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Guia Tóquio 2020: Natação

Provas da natação Olimpíadas

FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Centro Aquático de Tóquio
Período: 23/07 a 31/07
Número de delegações participantes: aproximadamente 150
Total de atletas: 928
Brasil: 26 atletas


HISTÓRICO
O ato de nadar, apesar de não ser natural, é bem comum entre os homens. Desde a Antiguidade, na Grécia Antiga, já havia registros da humanidade praticando a natação. No século XVII, a natação foi pela primeira vez descrita por uma pessoa, ainda um nado bem parecido com uma rã, é verdade, mas já nascia ali um dos esportes mais tradicionais dos Jogos Olímpicos.

Com ainda grande influência da Antiguidade, a natação foi disputada desde os primeiros Jogos da era moderna, em Atenas-1896, até o último, na Rio-2016, sendo um dos únicos esportes presentes em todas as edições olímpicas de verão, além de ser o segundo que mais distribui medalhas, ficando atrás do atletismo.

A curiosidade é que na primeira edição, apenas quatro provas foram realizadas: os 100m livres; 500m livres; 1.200m livres e 100m livres para marinheiros. O 100m livre virou uma das provas mais aguardadas na natação, enquanto as outras três nunca mais voltaram para o programa da modalidade.

Um outro fato interessante da história olímpica da modalidade é que a competição em piscina olímpica (50m) - como vemos hoje - só aconteceu pela primeira vez em Londres-1908. Antes disso, a maneira tradicional de nadar era em lagos, rios ou mar aberto, e sempre entre homens, já que as mulheres entraram na natação olímpica em Estocolmo-1912.

Por falar em natação em lagos, rios ou mares, é lá onde é disputada desde Pequim-2008 as provas da maratona aquática, modalidade da natação em águas abertas.


BRASIL
A natação é um dos esportes mais tradicionais do Brasil. Desde a edição dos Jogos Olímpicos em Barcelona-1992, os brasileiros saíram de mãos vazias das piscinas apenas em Atenas-2004 e na Rio-2016.

A história brasileira na modalidade iniciou em 1920, com os primeiros atletas de nosso país a disputarem a Olimpíada de Antuérpia, na Bélgica. A primeira medalha só saiu 32 anos depois, em Helsinque-1952, com Tetsuo Okamoto faturando o bronze nos 1.500m livre - até hoje a única do Brasil nesta prova.

Ao todo, a natação brasileira (de piscina) contabiliza 1 ouro, 4 pratas e 8 bronzes, somando 14 no total. Gustavo Borges é o maior medalhista do Brasil, com duas pratas e dois bronzes conquistados entre Barcelona-1992 e Sidney-2000 nas provas de 100m, 200m e revezamento 4x100m livre.

No entanto, o maior nome da natação brasileira é César Cielo, recordista mundial na prova dos 50m livre, campeão olímpico em Pequim-2008 na mesma prova e detentor de mais duas medalhas de bronze em Olimpíadas.

Apesar do sucesso da natação masculina, as mulheres do Brasil ainda tentam conquistar a primeira medalha nas piscinas. Na Rio-2016, no entanto, Poliana Okimoto faturou o bronze na prova dos 10km da maratona aquática, na Praia de Copacabana.

Natação nos Jogos Olímpicos

FORMATO DE DISPUTA
Sem contar as provas das maratonas aquáticas serão 35 eventos da natação nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Dessas, 17 se repetem entre homens e mulheres e uma delas mistura ambos os sexos, estreando a prova mista na natação olímpica nesta edição: 4x100m medley misto.

O formato de disputa dessas provas é bem simples. Os eventos de 50m, 100m e 200m são realizados em três fases, por serem provas com mais nadadores presentes. Os 16 melhores tempos das eliminatórias avançam para as duas baterias semifinais, onde os oito melhores tempos vão para a final da prova. Caso haja empate pela última vaga, uma bateria de desempate é feita.

Já as provas mais longas de 400m, 800m e 1.500m, há apenas as baterias eliminatórias - que já classificam os oito melhores para a final.

Algo a se destacar é que há uma ordem de balizamento dos atletas nas baterias. Os 24 melhores tempos de entrada das provas mais rápidas, com três etapas, disputam as últimas eliminatórias juntos, enquanto nas provas que possuem apenas preliminares e final, são os 16 melhores tempos que participam da mesma bateria.

E aí é “fácil”, vence quem chegar na frente com o menor tempo possível de acordo com a distância nadada.

Vale lembrar também que não há um limite de atletas por prova, mas cada país só pode ter dois atletas por prova, podendo ter até 26 atletas por naipe, ou 52 ao todo. O Brasil terá 26 nadadores, sendo 16 homens e 10 mulheres.


ANÁLISE

400m MEDLEY MASCULINO
Eliminatórias: 24/07, às 07h02
Final: 24/07, às 22h30
Competidores: 

Favoritos ao ouro: Seto Daiya (JPN)
Candidatos a medalha: Chase Kalisz (USA), Jay Litherland (USA), Ilia Borodin (ROC) e Lewis Clarenburt (NZL)
Podem surpreender: Dávid Verrasztó (HUN)
Brasil: Sem representante

Os 400m medley voltam para a cidade onde tudo começou em Olimpíadas. Afinal, foi em Tóquio-1964 que a prova apareceu pela primeira vez na maior competição do planeta. O estadunidense Richard Roth foi o primeiro campeão olímpico da prova que reúne os quatro estilos nesta ordem: borboleta, costas, peito e crawl.

Os 400m medley certamente é das provas mais difíceis da natação, se não for a mais. Não à toa é a primeira a dar medalha na natação, já que desgasta demais os nadadores. No Mundial de 2019, o tempo de 4min12s deu medalha de bronze, mas certamente isso não deve se repetir na Olimpíada. Neste ano, 12 atletas já nadaram abaixo a marca.

Diferentemente de 1964, quando os norte-americanos não tinham adversários, em 2021 os donos da casa são quem devem comemorar o ouro. Isso porque o japonês Seto Daiya tem sido o atleta mais regular dos últimos anos na prova.

Seto na Seletiva Olímpica do Japão - Foto: Kyodo News
Seto foi bronze na Rio-2016, bronze no Mundial de Budapeste, em 2017, e campeão mundial em Gwangju 2019. Neste ano, ele lidera o ranking mundial com 4:09.02, mas seguido de perto por Chase Kalisz, apenas 7 centésimos atrás, com 4:09.09. Kalisz foi campeão mundial em 2017 com uma marca de 4:05.90, a melhor do ciclo olímpico e entre os cinco melhores da história.

Correm por fora na luta pelas medalhas o russo Ilya Borodin, recordista mundial júnior, além do neozelandês Lewis Clarenburt - recordista da Oceania - e o medalhista de prata em 2017, Jay Litherland, dos Estados Unidos. Por outro lado o húngaro Dávid Verrasztó, que iniciou o ciclo com prata no Mundial de 2017 e cotado a medalha olímpica em Tóquio caiu demais em rendimento e não aparece entre os candidatos à medalha, mas pode ser uma surpresa.

O Brasil foi prata com Thiago Pereira em Londres-2012 nesta prova e teve Brandonn Almeida na Rio-2016, terminando em 15º lugar e ficando de fora da final. No Troféu Maria Lenk de 2019, ele marcou o tempo de 4:13.69, o que lhe rendeu o 17º melhor tempo do ano.

Neste ano, no entanto, Brandonn não fez uma boa prova na seletiva única organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). O tempo de 4:16.49 ficou longe da marca olímpica designada para estar em Tóquio, mesmo ele tendo índice A olímpico com o tempo feito na prova de 2019. Ele não estará nas Olimpíadas e o Brasil não terá nenhum nadador nesta prova.


400m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 24/07, às 07h48
Final: 24/07, às 22h52
Competidores: 

Favoritos ao ouro: Elijah Winnington (AUS) e Jack McLoughlin (AUS)
Candidatos a medalha: Gabrielli Detti (ITA) e Florian Wellbrock (GER)
Pode surpreender: Danas Rapsys (LTU), Marco de Tullio (ITA), Felix Auboeck (AUT) e Martin Malyutin (ROC)
Brasil: Guilherme Costa

No masculino, a prova dos 400m livre é disputada desde 1908 em Olimpíadas. É uma das poucas provas que não é amplamente dominada por atletas dos Estados Unidos. Aliás, os norte-americanos “só” possuem nove campeões olímpicos na prova e não conquistam um ouro desde Los Angeles-1984 quando George DiCarlo fez uma dobradinha com John Mykkanen em ouro e prata.

A seca estadunidense deve se manter. Kieran Smith venceu a seletiva dos Estados Unidos nos 400m masculino, mas o tempo de 3:44.86 não aparece nem entre os dez melhores do mundo neste ano, o que mostra a “fraqueza” dos estadunidenses nesta prova.

A história da prova expõe uma curiosidade para a natação da América do Sul. O único campeão olímpico da Argentina nesta modalidade é Alberto Zorrilla, com ouro em Amsterdã-1928 na prova dos 400m para os homens. Mais tarde os argentinos viriam a adquirir mais duas medalhas na natação, mas nenhuma de ouro.

Voltando para a prova, os atuais campeão e vice-campeão olímpico não estarão em Tóquio-2020. Mack Horton, da Austrália foi ouro no Rio e prata no Mundial de 2019, mas ficou de fora da seleção australiana por não ter sido os dois primeiros na forte seletiva local. Jack McLoughlin, sexto colocado no último mundial, e Elijah Winnington - atual líder do ranking mundial - serão os representantes australianos nesta prova.

A outra baixa é de Sun Yang. O chinês é atual campeão mundial e vice olímpico nesta prova, mas foi suspenso por quatro anos pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) em fevereiro de 2020 após destruir uma amostra de um exame antidoping. Sun alega que os coletores não estavam credenciados.

Sem Horton e Yang, a teoria mais correta seria afirmar que Gabrielli Detti, italiano que subiu ao pódio com os dois na Rio-2016 e nos Mundiais de 2017 e 2019, ficaria com o ouro. Porém, não é bem assim, já que os australianos Elijah Winnington e Jack McLoughlin possuem os melhores tempos do mundo e chegam forte na briga pelo ouro, representando o bom histórico de atletas da Austrália na prova. Winnington, aliás, fez um tempo que seria medalha na última Olimpíada e nos últimos Mundiais - além de só não ter sido mais rápido do que Sun Yang neste ciclo olímpico.

Correm por fora o alemão Florian Wellbrock, o austríaco Felix Auboeck, o lituano Danas Rapsys e o russo Martin Malyutin. O alemão Wellbrock é atual campeão mundial na prova dos 1.500m e na maratona aquática. Já Auboeck nunca baixou dos 3:44, mas se fizer isto em Tóquio tem grandes chances de garantir uma medalha olímpica.

Para fechar, o lituano Rapsys bateu na trave no Campeonato Mundial de Gwangju, em 2019. Ele ficou a três décimos da medalha nesta prova, terminando em 4º lugar. É um candidato a ficarmos de olho, assim como Malyutin - que fez o melhor tempo da vida nesta prova em 2021. O jovem de 21 anos pode beliscar uma medalha em uma prova que parece estar em aberto.

Quem também pode ser uma surpresa positiva e para o Brasil, é Guilherme “Cachorrão” Costa. Em abril, ele marcou 3:45.85 na seletiva brasileira, garantindo vaga olímpica e colocando o Brasil no páreo da prova a nível mundial. Para uma possível medalha em Tóquio-2020, Cachorrão precisaria melhorar por volta de 2s no seu tempo, o que na teoria é muita coisa. O sonho é possível, já que o nadador de 22 anos tem se mostrado com capacidade de evolução e de adaptação a novos treinamentos, de acordo com cada prova.


400m MEDLEY FEMININO
Eliminatórias: 24/07, às 08h30
Final: 24/07, às 23h12
Competidores: 

Favoritos ao ouro: Katinka Hosszú (HUN)
Candidatos a medalha: Ohashi Yui (JPN) e Sydney Pickrem (CAN)
Pode surpreender: Emma Weyant (USA)
Brasil: Sem representante

O 400m medley feminino estreou em Tóquio-1964, para onde a prova chega neste ano para sua 15ª edição. E com um dado curioso, apenas quatro ouros para o Estados Unidos. Na primeira vez que apareceu em Olimpíada foi uma tripladinha para eles, mas certamente o domínio não deve se repetir em Tóquio-2020

A húngara Katinka Hosszu, a Dama de Ferro, não deve ter adversárias na prova em Tóquio. Ela domina a prova, sendo a atual recordista mundial, campeã olímpica e bicampeã mundial, quase sempre chegando 2s a frente das adversárias.

Hosszu no Europeu de 2021 - Foto: Divulgação/LEN
A briga aqui é pela prata. No último Mundial foi para Ye Shiwen, campeã olímpica em Londres, mas ela nem se quer garantiu índice olímpico na seletiva chinesa e está fora da Olimpíada.

Outros dois nomes serão sentidos por se ausentarem da prova. Trata-se de Melanie Margalis, dos Estados Unidos, e Kayle McKeown, da Austrália. A seletiva americana classificou Emma Weyant e Hali Flickinger, que fizeram o melhor tempo do mundo. Melanie chegou em terceiro e portanto fora da competição olímpica na prova. Já na Austrália, nenhuma atleta conseguiu a marca olímpica estabelecida, causando surpresa.

Por outro lado, a japonesa Ohashi Yui, bronze em Gwangju-2019, continua em alto nível e é total favorita a conquistar uma medalha. O fator casa também pode ajudá-la em Tóquio, mesmo sem torcida. Outro nome a ser lembrado é o de Sydney Pickrem, canadense que conquistou o bronze nesta prova no Mundial de 2017.


4x100m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 24/07, às 09h15
Final: 24/07, às 23h45
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Austrália (AUS)
Candidatos a medalha: Canadá (CAN), Países Baixos (NED) e Estados Unidos (USA)
Pode surpreender
: Dinamarca (DEN) e Grã-Bretanha (GBR)
Brasil: Larissa Oliveira, Ana Vieira, Etiene Medeiros e Stephanie Balduccini

Quarteto do Brasil no 4x100m livre feminino - Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Apesar do domínio das atletas dos Estados Unidos no revezamento 4x100m livre feminino, desde Sidney-2000 que elas não conquistam o título olímpico. De lá pra cá foram quatro Olimpíadas e em três delas foi a Austrália quem brilhou. Isso deve se repetir em Tóquio-2020.

Para se ter uma ideia, dos 15 melhores tempos de 2021 nos 100m livre feminino, 14 são de atletas australianas. A única atleta que se enfia entre os melhores tempos do mundo é Yufei Zhang, que marcou 52.90 na eliminatória do Campeonato Chinês, marca que é recorde nacional. Apesar da marca da atleta, a China não aparece como candidata a medalhar na prova.

Países Baixos sim, pode beliscar. Por lá, Femke Heemskerk e Ranomi Kromowidjojo estão entre as melhores nadadoras do mundo e podem repetir uma prata, como ocorreu em Londres-2012. É o mesmo caso das canadenses, que são comandadas por Taylor Ruck e Penny Oleksiak que vêm de um bronze na Rio-2016 e em Gwangju-2019.

Falta também destacarmos as estadunidenses, apesar de não terem feito tempos bons na prova da seletiva nacional. Simone Manuel e Mallory Comerford foram mal no revezamento e não garantiram vaga direta no revezamento. No entanto, Simone pode nadar a prova, assim como Katie Ledecky. O 53.52 feito por Abbey Weitzeil é o melhor tempo das nadadoras americanas neste ano, uma marca relativamente distante das melhores do mundo.

Dinamarca e Grã-Bretanha possuem nomes a ficarmos de olho, como a britânica Anna Hopkin e a dinamarquesa Pernille Blume, mas correm bem por fora. O Brasil briga por final, tendo conquistado a vaga olímpica por tempo no ranking mundial. Larissa Oliveira, Ana Vieira, Etiene Medeiros e Stephanie Balduccini irão compor  a equipe brasileira.


100m BORBOLETA FEMININO
Eliminatórias: 24/07, às 07h28
Semifinal: 24/07, às 22h40
Final: 25/07, às 22h30
Competidores: 

Favoritos ao ouro: Torri Huske (USA) e Yufei Zhang (CHN)
Candidatos a medalha: Emma McKeon (AUS) e Margareth MacNeil (CAN)
Pode surpreender: Claire Curzan (USA) e Sarah Sjostrom (SWE)
Brasil: Sem representante

A 17ª edição olímpica dos 100m borboleta feminino pode não contar com sua maior estrela, a campeã mundial, olímpica e recordista da prova Sarah Sjostrom, em sua melhor condição. A sueca sofreu um acidente doméstico no início deste ano e já disse em entrevista ao site sueco SVT Sport o quanto a lesão que sofreu no cotovelo afeta o seu nado borboleta. Ela já está em recuperação da cirurgia realizada, mas já afirmou algumas vezes estar focada nos 100m livre.

A campeã mundial em 2019, Margareth MacNeil, do Canadá, segue entre as melhores do mundo e tem tudo para lutar pelo pódio olímpico no Japão, podendo repetir o que fez sua compatriota Penny Oleksiak no Rio, quando ela terminou com a prata. MacNeil venceu a seletiva canadense com a marca de 56.19 e chega bem em Tóquio.

Outro nome a se ficar de olho é da australiana Emma McKeon, que já nadou abaixo dos 56s neste ano, sua melhor marca pessoal e recorde australiano. Com tempos acima dos 56 ela foi prata em Budapeste-2017 (56.18) e bronze em Gwangju-2019 (56.61). A regularidade e a boa marca em 2021 a credencia para buscar o pódio olímpico

McKeon na Seletiva Australiana - Foto: Delly Carr/Swimming Australia
Os problemas para a canadense e australiana vem da China e dos Estados Unidos. Em 2020, nas primeiras competições após meses de pandemia em andamento, Yufei Zhang marcou 55.62, recorde asiático e o terceiro melhor tempo da história da prova. Já em 2021, foi a vez da jovem de apenas 18 anos Torri Huske também quebrar a barreira dos 56s, com a marca de 55.66, o quinto melhor tempo da história dos 100m borboleta feminino.

As marcas recentes as credenciam para brigarem pelo ouro na Olimpíada e, quem sabe, buscarem o recorde mundial que vem desde a Rio-2016, quando Sarah Sjostrom fez 55.48. Quem chegar na marca dos 55s em Tóquio certamente terá uma medalha assegurada. A partir daí o recorde mundial é a meta.


100m PEITO MASCULINO
Eliminatórias: 24/07, às 08h55
Semifinal: 24/07, às 23h33
Final: 25/07, às 23h12
Competidores: 

Favoritos ao ouro: Adam Peaty (GBR)
Candidatos a medalha: Arno Kamminga (NED), Michael Andrew (USA) e James Wilby (GBR)
Pode surpreender: Yan Zibei (CHN), Nicolo Martinenghi (ITA) e Ilya Schymanovich (BLR)
Brasil: Felipe Lima e Caio Pumputis

O 100m nado peito tem um dono incotestável no masculino. Chama-se Adam Peaty, britânico que tem os 18 melhores tempos na história da prova, bicampeão mundial, campeão olímpico e obviamente o recordista mundial.

Peaty no Europeu de 2021 - Foto: Divulgação/LEN
Aos 24 anos, Peaty vem decolando para mais um ouro olímpico. Apenas uma catástrofe tirara a medalha dele. Não é exagero, os números provam isso. Ele é o único atleta a nadar abaixo dos 58s e dos 57s nesta prova e bateu o recorde mundial duas vezes após a Rio-2016. A última foi no Mundial de Gwangju, em 2019, com incríveis 56.88 marcados na semifinal.

Para ficar ainda mais claro, o atleta que possui o 19º melhor tempo da história é Arno Kamminga, dos Países Baixos, com “apenas” 58.10, quase 1.5s pior do que o britânico. Na natação, 1s é uma eternidade.

Por falar em Kamminga, é ele que aponta para uma possível medalha de prata. O neerlandês surgiu com tudo em 2020, tendo boas marcas. Em 2021 a marca feita por ele foi de 58.10, tempo marcado no Campeonato Europeu, onde Peaty registrou 57.66.

Outro atleta que merece destaque é o norte-americano Michael Andrew, mais um a se intrometer nos temporais feitos por Adam Peaty. Andrew venceu a seletiva dos Estados Unidos com 58.14, a 21ª maior marca da história. Pode-se dizer que a pandemia “ajudou” Andrew, que também surgiu com boas marcas em 2021.

Aliás, é mais uma prova que os Estados Unidos não têm dominado tanto assim. O último ouro foi com Nelson Diebel em Barcelona-1992. De lá pra cá foram cinco países diferentes conquistando o título olímpico nos 100 peito entre os homens.

No Mundial de 2019, James Wilby (GBR) e Yan Zibei (CHN) ficaram com prata e bronze, respectivamente. Neste ano o britânico marcou 58.58 no Campeonato Europeu, bem perto dos 58.46 que ele fez para ficar com a prata em Gwangju. Já Zibei não foi bem, tendo assinalado 59.21 no Campeonato Chinês.

