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Guia Tóquio 2020: Skate

Como funciona o skate na Olimpíada

HISTÓRICO
Local: Ariake Sports Park Skateboarding
Período: 24/07 a 26/07 (street) e 03/08 a 05/08 (park)
Número de delegações participantes: 25
Total de atletas: 80
Brasil: 12 atletas: Felipe Gustavo, Giovani Vianna Kelvin Hoefler (street); Letícia Bufoni, Pâmela Rosa e Rayssa Leal (street); Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp (park); e Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas (park).

HISTÓRICO
O skate foi criado nos anos 1960 por surfistas no estado estadunidense da Califórnia. Em um período de maré baixa, eles colocaram rodinhas de patins em pranchas de madeira. Inicialmente, a nova "maneira de surfar" no asfalto foi chamada de sidewalk surfing

A modalidade só ganhou popularidade nos anos 1970, quando os skates começaram a ser fabricados com materiais mais leves e piscinas vazias passaram a ser locais para a prática de manobras. E passou a não ser somente um esporte radical, mas um estilo de vida.

Nos anos 80, as modalidades half pipe e street ganharam muita popularidade, com competições fazendo sucesso e esportistas fazendo do skateboarding style uma febre mundial, não só no esporte, mas também na música e na moda. 
Bob Burnquist Olimpíadas
Bob Burnquist e Sandro Dias são os maiores skatistas brasileiros da história (Foto: Julio Detefon)
O primeiros superastros brasileiros, como Bob Burnquist e Sandro Dias, surgiram na década de 1990. Eles dominaram o skate vertical por anos. Nos anos seguintes, o skate continuou sendo uma das modalidades mais populares entre os jovens, com as suas vertentes do freestyle, half pipe, big air e downhill.

Com o Comitê Olímpico Internacional (COI) buscando formas de rejuvenescer os Jogos Olímpicos, a entidade começou o seu "namoro" com o skate nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing 2014, quando a modalidade foi inserida como esporte de demonstração. Durante a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, o skate foi anunciado nos Jogos de Tóquio com as variantes do street e do park.

PROVAS
Street é  modalidade onde os skatistas competem em uma arena que simula os obstáculos encontrados em uma rua - bancos, escadas, corrimãos e desníveis – para executar suas manobras. A disciplina é considerada a origem do skate e, por isso, uma das mais populares por não precisar de uma pista específica para praticar, podendo praticar nas ruas.
Kelvin Hoefler é a maior esperança de medalha brasileira no skate street masculino em Tóquio
O Skate Street simula os obstáculos das ruas onde os sktatistas usam para fazer manobras (foto: Julio Detefon)
Park é a modalidade com o formato mais recente do skate. A ideia é uma pista que remete à uma piscina com bordas e fundo arredondados e que possua rampas, elevações e até alguns elementos do street que "interajam" uns com outros. Ou seja, é uma piscina com obstáculos de rua no seu interior. Modalidade foi escolhida por estar se tornando cada vez mais popular entre os skatistas ao redor do mundo.

Assim como em outras modalidades técnicas do programa olímpico, no skate os competidores são avaliados por juízes que atribuem notas (de 0 a 100 no park e de 0 a 10 no street) e levam em consideração as dificuldades das manobras, altura, velocidade, originalidade, execução e composição. Os skatistas são livres para escolher quais partes do percurso percorrer e, é claro, quais manobras executar.
História do skate olímpico

FORMATO DE DISPUTA
Cada prova terá 20 skatistas competindo em um formato simples de eliminatórias. A pontuação é feita por notas e a avaliação das voltas e manobras serão feitas por cinco juízes. A maior e a menor nota serão descartadas, e a nota final é a média das outras três notas. Se classificam para a final os oito melhores.

O formato de cada modalidade é um pouco diferente. No street, são duas voltas de 45 segundos + cinco manobras ("tricks") - em que o skatista faz apenas uma descida na pista, podendo fazer uma manobra nela. Do total de sete notas recebidas, apenas as quatro melhores de cada atleta são somadas para sua pontuação final.

No park, por sua vez, são realizadas quatro voltas de 45 segundos nas eliminatórias e na final. O método de julgamento é padrão: cinco juízes, melhor e pior nota descartadas e a média das três restantes para definir a nota de cada volta. Diferente do street, porém, apenas a melhor nota entre as quatro descidas é válida como pontuação final do atleta.


ANÁLISES

STREET MASCULINO
Eliminatórias: 24/07, a partir das 21h
Final: 25/07, às 00h25
Participantes: 20 atletas de 13 países

Favoritos ao ouro: Nyjah Huston (USA) e Horigome Yuto (JPN)
Candidatos ao pódio: Aurelien Giraud (FRA), Shirai Sora (JPN), Kelvin Hoefler (BRA) e Jagger Eaton (USA)
Podem surpreender: -
Brasil: Kelvin Hoefler, Felipe Gustavo e Giovanni Vianna

A disputa pelo ouro no street masculino promete ser acirrada entre o estadunidense Hyjah Huston e o japonês Horigome Yuto. Ambos encantaram o público e juízes nesse primeiro ciclo olímpico e capitalizaram os principais títulos dos campeonatos de skate no período, incluindo Mundial, disputado em Roma, em junho, com Yuto levando a melhor.

