeira do país na Cerimônia de Encerramento.

Ledeká na final do slalom super-gigante - Foto:Alessandro Trovati/AP Photo

O saltador incansável

Kasai Noriaki no pódio da pista longa em Sochi-2014 - Foto: Gregorio Borgia/AP
O atleta com mais participações em Jogos Olímpicos de Inverno é Kasai Noriaki, do Japão. Ele competiu em oito Olimpíadas nos saltos de esqui. Entre Albertville-1992 e Pyeongchang-2018, o Kasai conquistou três medalhas: prata na prova por equipes na pista longa em 1994, bronze na mesma prova em 2014 e uma prata individual na pista longa em 2014. 

Foto de capa: AP Photo

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