O problema é que os atletas do Estados Unidos e Países Baixos, citados acima, estão nadando em 58s baixo, bem mais próximo de chegar na barreira dos 57s. Vale menção honrosa para o italiano Nicolo Martinenghi (58.37 - 2021) e o belarusso Ilya Schymanovich (58.46 - 2021), que correm por fora no sonho pela medalha.

O Brasil não deve ter a mesma expectativa que vivenciou em 2016 nesta prova com Felipe França e João Gomes Jr. Lá, ambos foram finalistas olímpicos, com João em quinto e Felipe em sétimo. Em 2019, nós chegamos a ter quatro atletas com marcas de índice olímpico, mas na seletiva brasileira, apenas Felipe Lima - com 59.43 - garantiu a vaga. O experiente nadador de 36 anos possui duas pratas em Jogos Pan-Americanos nesta prova, além de um bronze no Mundial de 2013.

Depois, a FINA aceitou o pedido para que Caio Pumputis dispute a prova em Tóquio. Ele havia marcado o índice olímpico em prova válida, mas não tinha feito essa marca na seletiva única do Brasil.


400m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 25/07, às 08h39
Final: 25/07, às 23h20
Competidores: 

Favoritas ao ouro: Ariarme Titmus (AUS) e Katie Ledecky (USA)
Candidatas a medalha: Li Bingjie (CHN)
Pode surpreender: Simona Quadarella (ITA)
Brasil: Sem representante

A notícia antiga nos 400m livre é que Katie Ledecky segue entre as principais do mundo e credenciada ao ouro. A notícia nova é que ela não é mais imbatível. Ariarme Titmus é o nome da fera australiana que tem desafiado a principal nadadora da atualidade. Titmus conquistou o ouro no Mundial de 2019, derrotando Katie ao marcar o recorde da Oceania com 3:58.76.

Ledecky na Seletiva Olímpica dos EUA - Foto: AP
Mas o melhor estava por vir neste ano. Ariarme Titmus ganhou a seletiva da Austrália com um tempode 3:56.90, o segundo melhor tempo em toda a história da prova (44 décimos atrás do recorde mundial). Aos 20 anos, ela parece ser a única nadadora capaz de derrotar a norte-americana e ainda de quebra pulverizar o recorde mundial em Tóquio.

Saindo da disputa entre Ledeck e Titmus, o difícil é analisar quem briga pela medalha de bronze. Leah Smith, dos Estados Unidos, foi bronze em Gwangju, mas nem para Tóquio ela está classificada. Apesar de ter feito melhor marca neste ano, no momento mais importante ela foi batida por Paige Madden.

Sem Smith, a principal aposta fica em torno de Li Bingjie - bronze no Mundial de 2017 - e que vem se mantendo com bons tempos ao longo do ciclo olímpico. Correm por fora atletas da Rússia, Itália e uma outra australiana.


4x100m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 25/07, às 09h10
Final: 26/07, às 00h05
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Comitê Olímpico Russo (ROC) e Estados Unidos (USA)
Candidatos a medalha: Brasil (BRA) e Austrália (AUS)
Pode surpreender: Hungria (HUN), Itália (ITA), Grã-Bretanha (GBR) e França (FRA)
Brasil: Breno Correia, Pedro Spajari, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos

Das 12 vezes que esteve no programa olímpico, o revezamento 4x100m livre masculino foi vencido nove vezes pelos Estados Unidos. A conta pode aumentar para dez em Tóquio, mas não será nada fácil.

Pelo menos cinco países têm chance de medalha nesta prova. O favoritismo fica com EUA e Comitê Olímpico Russo, que possuem os nadadores mais regulares.No Mundial de 2019, os norte-americanos venceram com Caeleb Dressel, Blake Pieroni, Zach Apple e Nathan Adrian. O time é praticamente o mesmo em Tóquio, só muda a saída de Adrian para a adição de Brooks Curry, e Caeleb Dressel, que parece estar cada vez mais voando.

Por outro lado, a prata foi para a Rússia de Vladislav Grinev, Vladimir Morozov, Kliment Kolesnikov e Evgeny Rylov. Para Tóquio, sai Rylov e entra Andrei Minakov. É uma equipe jovem, sendo que o mais velho é Morozov, com 28 anos, e em franco poder de evolução. E se o EUA tem Dressel, os russos contam com Kolesnikov, jovem de 20 anos que marcou 47.37, o 19º melhor tempo da história, em abril deste ano.

O Brasil também está na briga, é claro. Em Londres-2012, o revezamento brasileiro ficou fora da final por muito pouco e chegou ao quinto lugar na Rio-2016. De 2016 restou Gabriel Santos e Marcelo Cherighini, que também estiveram na conquista da medalha de prata no Mundial de Budapeste, em 2017. Em Tóquio, eles se juntam a Breno Correia e Pedro Spajari em busca de uma medalha olímpica no revezamento. As chances são boas, basta os atletas beirarem à perfeição e segurarem os quartetos da Austrália, Hungria e Itália, que também vêm forte buscando a medalha.

Brasileiros do 4x100m livre - Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

200m LIVRE MASCULINO

Eliminatórias: 25/07, às 07h22
Semifinal: 25/07, às 22h37
Final: 26/07, às 22h43
Competidores: 

Favoritos ao ouro: -
Candidatos a medalha: Duncan Scott (GBR), Tom Dean (GBR), Matsumoto Katsuhiro (JPN), Martin Malyutin (ROC), Dana Rapsys (LTU) e Sunwoo Hwang (KOR)
Pode surpreender: -
Brasil: Fernando Scheffer e Breno Correia

Como a maioria das provas de nado livre, o 200m masculino é uma das mais tradicionais. A primeira edição em que a prova apareceu foi a de Paris-1900, com vitória do australiano Frederick Lane - primeiro nadador a representar a Austrália em Jogos Olímpicos.

O 200m livre entre os homens também é historicamente uma prova em aberto. Das 14 edições em que o evento esteve no programa olímpico, foram nove países diferentes saindo com o ouro. O dado mais legal ainda está por vir. Nunca houve um bicampeão olímpico nos 200m livre masculino. O chinês Sun Yang tinha grandes chances, mas está suspenso.

Sem Sun, a prova fica totalmente aberta, com pelo menos cinco nadadores buscando o tão cobiçado ouro olímpico: Duncan Scott (GBR), Tom Dean (GBR), Matsumoto Katsuhiro (JPN), Martin Malyutin (ROC) e Sunwoo Hwang (KOR).

O japonês e o russo foram os medalhistas em Gwangju-2019. Matsumoto teve um tempo de 1:45.22 para ficar com a prata, enquanto Malyutin chegou em terceiro com 1:45.63.

Duncan Scott é quem lidera o ranking mundial de 2021, com a terceira melhor marca do ciclo olímpico. O tempo de 1:44.47 o assegurou em Tóquio na equipe britânica. Só a nível de comparação, se Scott tivesse atingido essa marca no Mundial de 2019, ele seria medalhista de ouro.

Dana Rapsys, da Lituânia, e o punido Sun Yang, marcaram tempos melhores que o do britânico neste ciclo olímpico. Dean, Matsumoto, Malyutin e Hwang vêm décimos atrás de Duncan Scott, todos na casa do 1min e 44s - marcas mais fortes que nos dois últimos Mundiais.

O Brasil já teve um medalhista nesta prova. Trata-se da prata de Gustavo Borges conquistada em Atlanta-1996. No último Mundial, de 2019, Fernando Scheffer foi o brasileiro a ir mais longe, parando na semifinal.

Em Tóquio-2020, Fernando se juntou ao Breno Correia depois de terem vencido a seletiva brasileira. Ambos precisam melhorar suas marcas em mais de 1s caso queiram brigar por uma final olímpica.


100m COSTAS FEMININO
Eliminatórias: 25/07, às 07h02
Semifinal: 25/07, às 23h53
Final: 26/07, às 10h51
Competidores: 

Favoritos ao ouro: Kayle McKeown (AUS)
Candidatos a medalha: Regan Smith (USA), Kathleen Dawson (USA) e Kayle Masse (CAN)
Pode surpreender: Emily Seebohm (AUS)
Brasil: Sem representante

A canadense Kylie Masse vinha despontando como o grande nome da prova até 2019. Após o bronze olímpico que ela conquistou na Rio-2016 (58.76), Masse continuou bem no início do ciclo olímpico com o recorde mundial em 2017 (depois batido em 2018) e o bicampeonato mundial em 2017 e 2019.

A pandemia chegou, a Olimpíada foi adiada e Kaylee McKeown tornou-se o novo grande nome da prova. Recentemente, ela bateu o recorde mundial, na seletiva da Austrália para os Jogos Olímpicos de Tóquio. A marca foi de 57.45, meio segundo mais rápida do que o antigo recorde, o que deixa em aberto para ser pulverizado novamente na Olimpíada.

Emoção de McKeown após quebrar o recorde mundial - Foto: Delly Carr/Swimming Australia
Masse não faz um bom ano e deve ter boas concorrentes na briga pela medalha. Regan Smith (USA), com 57.92, e Kathleen Dawson (AUS), com 58.08, são as principais adversárias. Pelo andar da carruagem, muito provavelmente quem fizer acima dos 58s tem grandes chances de ficar fora do pódio olímpico.

Não dá para descartar Emily Seebohm, australiana dona de cinco medalhas olímpicas e que está classificada para sua quarta Olimpíada. Ela pode surpreender.


100m COSTAS MASCULINO
Eliminatórias: 25/07, às 08h19
Semifinal: 25/07, às 23h31
Final: 26/07, às 10h59
Competidores:

Favoritos ao ouro:
Candidatos a medalha: Ryan Murphy (USA), Evgeny Rylov (ROC), Kliment Kolesnikov (ROC) e Xu Jiayu (CHN)
Pode surpreender: Joseph Armstrong (USA), Mitchell Larkin (AUS) e Irie Ryosuke (JPN)
Brasil: Guilherme Basseto e Guilherme Guido

O recordista mundial Ryan Murphy é um dos favoritos a conquistar a medalha de ouro em Tóquio. Mas o estadunidense não é mais o único na prova. Os russos cresceram muito e têm em Evgeny Rylov, com 52.12, e Kliment Kolesnikov, com 52.13, as chances de medalha.

Aliás, eles são os líderes do ranking mundial e com marcas que encaixam entre os dez melhores tempos da história dos 100m costas. Murphy tem 52.22 neste ano, realizado na seletiva em solo americano, mas vem de um Mundial em 2019 sem conquistar medalhas.

Falando em Mundial, o chinês Xu Jiayu - prata na Rio-2016 - é o atual bicampeão mundial e tem 51.86 como melhor tempo de sua vida. A marca é apenas um décimo atrás do recorde mundial, porém ele vem de 52.88 como seu melhor na temporada.

Os fãs da natação também podem e devem ficar atentos para o estadunidense Joseph Armstrong, o australiano Mitchell Larkin e o japonês Irie Ryosuke. Armstrong está entre os melhores tempos do ano, chegando próximo de Murphy na seletiva dos Estados Unidos, enquanto Irie e Larkin fizeram boas marcas no ano passado, o que faz não descartamos que possam surpreender.

Guilhermes Guido e Basseto na Seletiva do Brasil - Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Falando em nossos atletas, o Brasil tem evoluído demais nesta prova. Guilherme Guido é o atual recordista sul-americano e foi sétimo lugar nos dois últimos Mundiais, precisando melhorar mais ou menos em 1s o seu recorde para entrar de vez na briga pelo pódio. Ele terá Guilherme Basseto como companheiro de prova, que - seja dito de passagem - o venceu na seletiva brasileiro com o tempo de 53.84,um centésimo de segundo atrás.


100m PEITO FEMININO
Eliminatórias: 25/07, às 07h59
Semifinal: 25/07, às 22h50
Final: 26/07, às 23h17
Competidores:

Favoritos ao ouro: Lilly King (USA)
Candidatos a medalha: Yulya Yefimova (ROC), Lydia Jacoby (USA) e Martina Carraro (ITA)
Pode surpreender: Sophie Hansson (SWE) e Tatjana Schoenmaker (RSA)
Brasil: Sem representante

Não à toa ela tem “rei” no nome. Lilly King tem tudo para se tornar a primeira bicampeã olímpica da prova dos 100m peito feminino. A queen King domina a prova o ciclo olímpico inteiro, inclusive quebrando o recorde mundial de 1:04.13 no Mundial de 2017.

King na Seletiva dos EUA - Foto: AP

A única a chegar próxima da norte-americana foi Yulya Yefimova, do Comitê Olímpico Russo. Juntas, elas subiram ao pódio na Rio-2016 e nos Mundiais de 2017 e 2019.

Neste ano, Lilly King é a única a baixar de 1:05.00, mas é bom lembrarmos que os nadadores focam em chegarem ao ápice físico e técnico nos Jogos Olímpicos. Yefimova perdeu o campeonato nacional para a jovem Evegniia Chikunova, de apenas 16 anos. Por outro lado, é fato que a prova não tem tido um alto nível de tempos nos últimos anos.

Prova disso foi a medalha de bronze da italiana Martina Carraro, no Mundial de Gwangju, com uma marca de 1:06.36, longe mais de 2s do recorde mundial batido dois anos antes na prova.

O lado positivo fica pela imprevisibilidade. Quem são as candidatas a medalha em Tóquio? Difícil saber, mas analisando o que vimos neste ano, jovens da Suécia e da África do Sul podem surpreender. Sophie Hansson marcou 1:05.69 no Campeonato Europeu, enquanto Tatjana Schoenmaker quebrou o recorde africano com o tempo de 1:05.74. Olho nelas.


200m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 26/07, às 07h00
Semifinal: 26/07, às 22h30
Final: 27/07, às 22h41
Competidores:

Favoritos ao ouro: Ariarne Titmus (AUS) e Katie Ledecky (USA)
Candidatos a medalha: Federica Pelegrini (ITA), Emma McKeon (AUS) e Sarah Sjostrom (SWE)
Pode surpreender: Junxuan Yang (CHN) e Siobhan Haughey (HKG)
Brasil: Sem representante

Aos 33 anos, Federica Pelegrini vai para sua quinta Olimpíada. Nos 200m livre, a italiana foi prata em Atenas-2004, ouro em Pequim-2008, 5ª em Londres-2012 e quarta na Rio-2016. Isso sem contar as oito medalhas seguidas em Mundiais, incluindo o bicampeonato em sequência nos dois últimos.

Currículo invejável, estando há mais de 15 anos em alto nível. A tendência é ela voltar a subir em um pódio olímpico após hiato desde Pequim. Mas não será nada tranquilo.

Aliás, o recorde mundial de Pelegrini com a marca de 1:52.98, que vem desde o Mundial de 2009, está bem próximo de ser quebrado. Quem ameaça novamente é ela, a australiana Ariarne Titmus, que garantiu a vaga em Tóquio com a marca de 1:53:09 - a segunda melhor da história.

Titmus na Seletiva Australiana - Foto: Delly Carr/Swimming Australia
Apesar de Pelegrini ser gigante nesta prova, Katie Ledecky deve ser a maior ameaça de Titmus em busca do ouro. No Rio, deu Ledecky e, apesar dela vir de um Mundial ficando fora do pódio nesta prova, a norte-americana cresce em Olimpíadas.

A gigante sueca Sarah Sjostrom, além de Junxuan Yang, da China, Emma McKeon, da Austrália, e Siobhan Haughey, de Hong Kong, correm por fora nessa briga pela medalha. Sjostrom ficou com o bronze em 2019, já a chinesa Yan acabou de bater o recorde asiático com 1:54.57, seguida bem de perto pela atleta de Hong Kong. McKeon foi prata, empatada com Ledecky, no Mundial de 2017 e jamais pode ser descartada. Fez 1:54.74 neste ano, sua segunda melhor marca em toda a carreira nesta prova.


200m BORBOLETA MASCULINO
Eliminatórias: 26/07, às 07h29
Semifinal: 26/07, às 23h35
Final: 27/07, às 22h49
Competidores:

Favoritos ao ouro: Krisóf Milák (HUN)
Candidatos a medalha: Daiya Seto (JPN) e Chad le Clos (RSA)
Pode surpreender: Federico Burdisso (ITA) e Tamas Kenderesi (HUN)
Brasil: Leonardo de Deus

Sem o tricampeão olímpico Michael Phelps nesta prova, logo um outro nome passou a dominar a nível mundial, o sul-africano Chad le Clos, que já foi campeão olímpico em Londres derrotando Phelps.

Todavia, não é Chad le Clos o favorito em Tóquio. Kristóf Milák é o nome da fera húngara. Aos 21 anos, chega para ser campeão olímpico com folga nesta prova. Só ele consegue nadar abaixo dos 1:52.00 com tranquilidade na atualidade. No Mundial de Gwangju, bateu o recorde mundial com impressionantes 1:50.73 e neste ano já fez a segunda melhor marca da história com 1:51.10.

Milak no Europeu 2021 - Foto: Divulgação/LEN
O japonês Daiya Seto, bronze em 2017 e prata em 2019, é grande ameaça, representando o bom histórico do Japão nesta prova olímpica. Neste ano, ele não nadou tão bem a prova no campeonato nacional, com uma marca na casa dos 1:55, mas em 2020 ele chegou a bater o recorde asiático com 1:52.53.

Chad le Clos também não pode ser descartado. Neste ciclo olímpico, ele foi campeão mundial em 2017 e bronze em 2019, mesmo não tendo feito boas marcas desde 2020. Por último, o húngaro Tamas Kenderesi - bronze na Rio-2016 - pode surpreender numa final, assim como o italiano Burdisso, de apenas 19 anos.

O Brasil terá Leonardo de Deus como representante nesta prova, embalado pelo sétimo lugar no Mundial de Gwangju. Na seletiva brasileira, ele nadou bem próximo da marca de 2019. Melhorando um pouco, Leonardo é um nadador a se ficar de olho numa possível final olímpica.


200m MEDLEY FEMININO
Eliminatórias: 26/07, às 07h56
Semifinal: 26/07, às 23h58
Final: 27/07, às 23h45
Competidores:

Favorita ao ouro: Katinka Hosszú (HUN)
Candidata a medalha: Ohashi Yui (JPN) e Kaylee McKeown (AUS)
Podem surpreender: Alex Walsh (USA), Sydney Pickrem (CAN) e Shiwen Ye (CHN)
Brasil: Sem representante

A prova dos 200m medley reúne 50m para cada estilo. Os nadadores começam do bloco mergulhando para nadarem 50m de borboleta, em seguida, tocam a parede com as duas mãos e retornam com os 50m costas. A passagem para os 150m é tocando a parede da piscina com apenas uma das mãos, já virando para o nado peito. Por fim, voltam em toda velocidade para os 50m finais de nado livre.

A prova, portanto, coroa o nadador mais “completo”, que consegue ser mais rápido em todos os estilos existentes de natação. Quem costuma fazer isso com maestria é Katinka Hosszú, da Hungria. Ela dominou o ciclo olímpico inteiro, assim como fez nos anos antes de ser campeã olímpica na Rio-2016. Hosszú foi campeã mundial em 2017 e 2019, além de ser recordista da prova.

A melhor marca de 2021 é de Kaylee McKeown, com 2:08.19, muito longe do recorde mundial de 2:06.12, mas entre os melhores da história. Só 22 vezes foi feita a marca abaixo de 2:08.00 na prova dos 200m medley feminino. Dessas, 16 vezes foi Katinka Hosszú que baixou esta marca, para se ter noção da dominância da Dama de Ferro na prova.

Saindo do mundo a parte da húngara, foi a japonesa Ohashi Yui quem chegou mais “perto” de Katinka neste ciclo olímpico, com o tempo de 2:07.91 realizado quando ficou com a prata no Mundial de Budapeste.

Retornando ao ranking mundial de 2021, Madisyn Cox marcou o segundo melhor tempo do mundo em uma prova em maio, mas na seletiva olímpica ela perdeu por milésimos a vaga. Alex Walsh e Kate Douglass irão representar os Estados Unidos nesta prova numa tentativa de colocar a bandeira norte-americana no lugar mais alto do pódio, algo que não ocorre desde 1984, em Los Angeles.

Por fim, dois nomes precisam e merecem destaque: Sydney Pickrem, do Canadá, e Shiwen Ye, da China. A chinesa foi campeã olímpica em Londres-2012, enquanto Pickrem tem um bronze em Mundial.


1500m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 26/07, às 08h32
Final: 27/07, às 23h54
Competidores:

Favoritos ao ouro: Katie Ledecky (USA)
Candidatos a medalha: Simona Quadarella (ITA), Maddy Gough (AUS), Sarah Kohler (GER) e Jinjiabe Wang (CHN)
Podem surpreender: Erica Sullivan (USA) e Delfina Pignatiello (ARG)
Brasil: Beatriz Dizotti e Viviane Jungblut

Os 1500m livre feminino é uma prova nova para o programa feminino da natação olímpica. Até o Rio, apenas a prova de 800m era disputada entre as mulheres, assim como só os 1500m eram disputados entre os homens. Em Tóquio, ambas as provas serão realizadas em ambos os naipes.