Kelvin Hoefler pode surpreender na briga pelo título, mas deve ficar na luta pelo bronze. Ele vai ter que superar nomes em melhor fase no momento como o japonês Shirai Sora, o francês Aurelien Girard e o estadunidense Jagger Eaton. Os outros brasileiros na disputa, Felipe Gustavo e Giovanni Vianna, tem chances remotas de brigar por medalha em Tóquio, e devem lutar para ir a final.


STREET FEMININO
Eliminatórias: 25/07, a partir das 21h
Final: 26/07, às 00h25
Participantes: 20 atletas de 13 países

Favoritas ao ouro: Nishimura Aori (JPN), Pamela Rosa (BRA) e Rayssa Leal (BRA)
Candidatas ao pódio: Letícia Bufoni (BRA), Nishiya Momji (JPN), Mariah Duran (USA) e Roos Zwetsloot (NED)
Podem surpreender: -
Brasil: Pamela Rosa, Rayssa Leal e Letícia Bufoni

As três brasileiras do skate street, que podem fazer um pódio triplo
Conitnuar a sonhar com um pódio triplo do Brasil, mesmo sabendo que é difícil de acontecer (Foto: Julio Detefon)
Em um cenário perfeito, poderemos ter um pódio triplo brasileiro no street feminino, com Pamela Rosa, Rayssa Leal e Letícia Bufoni, skatistas brasileiras reconhecidamente estabelecidas entre as melhores do mundo, com títulos nas principais competições de skate street – Campeonato Mundial e Street League Skateboard (SLS). 

Pamela foi campeã mundial em 2019 e venceu o Dew Tour este ano, enquanto Rayssa foi vice no Mundial de 2019 e no Dew Tour deste ano, além de ter faturado um bronze no Mundial de Roma. Letícia, por sua vez, é pentacampeã do X-Games e tem um título mundial em 2015 e três vices entre 2016 e 2018.

As principais ameaças ao pódio 100% brasileiro são as skatistas japonesas, que vêm muito forte para conseguir o ouro em casa. Nishimura Aori, que venceu o Mundial em junho, pinta como uma das favoritas. Nishiya Momji, a estadunidense Mariah Duran e a neerlandesa Roos Zwetsloot também são postulantes ao pódio olímpico


PARK FEMININO
Eliminatórias: 03/08, a partir das 21h
Final: 04/08, às 00h30
Participantes: 20 atletas de 13 países

Favoritas ao ouro: Okamoto Misugu (JPN), Yosozumi Sakura (JPN) e Sky Brown (GBR)
Candidatas ao pódio: Brighton Zeuner (USA), Hiraki Kokona (JPN) e Bryce Wettstein (USA)
Podem surpreender: Yndiara Asp (BRA)
Brasil: Yndiara Asp, Dora Varella e Isadora Pacheco

O Japão tem a chance de fazer o seu pódio perfeito no park feminino, com Misugu Okamoto, Sakura Yosozumi e Kokona Hikari – a “Rayssa Leal japonesa”, de apenas 12 anos, a mais nova da delegação japonesa nos Jogos. As três skatistas tiveram ótimos resultados no ciclo e, principalmente, nas últimas competições disputadas. 

Curiosamente, quem tem mais chances de estragar esse pódio nipônico é a jovem Sky Brown, que defende a bandeira da Grã-Bretanha, mas nasceu no Japão. Ela tem apenas 13 anos. As estadunidenses Brighton Zeuner e Bryce Wettstein correm por fora, contando com um mau dia das favoritas.

A chance do Brasil figurar no pódio é razoavelmente baixa, com as skatistas brasileiras Yndiara Asp, Dora Varella e Isadora Pacheco em um nível pouco abaixo das favoritas. A expectativa é que pelo menos uma delas chegue na final e, quem sabe, lute para entrar na galeria de medalhas surpresas do Brasil. Yndiara Asp, que vinha muito bem antes de se lesionar em 2019, é a mais cotada.


PARK MASCULINO
Eliminatórias: 04/08, a partir das 21h
Final: 05/08, às 00h30
Participantes: 20 atletas de 13 países

Favoritos ao ouro: Heimana Reinolds (USA), Pedro Barros (BRA)Luiz Francisco (BRA)
Candidatos ao pódio: Oskar Rozenberg (SWE) e Zion Wright (USA)
Podem surpreender: Pedro Quintas (BRA) e Cory Juneau (USA)
Brasil: Pedro Quintas, Luiz Francisco e Pedro Barros

O park masculino promete ser a disputa mais equilibrada do skate olímpico, com pelo menos cinco bons nomes chegando com condições de conquistar o ouro em Tóquio. Pedro Barros, campeão mundial em 2018, e Luiz Francisco, vice mundial em 2019, são os skatistas brasileiros nesse bolo, se juntando aos estadunidenses Zion Wright (vencedor do Dew Tour em 2021) e Heimana Reynolds (campeão mundial em 2019) e o sueco Oskar Rozenberg

Heimana Reynolds skate EUA
Heimana Reynolds é o grande nome dos Estados unidos no skate park (foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)
Outros nomes podem pintar nesse pódio, já que o equilíbrio foi a marca registrada do park masculino em seu primeiro ciclo olímpico. Pedro Quintas é outro brasileiro na disputa e tem chances de surpreender se estiver em bom dia, assim como o estadunidense Cory Juneau, que teve bons resultados no ciclo, mas muitos anulados por ter sido pego em um exame antidoping por uso de canabidiol.

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