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Ginastas depõem sobre caso Nassar no Senado dos EUA

Simone Biles, McKayla Maroney, Aly Raisman e Maggie Nichols sentadas em auditório do Senado dos Estados Unidos

As ginastas Simone Biles, McKayla Maroney, Aly Raisman e Maggie Nichols participaram de uma audiência no Senado dos Estados Unidos nesta quarta-feira (15). O Comitê Judiciário do Senado Estadunidense apura a conduta do FBI na investigação sobre Larry Nassar, ex-médico da Federação de Ginástica do país (USAG) e que está preso por ter abusado sexualmente de centenas de meninas e mulheres. 

McKayla Maroney contou aos senadores que ela se sente traída pelo FBI após eles falharem em abrir uma investigação formal sobre o caso. A ginasta deu um depoimento de três horas de duração em 2015, onde contou detalhes sobre sua história, incluindo que ela foi abusada por Nassar durante os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Mas o seu testemunho demorou mais de um ano para ser documentado. “O FBI não apenas deixou de reportar meu abuso, mas quando eles eventualmente documentaram meu testemunho 17 meses depois, eles fizeram alegações completamente falsas sobre o que eu falei”, afirmou Maroney.

McKayla Maroney dando seu depoimento no senado. Ela veste um vestido anil com bolinhas pretas. À sua frente, um microfone e uma placa com seu nome
McKayla Maroney em seu depoimento no Senado dos EUA - Foto: Saul Loeb/Reuters

Eles tinham evidências legítimas e legais de abuso infantil e não fizeram nada. Se eles não tentaram me proteger, quem eles estão tentando proteger? - McKayla Maroney


As ginastas afirmam que após a abertura do processo, os agentes do FBI tentaram diminuir a importância do caso. “Eu me lembro de sentar com um agente do FBI e ele tentando me convencer que aquilo não era tão ruim assim. Me tomou anos de terapia para entender que meu abuso foi uma coisa ruim e que importa, sim”, comentou Aly Raisman

Uma das preocupações dos senadores é que o FBI possa ter tentado acobertar o caso “criando testemunhos materialmente falsos e omissões enganosas”, como informou o senador Richard Blumentahl que ainda disse que o Departamento de Justiça se negou a processar os agentes federais.

As atletas também pedem que sejam abertas investigações independentes sobre as ações do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) e da USAG que são acusadas de terem ajudado a acobertar os abusos de Nassar por anos.

Eu conquistei 23 medalhas em Campeonatos Mundiais e sete medalhas olímpicas para o Team USA. Eu tenho orgulho das minhas conquistas e tenho orgulho de representar essa nação através da ginástica. Eu também sou uma sobrevivente de abuso sexual. E eu acredito que as circunstâncias que levaram ao meu abuso e que permitiram que ele continuasse são resultado direto do fato de que uma organização criada pelo congresso para me proteger como cidadã e atleta, a USA Gymnastics e o Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA falharam em fazer seus trabalhos - Simone Biles.

Atualmente, Larry Nassar está preso, condenado por recebimento e posse de pornografia infantil e por assédio sexual, com sua pena mais grave sendo de 40 a 175 anos de prisão. Promotores estimam que ele tenha assediado centenas de meninas e mulheres.

Fotos: Saul Loeb/Reuters

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