Olá! Desde ontem, eu, Mateus Nagime, comecei uma coluna aqui falando sobre os bastidores da nossa cobertura de Tóquio. Faltam 21 dias para a Abertura e faltam apenas dois dias para minha ida a Tóquio!! Hoje vou falar um pouco da relação com o Comitê Organizador de Tóquio (TOCOG) e com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e Brasileiro (COB) nestes preparativos para a cobertura de Tóquio. Desde o fim do ano passado, os contatos retornaram após o adiamento das Olimpíadas e foram se intensificando especificamente nos dois últimos meses.
Para começar, toda instituição teve que apontar um CLO, que é o Covid-19 Liaison Officer, ou seja, Delegado Coordenador da Covid-19. Essa pessoa será responsável por transmitir todas as diretrizes e recomendações da Covid para o grupo, e também precisa verificar temperatura de todos, eventualmente coordenar os testes de toda equipe e também avisar à organização em caso de qualquer sintoma ou teste positivo.
No caso do Surto Olímpico, eu sou o que chamam de I-CLO, ou ou o Clô de mim mesmo, o que se não aumenta a responsabilidade, não diminui muito. Desde o dia 20 de junho estou monitorando diariamente minha temperatura e fazendo uma auto-imposta-porém-fortemente-recomendada quarentena, evitando sair ao máximo e limitando as interações (bem, nada de muito diferente do que fiz nos últimos 15 meses).
Cada setor do Tóquio 2020 entra em contato conosco, seja a parte de acomodação, CLO, pagamento, ou um setor geral que lida com a imprensa. Já fui acordado uma vez as sete da manhã com uma ligação do Japão para mudar algo urgentemente em uma planilha. Mas em geral toda a comunicação funciona por formulários e e-mails. Mesmo com tanta tecnologia, os aplicativos de planilha ainda são os mais usados.
Tivemos que mandar com mais de um mês de antecedência um plano de atividades para os 14 primeiros dias, com informações do tipo: locais onde planejamos ir, com eventuais justificativas. Um quase empecilho para nossa viagem foi que de última hora proibiram hospedagens próprias, já que o governo japonês obrigou todos visitantes a ficar 14 dias em hotéis. Por mais que acreditássemos que estaríamos mais seguros numa casa, sem contato com muita gente em espaço público, temos que entender que são maneiras de tentar controlar ao máximo a Covid-19. Depois desses 14 dias podemos, enfim, escolher a acomodação.
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| Alguns dos muitos e-mails (urgentes) trocados com o Departamento de CLOs - Reprodução |
Nessa intermediação com o COI e TOCOG é importante mencionar o papel do COB que intermediou e esclareceu algumas dúvidas que tínhamos. Até hoje, poucas horas do embarque, ainda não sabemos alguns detalhes - como vai ser a chegada, o que podemos fazer, se identificaram e aprovaram meu pagamento por transferência bancária, já que não conseguimos pagar pelo cartão patrocinador… Mas as coisas estão funcionando e com a quantidade de aplicativos e diretrizes, parece tudo bem seguro e organizado.
Mesmo em meio a tanta incerteza e e-mail não respondido, percebemos um grande esforço dos funcionários em nos ajudar, em tentar resolver os problemas que surgem, não sabemos de onde. Eles são em geral intermediários das decisões do governo japonês - que lembremos, mudou de Abe Shinzo, um ferrenho defensor dos Jogos, para Suga Yoshihide - e de centenas de membros da imprensa internacional.
É um nível de organização inimaginável, com informações e dados que serão fundamentais para nossa entrada no Japão. Sempre importante mencionar que cidadãos que estiveram em 169 países - incluindo o Brasil nos últimos 14 dias são proibidos de entrar no país, salvo poucas exceções, incluindo a credencial olímpica ou paralímpica que funciona como visto.
Bem, por hoje é só? Ficou alguma coisa sem explicação? Quer que eu fale algo mais elaborado? Tem alguma dúvida? Fale aí, comente nas nossas redes, deixe suas dúvidas e se der apoie nossa vakinha que é bem fundamental para minha ida e está em nossas últimas horas!! Obrigado!!
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