Será mais uma prova com nome e sobrenome ianque: Katie Ledecky. Ela “só” possui as 11 melhores marcas de todos os tempos. Na seletiva dos Estados Unidos neste ano, Ledecky ganhou com folgas com a marca de 15:40.50, a 15ª melhor desta prova. Dá até para afirmar que a norte-americana só perde se sentir muito mal na competição.

A briga pelas medalhas fica mais em aberto. No Mundial de 2019, Katie Ledecky desistiu da prova após as eliminatórias. A italiana Simona Quadarella acabou campeã do mundo com um tempo de 15:40.89. Sarah Kohler, da Alemanha, e Jianjiabe Wang, da China, ficaram com a prata e o bronze, respectivamente.

Quadarella no Europeu 2021 - Foto: Divulgação/LEN
As três seguem entre as melhores do mundo e terão ainda a concorrência de Maddy Gough, da Austrália, e de Erica Sullivan, dos Estados Unidos. Ambas fizeram boas marcas neste ano em suas seletivas nacionais e têm chance de surpreender as favoritas em Tóquio-2020. Gough, além de tudo, fez um tempo top-30 da história da prova.

Vale também citarmos Delfina Pignatiello, argentina recordista sul-americana e que acumula medalhas em Jogos Pan-Americanos. O Brasil terá Beatriz Dizotti e Viviane Jungblut como representantes na prova. A jovem Dizotti quebrou o recorde nacional na seletivanacional, mas pouco menos de dois meses depois foi a vez de Vivi exonerar a marca.


4x200m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 27/07, às 08h17
Final: 28/07, às 00h26
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Comitê Olímpico Russo (ROC), Austrália (AUS) e Grã-Bretanha (GBR)
Candidatos a medalha: Estados Unidos (USA)
Pode surpreender: Brasil (BRA) e Itália (ITA)
Brasil: Fernando Scheffer, Murilo Sartori, Breno Correia e Luiz Altamir

O Brasil foi sétimo do mundo em Gwangju-2019. Melhorando um pouco as marcas dos quatro atletas, os brasileiros podem até surpreender, quem sabe lutar pela medalha de bronze.

Lá na frente a briga promete ser intensa. A Grã-Bretanha sai na frente, com Duncan Scott e Tom Dean com os melhores tempos do mundo nos 200m livre. Sob o comando de Martin Malyutin e Ivan Girev, os russos vêm na cola, assim como os australianos, que possuem Alexander Graham com o melhor tempo nacional em 2021.

Os Estados Unidos foi o único país a ter um atleta na casa dos 1:46.00 neste ano, com Andrew Seliskar nadando para 1:46.34. No Mundial de 2019 deu Austrália, com Rússia em segundo e Estados Unidos completando o pódio. A Itália quase beliscou o bronze.

No Campeonato Europeu neste ano o ouro foi para os russos, com a Grã-Bretanha em segundo e Itália em terceiro. Os estadunidenses precisarão nadar forte para subirem ao pódio, algo que fizeram em todas as edições em que o revezamento 4x200m livre masculino esteve em Jogos Olímpicos. A exceção foi em 1980, com o boicote aos Jogos de Moscou.

Correm por fora os revezamentos de países como a Itália e o Brasil. Os italianos, como citado acima, por muito pouco não saíram com uma medalha no Mundial, terminando na quarta colocação. O Brasil foi sétimo, com marcas que podem melhorar nos Jogos Olímpicos.


800m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 27/07 às 08h37
Final: 28/07 às 22h30
Competidores:

Favoritos ao ouro: Gregorio Paltrinieri (ITA)
Candidatos a medalha: Henrik Christiansen (NOR), Jack Alan McLoughlin (AUS) e Mykhailo Romanchuk (UKR)
Pode surpreender: David Aubry (FRA), Felix Auboeck (AUT) | Florian Wellbrock (GER), Ahmed Hafnaoui (TUN) e Guilherme Costa (BRA)
Brasil: Guilherme Costa

A prova dos 800m livre masculino irá estrear na Olimpíada de Tóquio-2020. De cara, o primeiro ouro olímpico deve ser para a Itália, com Gregorio Paltrinieri. É ele quem conquistou o ouro no Mundial de Gwangju, em 2019, com a marca de 7:39.27 - recorde Europeu. Foi o único neste ciclo olímpico a entrar no top-10 dos melhores tempos da história na prova. 

Já a briga pelas outras medalhas segue em aberto. Tudo indica que quem fizer uma marca próximo a 7:42.00 deve garantir medalha olímpica. O último parâmetro foi justamente o Mundial de 2019, onde Henrik Christiansen, da Noruega, e David Aubry, da França, foram respectivamente prata e bronze. O norueguês nadou para 7.47.99 neste ano no Campeonato Europeu, bem longe dos 7:41.28 que lhe rendeu o recorde nacional e a prata no Mundial, mas certamente entre os candidatos à medalha.

Para o francês já é meio complicado. Ele tem nadado mal e feito sua preparação no mar. O motivo é uma lesão crônica que o fará realizar uma cirurgia pós-Tóquio. Até lá, ele tenta lidar com as dores para ir bem nos 800m e na prova de águas abertas, já que está classificado também para a maratona aquática. Mesmo lesionado, não dá pra descartar o francês.

Jack Alan McLoughlin, da Austrália, e Mykhailo Romanchuk, da Ucrânia, fizeram boas marcas neste ano, na casa dos 7:42, também colocando ambos numa disputa por medalhas.

Outros nomes frequentes nas provas de fundo são o austríaco Felix Alboeck e o alemão Florian Wellbrock. Ambos podem ser uma surpresa na prova, assim como o brasileiro Guilherme Costa, o Cachorrão. Ele tem crescido nos últimos anos e pode brilhar numa possível final.

Guilherme Costa na Seletiva Olímpica do Brasil - Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

200m PEITO MASCULINO
Eliminatórias: 27/07, às 07h50
Semifinal: 27/07, às 23h21
Final: 28/07, às 22h44
Competidores:

Favoritos ao ouro: Sato Shoma (JPN), Anton Chupkov (ROC) e Zac Stubblety-Cook (AUS)
Candidatos a medalha: Matthew Wilson (AUS), Watanabe Ippei (JPN) e Arno Kamminga (NED)
Pode surpreender: Nic Fink (USA) e Erik Persson (SWE)
Brasil: Sem representante

De 25 edições, em apenas cinco vezes que os Estados Unidos saíram com ouro nesta prova olímpica. Com seis ouros, os japoneses são os maiores vencedores dos 200m peito entre os homens, tendo conquistado o ouro pela última vez em Pequim-2008 com Kitajima Kosuke.

Em casa, daqui alguns dias, eles podem voltar a vencer. Terão duas chances para isso, com Watanabe Ippei e Sato Shoma. Watanabe foi bronze nos últimos dois Mundiais, enquanto Sato marcou 2:06.40 no Campeonato Japonês neste ano, quebrando o recorde asiático com a terceira melhor marca de todos os tempos.

O problema é que os nipônicos terão concorrência das boas. A começar pelo bronze na Rio-2016 e atual bicampeão mundial Anton Chupkov, do Comitê Olímpico Russo. O recorde mundial da prova é dele, feito no ouro em Gwangju-2019. No entanto, possivelmente a marca será destruída em Tóquio, com chances de até ele mesmo acabar com ela.

Da Austrália vem dois competidores capazes de conquistar o ouro: Zac Stubblety-Cook e Matthew Wilson. O primeiro venceu a seletiva australiana simplesmente com o segundo melhor tempo da história, apenas 16 centésimos atrás da marca de 2:06.12, atual recorde mundial de Chupkov. Já Matthew Wilson viveu um drama pessoal recente com a perda da sua avó, mas estará em Tóquio após vir de boas marcas no ciclo olímpico. Além disso, ele já foi recordista mundial.

Completa essa lista de possíveis medalhistas o neerlandês Arno Kamminga, que nadou para 2:06.85 no final de 2020. Na cada dos 2min e 7s podemos dizer que Erik Persson, da Suécia, e Nik Fink, dos EUA, podem ser zebras em Tóquio.


200m BORBOLETA FEMININO
Eliminatórias: 27/07, às 07h29
Semifinal: 27/07, às 23h35
Final: 28/07, às 22h49
Competidores:

Favoritos ao ouro: Yufei Zhang (CHN), Hali Flickinger (USA) e Blogarka Kapas (HUN)
Candidatos a medalha: Franziska Hentke (GER)
Pode surpreender: Regan Smith (USA), Liyan Yu (CHN), Laura Stephens (GBR), Alys Margaret Thomas (GBR)
Brasil: Sem representante

A nadadora Mireia Belmonte é a atual campeã olímpica da prova, mas não deve disputar os 200m borboleta em Tóquio. Ela tem classificação apenas para as provas longas e depende do Comitê Olímpico da Espanha para liberá-la para competir em outras provas que tenha índice. A nadadora sofreu com lesões durante a temporada e ficou de fora do Campeonato Europeu neste ano por uma tendinite.

Sem Mireia, é possível que a China volte a conquistar um ouro nesta prova depois da consagração de Liu Zige, em Pequim-2008, e de Jiao Liuyang, em Londres-2012. Yufei Zhang é uma das mais cotadas a sair com o ouro olímpico nesta prova em Tóquio.

Ela deve ter a norte-americana Hali Flickinger - prata no Mundial de 2019 - como uma grande adversária. Elas, inclusive, lideram o ranking mundial deste ano. Quem também vem bem na briga pelo ouro é Boglarka Kapas (HUN), atual campeã mundial. Zhang, Flickinger e Kapas já nadaram neste ano abaixo das marcas realizadas na final do Mundial. Ou seja, o nível está bem elevado, apesar de longe do recorde mundial.

Correm por fora nomes como Regan Smith (AUS), Liyan Yu (CHN), Laura Stephens (GBR), Alys Margaret Thomas (GBR) e Franziska Hentke (GER). As três últimas foram finalistas mundiais em Gwangju, com Hentke chegando na quarta colocação. Em 2017, ela foi prata, conquistando sua primeira medalha em Mundial de piscina longa.


