Em decisão histórica tomada nesta sexta (2), o COI (Comitê Olímpico Internacional) autorizou os atletas a se manifestarem durante os Jogos de Tóquio. A autorização das manifestações estava em discussão na comissão de atletas durante a semana e foi autorizada pela parte executiva da entidade. Os competidores não poderão se manifestar durante as competições, mas não serão punidos se decidirem protestar nas redes sociais ou durante entrevistas.
As manifestações de atletas aumentaram sobretudo no ano de 2020, impulsionadas pelo movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Durante o Pan de Lima-2019, atletas dos Estados Unidos se ajoelharam durante o pódio. No último sábado (26), durante a seletiva olímpica do país, Gwen Barry, do lançamento de martelo, virou de costas para a bandeira norte-americana durante a execução do hino nacional (foto acima). A atleta foi criticada, porém não sofreu punições.
Qualquer manifestação feita não poderá ferir os valores do Olimpismo, ou seja, racismo e homofobia não serão tolerados. A presidente da Comissão de Atletas do COI, Kirsty Coventry falou sobre o assunto.
"As novas diretrizes são resultado de nossa ampla consulta à comunidade global de atletas. Embora as diretrizes ofereçam novas oportunidades para os atletas se expressarem antes da competição, elas preservam as competições no campo de jogo, as cerimônias, as cerimônias de vitória e a Vila Olímpica. Este foi o desejo da grande maioria dos atletas em nossa consulta global".
Esta decisão pode ser considerada histórica, já que até a Rio-2016, os atletas podiam sofrer com multas e até serem expulsos em caso de manifestação, como ocorreu após o protesto em alusão aos Panteras Negras nos Jogos da Cidade do México-1968.
Foto em destaque: Charlie Riedel/AP
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