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Canoísta Debora Benevides faz os últimos treinos antes de Tóquio 2020


Prestes a remar nos 200 metros da categoria VL2, representando o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Débora Benevides já se considera uma vitoriosa. “Minha maior expectativa é fazer uma boa prova. Pra mim, é uma honra estar na raia com atletas que admiro tanto que são Emma Wiggs , da Grã-Bretanha e Susan Seipel da Austrália. Elas são incríveis e são um grande exemplo para mim. Só o fato de estar ali, treinar com elas e estar na final é uma realização muito grande para mim”.

Debora está no Japão desde o dia 13 de agosto. “Já conseguimos treinar. Está sendo maravilhoso. O país é incrível, com pessoas atenciosas e maravilhosas. Esse lugar já está no meu coração”. Aos 27 anos, natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Debora já conheceu diversos países enquanto competia. Ela conquistou a prata no Mundial da Itália em 2015, bronze no Mundial na Alemanha em 2016, prata em 2012 no Mundial da Hungria. Essa é sua segunda participação nos Jogos Paralímpicos, já que também representou o Brasil na da edição de estreia da Paracanoagem no calendário paralímpico da Rio 2016.

Sobre a chance de subir ao pódio, Debora afirma: “A medalha olímpica muda sua vida, muda sua história e faz de você um grande atleta, mas, sendo sincera, acho que estar aqui e competir do lado dos melhores do mundo já é uma grande vitória. Afinal, chegamos aonde chegamos. Essa é a melhor sensação de todas”.

O início no esporte


Antes de começar a remar, Debora conheceu o skate e em seguida, o atletismo, por recomendação de uma professora. Em uma disputa em Primavera do Leste, também no Mato Grosso do Sul, viu uma canoa na água e se apaixonou. “Ali, realmente, foi amor à primeira vista. Foi o que me motivou a treinar muito para chegar aonde eu cheguei”.

Apostar na Paracanoagem foi um desafio que Debora aceitou com coragem. Mudou-se para São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, por intermédio de outro integrante da seleção paralímpica, Luís Carlos Cardoso. “Luís é alguém que eu admiro muito. Acho ele um cara muito forte e um excelente atleta. Quando cheguei na cidade, fiquei na casa dele e ele me ajudou em tudo. Eu não tinha carteira de motorista, nem carro. Ele me buscava todos os dias no treino durante dois meses. É muito bom ter pessoas que enxergam seu potencial” lembra a moça.

Debora explica que os membros da seleção de Paracanoagem formam uma espécie de família e que o entrosamento de todos sempre chama a atenção das delegações. “Temos uma união muito grande. O Rufino (Fernando Rufino, outro membro da seleção) me conhece desde os 15 anos, eu comentei com ele que nunca imaginei que chegaríamos aqui, porque eu não imaginava que eu era tão forte assim e até hoje eu ainda não sei, mas estou sempre tentando me descobrir. Tenho muito orgulho do que construí e aonde cheguei”.

A paratleta afirma que resultado desta participação nos Jogos Paralímpicos, seja ele qual for, se deve à muitas pessoas que a ajudaram ao longo de sua carreira esportiva, no entanto, conta que há um nome em especial há quem dedicaria sua medalha: Fernando, o namorado que torce por ela no Brasil.

“Ele é minha família. Não é fácil ser atleta de alto rendimento. Estamos sempre explorando o potencial do nosso corpo e levando ele ao limite. O corpo dói e eu me machuco. Ele está do meu lado sempre e sabe das dificuldades no caminho” conta Debora.

Ela relembra outra prova de cumplicidade do companheiro “Há pouco tempo, eu quebrei minha cadeira de rodas, porque ela estava muito velha. Ele chegou atrasado no trabalho, porque foi me buscar, me levou no colo para me levar para o treino e ainda levou minha cadeira para o conserto”.

“Quando a gente entra na vida de alguém que tem deficiência, é um novo mundo. Por exemplo, não chamava a atenção dele que alguém que não precisasse, estacionasse o carro em uma vaga de deficiente. Hoje, isso o incomoda ao extremo, porque ele entende essa necessidade. Eu não esperava que ele chegasse em minha vida, porque eu achava que isso (a deficiência) era algo que importava para as pessoas e ele me mostrou que não, que essa não é uma questão” conta Debora.


Foto: Divulgação

1 Comentários

  1. eu necessito da historia dela,onde posso encontrar?

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