100m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 27/07, às 07h02
Semifinal: 27/07, às 22h30
Final: 28/07, às 23h37
Competidores:

Favoritos ao ouro: Caeleb Dressel (USA), Kyle Chalmers (AUS)
Candidatos a medalha: Kliment Kolesnikov (ROC), Zach Apple (USA), Andrei Minakov (ROC) e Alessandro Miressi (ITA)
Pode surpreender: Nandor Nemeth (HUN), Duncan Scott (GBR), Maxime Grousset (FRA), David Popovici (ROU)
Brasil: Pedro Spajari e Gabriel Santos

Historicamente, a prova dos 100m livre é extremamente definida nos detalhes. Quem melhor tem acertado os detalhes em momentos chaves é o estadunidense Caeleb Dressel. É o atual bicampeão da prova em Mundial e recordista nacional, com 46.96 feitos em Gwangju. A marca é apenas 5 centésimos atrás do recorde mundial do brasileiro César Cielo.

Dressel na Seletiva Olímpica dos EUA -Foto: AP
As ameaças ao norte-americano são várias. Kyle Chalmers (AUS), atual campeão olímpico e vice-campeão mundial é um deles. O australiano chegou bem perto de Dressel no Mundial de 2019, cravando 47.08 na final.

Fora os dois, apenas Kliment Kolesnikov, do Comitê Olímpico Russo, nadou tão forte, para 47.31. Atrás do russo, vários nadadores têm marcas velozes, abaixo dos 48s. Alessandro Miressi (ITA), Zach Apple (USA), Andrei Minakov (RUS), Nandor Nemeth (HUN), Duncan Scott (GBR) e Maxime Grousset (FRA).

De última hora, já em julho, quem apareceu forte na prova foi o romeno David Popovici. Com apenas 16 anos, o jovem nadador foi o grande destaque do Campeonato Europeu Júnior de natação, quando venceu os 100m livre com a marca de 47.30, novo recorde mundial júnior e a melhor marca do ano.

Falando das nossas chances, não dá para esquecermos dos brasileiros também. Pedro Spajari marcou 48.31, enquanto Gabriel Santos cravou 48.49 na seletiva brasileira. A baixa sentida é de Marcelo Chierighini, quinto colocado nos dois últimos Mundiais e oitavo na Rio-2016.

Na semifinal de Gwangju-2019, Marcelo nadou os 100m livre para 47.76, mas na final fez 47.93. Se tivesse repetido a marca da semifinal na disputa da medalha, ele teria saído com o bronze. Breno Correia também esteve na final em 2019, terminando em oitavo com 48.90. Nenhum dos dois estará nesta prova em Tóquio, mas se os brasileiros encaixarem suas marcas para os 47s, têm chances de beliscar a medalha olímpica.


4x200m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 28/07, às 08h34
Final: 29/07, às 00h31
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Austrália (AUS)
Candidatos a medalha: Estados Unidos (USA), Canadá (CAN) e China (CHN)
Pode surpreender:
Brasil: Larissa Oliveira, Gabrielle Roncatto, Nathalia Almeida e Aline Rodrigues

As australianas são muito favoritas ao ouro no revezamento 4x200m livre em Tóquio. O quarteto formado por Ariarne Titmus, Emma McKeon, Madison Wilson e Leah Neale tem tudo para bater novamente o recorde mundial. Com Brianna Throssell no lugar de Leah Neale, as australianas marcaram 7:41.50 no Mundial de 2019, recorde da prova.

Se juntarmos os tempos das quatro atletas em 2021 na seletiva australiana, a marca de tempo seria muito superior ao recorde mundial. Ou seja, o recorde mundial deve ser batido por elas.

Correm por fora na briga pelo ouro as norte-americanas, as canadenses e as chinesas. O EUA tem em Katie Ledecky sua principal esperança, enquanto Canadá tem Penny Oleksiak no comando. Fechando a lista das candidatas a medalha temos a China com Junxuan Yang tendo quebrado o recorde asiático neste ano.
Brasileiras do 4x200m livre - Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
O Brasil terá Larissa Oliveira, Gabrielle Roncatto, Nathalia Almeida e Aline Rodrigues representando o revezamento. A classificação para a final já seria um grande feito, já que nenhuma delas tem grandes marcas. Aliás, a vaga brasileira só foi confirmada após a desistência das britânicas nesta prova.


200m PEITO FEMININO
Eliminatórias: 28/07, às 07h52
Semifinal: 28/07, às 23h54
Final: 29/07, às 22h41
Competidores:

Favoritas ao ouro: Tatjana Schoenmanker (RSA)
Candidatas a medalha: Molly Renshaw (GBR), Annie Lazor (USA) e Lilly King (USA)
Pode surpreender: Evgeniia Chikunova (ROC) e Lisa Mamie (SUI)
Brasil: Sem representante

Medalhista nas duas últimas Olimpíadas e bicampeã mundial em 2017 e 2019, Yuliya Yefimova não estará em Tóquio nesta prova. Apesar de já ter feito ótimos tempos em 2021, como os 2:21.86 feito no Mare Nostrum, em junho, ela ficou em 3º na seletiva russa, não assegurando a vaga nos 200 peito.

Com isso, a porta ficou aberta para possivelmente o único ouro africano na natação em Tóquio-2020. Tatjana Schoenmaker foi prata no Mundial de 2019 representando a África do Sul. Já em 2021 ela cravou 2:20.17, batendo o recorde africano. O tempo é o mesmo com que Yuliya foi ouro em Gwangju, mostrando que a sul-africana tem tudo para conquistar o topo do pódio.

A prata e o bronze estão em aberto, com nomes como das norte-americanas Annie Lazor e Lilly King em disputa. Lazor tem 2:21.07 feito na seletiva americana, marca de medalhista mundial. É o mesmo caso de Molly Renshaw, recordista da Grã-Bretanha com 2:20.89, segundo melhor tempo do ano.

Quem pode surpreender é a russa Evgeniia Chikunova, que vem melhorando suas marcas com apenas 16 anos, além da suíça Lisa Mamie.


200m COSTAS MASCULINO
Eliminatórias: 28/07, às 07h25
Semifinal: 28/07, às 23h04
Final: 29/07, às 22h50
Competidores:

Favoritos ao ouro: Evgeny Rylov (ROC)
Candidatos a medalha: Ryan Murphy (USA), Mitchel Larkin (AUS) e Luke Greenbank (GBR)
Pode surpreender: Bryce Mefford (USA) e Irie Ryosuke (JPN)
Brasil: Sem representante

O russo Evgeny Rylov tem tudo para quebrar uma sequência de seis ouros seguidos dos Estados Unidos nesta prova olímpica. Rylov foi bronze no Rio e é o atual bicampeão mundial vencendo o campeão olímpico Ryan Murphy, do EUA.

Já em 2021, Rylov quebrou o recorde europeu na seletiva nacional com 1:53.23, a sexta melhor marca da história nos 200m costas masculino. Dificilmente Murphy conseguirá o bicampeonato olímpico e deve se contentar com a prata.

A medalha de bronze é que está em aberto. O australiano Mitchel Larkin - prata na Rio-2016 - tem o terceiro melhor tempo do ano e está na briga por mais uma medalha olímpica. Luke Greenbank, da Grã-Bretanha, foi bronze no último Campeonato Mundial e é outro que briga pela medalha. A marca de 1:54.43 lhe rende a 4ª melhor marca de 2021.

Podendo surpreender há dois nomes: Bryce Mefford (USA) e Irie Ryosuke (JPN). Mefford nadou para 1:54 na seletiva americana, enquanto Irie tem uma marca na casa dos 1:55, mas nadando em casa pode ser um incentivo para a surpresa.


100m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 28/07, às 07h02
Semifinal: 28/07, às 22h53
Final: 29/07, às 22h59
Competidores:

Favoritos ao ouro: Emma McKeon (AUS) e Cate Campbell (AUS)
Candidatos a medalha: Sarah Sjostrom (SWE) e Penny Oleksiak (CAN)
Pode surpreender: Sioban Haughey (HKG), Femke Hemskerk (NED), Yufei Zhang (CHN) e Ranomi Kromowidjojo (NED)
Brasil: Larissa Oliveira

Um dos grandes nomes da prova é Simone Manuel, a primeira mulher negra campeã olímpica na natação. Entretanto, ela desfalcará a prova em Tóquio, não conseguindo classificação pela seletiva norte-americana. Além de atual campeã olímpica, ela é a atual bicampeã mundial.

Com isso, as portas ficaram livres para Emma McKeon e Cate Campbell disputarem o título. As australianas têm voado neste ano, enfileirando os melhores tempos de 2021. Cate foi prata em Gwangju, enquanto McKeon, com 52.19, tem o 8º melhor tempo da prova em todos os tempos.

McKeon e Campbell na Seletiva da Austrália - Foto: Delly Carr/Swimming Australia
Bem próximo a elas devemos ter Penny Oleksiak (CAN), campeã olímpica ao lado de Simone Manuel, que vem em melhora de resultados. Outra nadadora forte na prova dos 100m livre é Sarah Sjostrom, bronze na Olimpíada do Rio e medalhista nos últimos Mundiais.

A lista das atletas que podem surpreender compõem Kromowidjojo e Hemskerk, dos Países Baixos, além da chinesa Zhang e de Haughey, representando Hong Kong. As quatro nadadores têm marca no máximo de 53s, marca que gira em torno de uma medalha olímpica.


200m MEDLEY MASCULINO
Eliminatórias: 28/07, às 08h15
Semifinal: 29/07, às 00h08
Final: 29/07, às 23h16
Competidores:

Favoritos ao ouro: 
Candidatos a medalha: Michael Andrew (USA), Chase Kalisz (USA), Seto Daiya (JPN) e Hagino Kosuke (JPN)
Podem surpreender: Shun Wang (CHN), Hugo Gonzalez (ESP), Mitchel Larkin (AUS), Jeremy Desplanches (SUI) e Duncan Scott (GBR)
Brasil: Caio Pumputis e Vinicius Lanza

Sem Ryan Lochte e Michael Phelps (atual tetracampeão olímpico da prova), mas com Michael Andrew e Chase Kalisz. Os norte-americanos sabem nadar bem o 200m medley, prova que reúne 50m para cada tipo de nado.

Chase Kalisz na Seletiva dos EUA - Foto: AP
Andrew e Kalisz estão entre os melhores do mundo e favoritos ao ouro. A prova dos 200m medley para os homens é uma das que mais evoluiu de 2019 para cá, mesmo durante a pandemia. Sem Phelps e Lochte, que sobravam nesta prova com marcas na casa de 1:54, o equilíbrio ficou mais claro também.

Em 2021, cinco atletas já fizeram marcas que seria medalha no Mundial de 2019. O chinês Shun Wang - bronze no Rio - e o espanhol Hugo Gonzalez fizeram 1:55.7, marca que também seria bronze em Gwangju. Além deles, há também Mitchel Larkin, da Austrália, e Jeremy Desplanches, da Suíça, que estão no bolo brigando pela medalha. Sem contar a boa marca de Duncan Scott, da Grã-Bretanha.

Retornando aos norte-americanos, Michael Andrew nadou na seletiva dos Estados Unidos para 1:55.26 - tendo ficado boa parte da prova nadando abaixo do recorde mundial -, simplesmente o melhor tempo de todo o ciclo olímpico nesta prova, o que o coloca no radar dos outros favoritos. Já Chase Kalisz, mesmo não tendo ido bem na seletiva, é nome para brigar pelo ouro. Foi ouro em 2017 e bronze em 2019.

Seto Daiya e Hagino Kosuke nadaram no Campeonato Japonês com marcas em 1:57, entretanto já alcançaram tempos muito melhores que lhe renderam medalhas. Hagino foi prata na Rio-2016 e prata no Mundial de Budapeste, em 2017. Já Seto é o atual campeão do mundo. Somando a estarem competindo em casa em Tóquio, ambos são favoritos a brigarem por medalha olímpica.

O Brasil já teve Thiago Pereira sendo quarto colocado em Londres-2012 nesta prova, em que ele tem 1:55.55 com melhor marca. Dois brasileiros garantiram vaga na seletiva nacional: Caio Pumputis, de 22 anos, e Vinicius Lanza, de 24. Pumputis cravou 1:58.53, enquanto Lanza fez 1:59:58. Ambos brigam para estarem em uma final olímpica.


100m BORBOLETA MASCULINO
Eliminatórias: 27/07, às 07h02
Semifinal: 27/07, às 22h30
Final: 28/07, às 23h37
Competidores:

Favoritos ao ouro: Caeleb Dressel (USA)
Candidatos a medalha: Kristof Milak (HUN), Matthew Temple (AUS), Mehdy Metella (FRA), Joseph Schooling (SIN), Chad le Clos (RSA) e Andrei Minakov (ROC)
Pode surpreender: Josif Miladinov (BUL), Noe Ponti (SUI), James Guy (GBR), Kawamoto Takeshi (JPN), Mizunuma Naoki (JPN) e Jakub Majerski (POL)
Brasil: Matheus Gonche e Vinicius Lanza

A estreia dos 100m borboleta para homens em Olimpíadas foi na Cidade do México, em 1968. Doug Russell foi o primeiro campeão olímpico da prova, representando os Estados Unidos, país que mais venceu esta prova.

Uma curiosidade é que a prova não teve medalhista de bronze nas duas últimas Olimpíadas. Em Londres, Yevgeny Korotyshkin (RUS) e Chad le Clos (RSA) empataram com a marca de 51.44 para levarem a prata. Na Rio-2016 um novo empate na segunda colocação, mas desta vez com um triplo empate: Michael Phelps (USA), Chad le Clos (RSA) e Laszlo Cseh (HUN) chegaram juntos com o tempo de 51:14.

Analisando a competição, o recordista e bicampeão mundial Caeleb Dressel deve vencer tranquilamente a prova em Tóquio. Ele possui 49.50 como recorde mundial e já chegou a 49.76 neste ano, ameaçando seu próprio recorde na Olimpíada.

O nadador que mais chega próximo a ele é Kristof Milak. O húngaro foi prata no Mundial de 2017 e mesmo tendo ficado de fora do pódio em 2019, vem enfileirando boas marcas, o que o credencia para lutar pela medalha.

Atrás deles muita coisa pode acontecer. Há pelo menos cinco nomes lutando por medalhas, incluindo o atual campeão olímpico Joseph Schooling, de Singapura, e Chad le Clos (RSA), prata no Rio-2016. Dos “novatos” na briga, temos o australiano Matthew Temple, que nadou para 50.45 neste ano, o francês Mehdy Metella, com marca de 50.87, além do russo Andrey Minakov, com marca de 51.17, e Josif Miladinov, búlgaro de apenas 17 anos.

O Brasil terá Matheus Gonche, de 22 anos, como um dos representantes nesta prova em Tóquio-2020. Ele marcou 51.94 na seletiva brasileira que o assegurou na competição e luta por boas marcas que podem o levar para uma final olímpica. Vinicius Lanza será o outro nome brasileira nesta prova.


200m COSTAS FEMININO
Eliminatórias: 29/07, às 08h08
Semifinal: 29/07, às 23h35
Final: 30/07, às 22h37
Competidores:

Favoritos ao ouro: Kaylee McKeown (AUS)
Candidatos a medalha: Margherita Panziera (ITA), Rhyan White (USA) e Kylie Masse (CAN)
Pode surpreender: Emily Seebohm (AUS)
Brasil: Sem representante

Regan Smith, dos Estados Unidos, é a atual campeã mundial e recordista da prova. O nado costa é o que a jovem norte-americana domina. Aos 17 anos, ela já era campeã mundial nos 100 e 200m costas, além de ter batido o recorde mundial.

Àquela altura, a australiana Kaylee McKeown era quem chegava mais próxima de Smith, mas era um próximo ainda extremamente distante. A marca de 2:03.69 deu o ouro para Regan Smith no Mundial de 2019 e antes, na semifinal, ela quebrou o recorde mundial com 2:03.35. McKeown foi prata com quase TRÊS SEGUNDOS de diferença, uma eternidade na natação. A marca foi de 2:06.26.

Dr lá pra cá, as coisas mudaram um pouco. McKeown quebrou o recorde de Smith na prova dos 100m costas e, nos 200m, apesar de não ter quebrado recorde, parece questão de tempo para isso. McKeown nadou para 2:04.28 com muita tranquilidade na seletiva australiana. Tem tudo para lutar pelo ouro nos 100m e nos 200m.

E mais! Ela não terá a concorrência da estadunidense nos 200m, já que Smith não conseguiu bater a marca na seletiva norte-americana e não disputará esta prova nos Jogos Olímpicos.

Com um suposto ouro indo para McKeown, a prata ou o bronze pode ir para Margherita Panziera. A italiana foi quarta colocada no último Campeonato Mundial e chega forte em Tóquio com marca de 2:05.56 neste ano. A norte-americana Rhyan White também tem cacife para brigar por essa medalha, assim como a canadense Kylie Masse, bronze no Mundial de 2019.

Corre por fora a incansável Emily Seebohm, quatro vezes medalhista olímpica, podendo surpreender.


800m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 29/07, às 07h02
Final: 30/07, às 22h46
Competidores:

Favorita ao ouro: Katie Ledecky (USA)
Candidatas a medalha: Ariarne Titmus (AUS), Simona Quadarella (ITA) e Jinjiahe Wang (CHN)
Pode surpreender:
Brasil: Viviane Jungblut 

Katie Ledecky é totalmente favorita ao ouro nesta prova. Só uma catástrofe a tiraria do alto do pódio, já que ela detém pelo menos as 20 melhores marcas da prova. Esse ano, tem 8:13.64 como melhor marca, o que a deixa na liderança mundial da prova.

A marca ainda é bem longe dos 8:04.79 feitos na Rio-2016, atual recorde mundial dos 800m livres feminino, mas Ledecky não deve precisar fazer muito esforços para conquistar o ouro.

Aliás, a norte-americana é bicampeã olímpica da prova (2012-2016), igualando feito de suas compatriotas Janet Evans (1988-1992) e Brooke Bennett (1996-2000). Mas em Tóquio-2020, Ledecky deve se tornar tricampeã olímpica da prova, um feito inédito. O destaque da prova será saber qual tempo ela conseguirá marcar.

Brigam pelo pódio a australiana Ariarne Titmus, bronze no Mundial de 2019 e quem mais próximo chegou de Ledecky neste ano com 8:15.57, além da italiana Simona Quadarella - prata em 2019 - e a chinesa Jinjiahe Wang. Ambas possuem boas marcas que a credenciam para a briga pelo pódio.

Tirando essas quatro nadadoras, a tendência da prova é ter tempos bem fracos, com poucas atletas baixando 8min e 20s. O Brasil terá Viviane Jungblut como representante na prova.


4x100m MEDLEY MISTO
Eliminatórias: 29/07, às 08h28
Final: 30/07, às 23h43
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Austtália (AUS), Estados Unidos (USA), China (CHN) e Grã-Bretanha (GBR)
Candidatos a medalha: -
Pode surpreender: Países Baixos (NED) e Comitê Olímpico Russo (ROC)
Brasil: Guilherme Basseto, Felipe Lima, Giovanna Diamante e Larissa Oliveira

Finalmente a prova mista irá estrear em Jogos Olímpicos. O revezamento 4x100m medley misto foi disputado três vezes em Campeonatos Mundiais. Em 2015, foi a Grã-Bretanha que venceu em Kazan, enquanto em Budapeste deu EUA e em Gwangju, em 2019, a Austrália que saiu com o título.

Dois homens e duas melhores nadam 100m de um estilo. A ordem da prova é com início no nado costas, passagem para o peito, o nado borboleta e o nado livre, para fechar. Apesar de haver uma ordem dos estilos, não existe uma fórmula de entrada dos homens e mulheres, com cada país usando sua estratégia.

Em 2017, os estadunidenses usaram a estratégia de Matt Graves abrir no nado costas e logo depois a Lilly King nadar no peito. Por fim, Caeleb Dressel nadou o borboleta e deixou Simone Manuel na boa para fechar o ouro no nado livre. Já os australianos fizeram de maneira diferente em 2019, com Emma McKeon e Cate Campbell nadando por último no borboleta e livre, respectivamente.

E os favoritos? Austrália, Estados Unidos e Grã-Bretanha brigam com a China pela medalha de ouro. Os chineses são os atuais recordistas mundiais da prova, com recorde quebrando durante a pandemia, em outubro de 2020. Xu Jiayu, Yan Zibei, Zhan Yufei e Yang Junxuan fizeram 3:38.41.

Corre por fora países como os Países Baixos, de Arno Kamminga, e o Comitê Olímpico Russo, de Kliment Kolesnikov. O Brasil terá Guilherme Basseto, Felipe Lima, Giovanna Diamante e Larissa Oliveira nos representando em busca de uma final na competição.


50m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 30/07, às 07h02
Semifinal: 30/07, às 23h11
Final: 31/07, às 22h30
Competidores:

Favoritos ao ouro: Caeleb Dressel (USA)
Candidatos a medalha: Benjamin Proud (GBR), Bruno Fratus (BRA), Vladimir Morozov (ROC), Kristian Gkomoleev (GRE) e Michael Andrew (USA)
Pode surpreender: Ari-Pekka Liukkonen (FIN), Thom de Beer (NED), Florent Manaudou (FRA) e Bjoern Seelinger (SWE)
Brasil: Bruno Fratus

O Brasil terá Bruno Fratus nos representando em uma prova onde temos uma certa tradição, afinal, é dos 50m livres nossa única medalha de ouro na natação olímpica, com César Cielo sendo campeão em Pequim-2008. Cielo ainda é recordista mundial da prova, mas tem grandes chances de perder o posto de recordista em Tóquio.
Bruno Fratus - Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
É que o estadunidense Caeleb Dressel vem voando nos últimos anos. Neste ano, ele já nadou para 21.04 na seletiva dos Estados Unidos, apenas 13 centésimos atrás do recorde mundial de 20.91 feitos por Cesar Cielo.

Mas a prova não tem um franco favorito. Apesar de não ter nadado bem neste ano, Ben Proud já fez 21.11 em 2018 (bronze no Mundial de 2017), enquanto Vladimir Morozov e Bruno Fratus têm como melhor marca 21.27, marcados respectivamente em 2019 e 2017. Michael Andrew também voou em 2021 na seletiva, com o tempo de 21.48.

Por ser uma prova de tiro rápido, qualquer erro é crucial. É aí que não podemos deixar de lembrar de atletas que nadaram entre 21.5 e 21.7 nos últimos anos. É caso do grego Kristian Gkomoleev - prata no Mundial de 2019 junto com o Fratus -, do finlandês Ari-Pekka Liukkonen, do neerlandês Thom de Boer, o francês Florent Manaudou, e o sueco Bjoern Seelinger.

Sobre o brasileiro, ele teve 21.71 como melhor tempo neste ano, mas certamente pode e deve fazer uma marca mais rápida em Tóquio. Bruno Fratus foi prata nos dois últimos Mundiais, marcando 21.27, em 2017, e 21.45 no Mundial de 2019. Em Olimpíada, ele foi quarto lugar em Londres e sexto no Rio. Fratus é nossa maior esperança de medalhas na natação e tem totais chances de conquistar sua primeira medalha olímpica.


50m LIVRE FEMININO
Eliminatórias: 30/07, às 07h24
Semifinal: 30/07, às 23h32
Final: 31/07, às 22h37
Competidores:

Favoritos ao ouro:
Candidatos a medalha: Emma McKeon (AUS), Cate Campbell (AUS), Ranomi Kromowidjojo (NED), Sarah Sjostrom (SWE), Simone Manuel (USA) e Pernile Blume (DEN)
Pode surpreender: Femke Hemskerk (NED), Abbey Weitzeil (USA), Katarzyna Warsick (POL) e Mariia Kameneva (ROC)
Brasil: Etiene Medeiros

A prova mais rápida das mulheres está em aberto. Isso porque a sueca Sarah Sjostrom volta de lesão e nadou mal neste ano. Não dá para saber como ela estará em Tóquio, mas não também não se pode negar sua capacidade de brilhar. Foi campeã mundial em 2017 e vice em 2019, além de ser a recordista mundial com 23.67.

Simone Manuel, dos Estados Unidos, é outro nome que briga pelo ouro, apesar de não vir com boas marcas. Simone marcou 24.29 na seletiva norte-americana e se classificou para Tóquio, porém com um tempo longe dos 24.05 que garantiu o ouro para ela no último Mundial. A atual medalhista de prata olímpica terá que acelerar mais para garantir a vitória.

Da Dinamarca vem Pernille Blume, atual campeã olímpica com 24.07 na Rio-2016. Neste ano ela já tem 24.06, marca que pode ser medalha em Tóquio. Olho também na neerlandesa Ranomi Kromowidjojo, prata no Mundial de 2017, e a australiana Cate Campbell, bronze em 2019.

Kromowidjojo tem 23.97 neste ano, terceiro melhor tempo do mundo, mas bem próxima de Campbell, segunda do mundo com 23.94. A número um do mundo é outra australiana, Emma McKeon, com 23.93. As medalhas olímpicas devem ficar por volta dos 23s, no máximo com tempos em 24 baixo.

Nomes que podem surpreender passam por Femke Hemskerk, dos Países Baixos, Abbey Weitzeil, dos Estados Unidos, Katarzyna Warsick, da Polônia, sem contar a russa Mariia Kameneva.

Etiene Medeiros representa o Brasil na prova, mas após ser finalista olímpica na Rio-2016, não chega com o mesmo poderio, não tendo feito o índice olímpico na seletiva brasileira e, por pouco, ficando fora dos Jogos de Tóquio.


1500m LIVRE MASCULINO
Eliminatórias: 30/07, às 07h48
Final: 31/07, às 22h44
Competidores:

Favoritos ao ouro: Gregorio Paltrinieri (ITA) e Floria Wellbrock (GER)
Candidatos a medalha: Mykhailo Romanchuk (UKR)
Pode surpreender: Henrik Christiansen (NOR)
Brasil: Guilmerme Costa

De 1984 para cá, quando os norte-americanos venceram a prova pela última vez, foi a Austrália que dominou os 1500m livres, com quatro ouros. Mas desde 2016 é o italiano Gregorio Paltrinieri quem domina a prova.

Gregorio é extremamente versátil, nadando bem as provas de fundo e maratona aquática em águas abertas. Em Tóquio ele estará representando a Itália nos dois eventos e é mais uma vez favorito ao ouro no 1500m.

A marca de 14:33.10 realizada em meio a pandemia em 2020 o credencia, também, para não só conquistar o bicampeonato olímpico como também quebrar o recorde mundial de Sun Yang, tempo de 14:31.02.

Entretanto, Paltrinieri terá a forte concorrência do alemão Florian Wellbrock, que o venceu no Mundial de 2019. Neste ano, também é de Wellbrock a melhor marca, com 14:36.45, 4 segundos à frente da marca de Paltrinieri.

O ucraniano Mykhailo Romanchuk também está na briga, sempre tendo boas marcas no ano. Os 14:39.89 em 2021 o coloca com o segundo melhor tempo do ano e com grandes chances de medalha olímpica após a prata no Mundial de Gwangju.

Guilherme Costa, o Cachorrão, já disse que o foco dele será mesmo a prova dos 1500m. Neste ano ele tem 14:59.21, tempo que não o colocaria na final do último Mundial. Veremos o quanto ele evolui para buscar a final olímpica.


4x100m MEDLEY FEMININO
Eliminatórias: 30/07, às 09h36
Final: 31/07, às 23h15
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Austrália (AUS) e Estados Unidos (USA)
Candidatos a medalha: Canadá (CAN) e Grã-Bretanha (GBR)
Pode surpreender: China (CHN) e Comitê Olímpico Russo (ROC)
Brasil: Sem representante

Uma análise mostrando cada estilo de natação mostra o equilíbrio desta prova. Os revezamentos medley têm o nado costas como o primeiro, justamente a prova olímpica em que o equilíbrio é gigantesco.

A australiana Kaylee McKeown bateu o recorde mundial este ano com 57.45 no 100 costas, mas ela não é “tão” unanimidade na prova. Kylie Masse, do Canadá, nadou para 57.70, enquanto Regan Smith (USA) marcou 57.92 e Kathleen Dawson (GBR) 58.08.

Passando para o nado peito, é o momento que provavelmente as norte-americanas irão abrir vantagem com Lilly King. Neste ano ela tem 1:04.72, marca forte que a deixa como favorita também na prova individual. Austrália, Canadá e Grã-Bretanha não possuem nadadoras tão velozes que nadam o estilo peito. Realmente o nado peito será crucial nesta prova, pois é Lilly King que terá a pressão nas costas. Será que ela conseguirá abrir vantagem suficiente para as norte-americanas?

O equilíbrio parcialmente retorna no nado borboleta. Mas a essa altura a tendência é que as estadunidenses já tenham aberto pequena vantagem com King. No borboleta, a americana Torri Huske tem 55.66 e é líder do ranking mundial, enquanto Emma McKeon, da Austrália, marcou 55.93 e a canadense Margaret Macneil tem 56.14.

O nado livre não tem uma atleta dos Estados Unidos nadando os 100m livres em menos de 53s neste ano, o que deve ser um grande problema para elas. Simone Manuel estava no revezamento que quebrou o recorde mundial no ouro conquistado em Gwangju-2019, mas ela não nadou bem a prova na seletiva americana e não competirá em Tóquio nos 100 livres, muito menos no revezamento.

Caberá a Abbey Weitzeil tentar administrar uma possível distância aberta pelo revezamento dos Estados Unidos. O problema para elas é que Cate Campbell (52.43) estará voando pela Austrália e Penny Oleksiak (52.89) pelo Canadá. Para se ter ideia do problema americano neste final de prova, a atleta que deve representar a Grã-Bretanha, que também luta pela medalha no nado livre é Freya Anderson - que nadou para 53.40 na seletiva britânica. Weitzeil tem 53.52 como melhor marca.

Por fim, a decisão tem tudo para ser mais equilibrada que nas últimas Olimpíadas e com o Estados Unidos não tão favorito assim.


4x100m MEDLEY MASCULINO
Eliminatórias: 30/07, às 09h50
Final: 31/07, às 23h36
Competidores: 16 países

Favoritos ao ouro: Grã-Bretanha (GBR) e Estados Unidos (USA)
Candidatos a medalha: Austrália (AUS) e Comitê Olímpico Russo (ROC)
Pode surpreender: China (CHN) e Canadá (CAN)
Brasil: Felipe Lima, Guilherme Basseto, Matheus Gonche e Pedro Spajari

O 4x100m medley masculino será a última prova da natação olímpica. Aliás, é a prova que os norte-americanos nunca perderam enquanto estiveram competindo, já que em Moscou-1980 os estadunidenses participaram do boicote ao Jogos Olímpicos.

Mas em Tóquio há chances da queda da hegemonia americana. É que Grã-Bretanha vem forte, tendo ficado com o ouro no Mundial de 2019.

O ouro da Grã-Bretanha depende de quanto Adam Peaty conseguirá abrir de vantagem no nado peito, já o ouro para os russos depende de se vão conseguir passar na frente no nado costas e se conseguirão ter uma pequena vantagem, já que a tendência é eles terem os dois piores nados na sequência e voltarem a liderar no nado livre.

Já o EUA depende de Zach Apple estar bem na última parcial, o nado livre, já que Caeleb Dressel deve atuar no nado borboleta, onde domina. Se os americanos manterem a regularidade e não deixarem Peaty se distanciar no nado peito, o ouro deve seguir na América.

Tem Brasil também. Não podemos deixar de falar dos brasileiros que ficaram em sexto no último Mundial. Lá, Guilherme Guido, João Gomes Jr., Vinicius Lanza e Marcelo Chierighini foram os selecionados. Em Tóquio será bem diferente, com apenas Chierighini cotado para esta vaga. O Brasil briga por uma final olímpica.

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