Últimas Notícias

Medalhistas do surfe valorizam experiência olímpica e acreditam em crescimento do esporte pós-Tóquio 2020

DIRETO DE TÓQUIO

A coletiva de imprensa dos seis primeiros medalhistas da história do surfe foi marcada pelas emoções e um grande sentimento de família e união entre os atletas. Todos não só comentaram o que significa os Jogos Olímpicos para suas vidas e carreiras, mas valorizaram o pertencimento a uma equipe nacional como o maior destaque da experiência olímpica. A medalhista de prata Bianca Buitendag, da África do Sul, ainda aproveitou para confirmar sua aposentadoria do esporte.

"Saí por cima", comentou. "Aproveitei todas as oportunidades que o surfe me deu e por razões pessoais e muitas outras, eu estou preparada para a próxima fase da minha vida. É um momento histórico, e só vou perceber a magnitude disso daqui a alguns dias, mas é incrível. Eu acho que choramos porque não temos palavras. E apesar de ser um esporte individual, desta vez estamos representando países", acrescentou.

A medalhista de ouro, Carissa Moore, representa o Havaí no Circuito Mundial de Surfe e representou os EUA nos Jogos Olímpicos. Ela comentou que se sente muito orgulhosa em poder usar os dois uniformes. "Amo muito morar nos EUA, mas também me sinto muito privilegiada de poder representar o Havaí no circuito. Sou sortuda por poder representar os dois", afirmou a campeã olímpica.

Moore, melhor surfista da atualidade e a caminho do quinto título no circuito da WSL Ela ainda aproveitou para revelar a diferença entre o título olímpico e seus quatro títulos mundiais. "É especial poder divulgar o esporte para várias pessoas que não nos acompanham. Como havaiana poder ver o sonho de Duke Kahanamoku tornar-se realidade 101 anos depois dele ter dito isso é muito especial. É uma época fantástica para o surfe". 

Duke Kahanamoku foi três vezes medalhista de ouro como nadador entre 1912 e 1920. Depois da sua quinta medalha (prata em 1924 nos 100m livre), ele abandonou a natação para se forcar no surfe, promovendo o esporte pelo mundo.

Ítalo Ferreira era considerado um favorito por ser bom nas ondas pequenas, típicas da praia de Tsurigasaki, em Chiba, onde o torneio aconteceu. "Aí uma semana antes, veio esse tufão, com ondas de 1,5m a 2m, e eu havia trazido um equipamento de pranchas diferente". Nada que impedisse a garra do brasileiro. 

Campeão do ISA Games e do Circuito Mundial da WSL em 2019, e atual campeão olímpico, ele mostrou muito orgulho dos seus feitos em Tóquio 2020, sorrindo bastante e brincando com os colegas de pódio durante toda a coletiva. 

Acho que eu quebrei bastante recorde aqui. Peguei a primeira onda, venci a primeira bateria, tive a melhor nota e fui o primeiro campeão

Esperança no desenvolvimento do surfe japonês

O Japão saiu sem ouro, mas foi o único país que garantiu duas medalhas no surfe. Potências no esporte, EUA e Brasil garantiram apenas uma - de ouro - enquanto Austrália e África do Sul completaram o pódio, deixando a forte França de lado. Igarashi Kanoa, alternando respostas em inglês, japonês e até mesmo ótimo português, disse que além da representação nacional, todos os 40 surfistas presentes na praia de estão representando também o esporte.

Acho que não importa o que acontecer no futuro, nosso pódio foi histórico. Ser reconhecido como esporte olímpico é algo que todo esporte quer alcançar. Quando nosso esporte fica ao lado de esportes como basquete, beisebol, futebol, etc é um passo para chegar a um número maior de pessoas. Fico feliz de termos tido boas ondas, boa competição e mostrar o surfe e inspirar a todos os espectadores

Ele também confirmou que o surfe no Japão tem crescido bastante e comentou que quer ser uma influência positiva para o desenvolvimento do esporte no país. "Desde 2016, quando o surfe foi anunciado, o esporte no país melhorou muito e recebeu um grande empurrão. Meu sonho é aproveitar isso e ajudar ao país ser uma potência no surfe, como os EUA, Austrália e Brasil", completou.


Silvana Lima promete seguir surfando

Ainda na zona mista, a brasileira Silvana Lima disse em entrevista aos jornalistas brasileiros presentes que acredita estar na sua melhor fase e pretende retornar ao circuito animada com a sua experiência olímpica. 
Mesmo aos 36 anos, a vice-campeã dos ISA Games e ela considera estar vivendo sua melhor fasew. "Estou feliz comigo mesmo, me sentindo confiante, com o apoio da família, namorada e apoiadores. Deu tempo de competir uma Olimpíada e estou muito feliz. E ainda posso estar na próxima!

Uma das 14 atletas brasileiras assumidamente LGBT segundo levantamento feito pelo Outsports e repercutido pelo Jornalista Livres aproveitou para valorizar Juliana, sua namorada. "Quando a gente está bem, está feliz, pessoas maravilhosas que te ajudam ao teu lado, isso tudo te deixa livre para vencer". 

Foto: Olivier Morin/Reuters)

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar