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Parada das Nações Tóquio 2020 - Uzbequistão

Uzbequistã na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos
Dados gerais do Uzbequistão


O Uzbequistão é uma das antigas Repúblicas Socialistas Soviéticas. Localizado na Ásia Central, às margens do Mar Cáspio, o país não tem acesso ao oceano e está cercado pelo Cazaquistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Quirguistão.

A população estimada em 2020 era de 34,5 milhões de pessoas. Dentre elas, cerca de 2,5 milhões viviam na capital, Tashkent. Além disso, 88% da população se declara muçulmana.

Imagem aérea de Tashkent, capital do Uzbequistão (Foto: Reprodução)

Em 1991, o país se tornou independente depois da dissolução da União Soviética. A primeira constituição nacional veio em 1992. Desde então, o Uzbequistão é uma república presidencialista. A economia do país depende principalmente da produção de algodão, ouro, urânio e gás natural.

Trajetória olímpica


A primeira participação do Uzbequistão como nação independente foi nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996. Antes, os atletas do país competiram pela União Soviética até Seul 1988. Já em Barcelona 1992, eles participaram como parte do Time Unificado. Foi justamente em 1992 que o Comitê Olímpico do Uzbequistão foi criado e, no ano seguinte, foi reconhecido oficialmente.

Dois anos antes de estrear nos Jogos Olímpicos de Verão, uma delegação de sete atletas uzbeques competiu nos Jogos de Inverno de Lillehammer 1994. Entre eles, estava a campeã mundial do esqui freestyle aerials em 1993, Lina Cheryazova. Nas Olimpíadas, ela confirmou o favoritismo e conquistou o primeiro ouro da história do país em um evento olímpico. Essa também é a única medalha do país na história em esportes de inverno.

Única uzbeque campeã olímpica pela bandeira do país, Lina Cheryazova faleceu aos 50 anos em 2019 (Foto: Reprodução/FIS)


Já nos Jogos de Verão de Atlanta, vieram a primeira prata e o primeiro bronze olímpicos do Uzbequistão. A prata foi do judoca Armen Bagdarazov na categoria até 86kg, enquanto o boxeador Karim Tulaganov ganhou o bronze nos meio-leves.

De fato, as lutas se tornaram as principais fontes de medalha do país desde então. Em especial, o boxe é o carro-chefe do país dos Jogos. Só na Rio 2016, foram três ouros na modalidade (Hasanboy Dusmatov, Fazliddin Gaibnazarov e Shakhobidin Zoirov). Com a ajuda desse trio dourado e de outras quatro medalhas do boxe, os Jogos do Rio de Janeiro tiveram a melhor participação uzbeque de todos os tempos, com 4 ouros, 2 pratas, 7 bronzes e a 21ª posição no quadro de medalhas.

Apesar da força no boxe e em outros esportes de combate, como judô e wrestling, o Uzbequistão tem uma marca negativa em seu currículo olímpico. Das 31 medalhas conquistadas pelo país em Jogos de Verão, apenas uma é feminina: o bronze de Ekaterina Khilko na ginástica de trampolim dos Jogos de Pequim 2008.

Ekaterina Khilko também competiu nos Jogos de Londres em 2012 (Foto: REUTERS/Brian Snyder)

Por outro lado, mulheres uzbeques já haviam medalhado sob outras bandeiras. O destaque vai para a ginasta Oksana Chusovitina, que participou da seleção do Time Unificado que foi campeã por equipes da ginástica artística feminina em Barcelona 1992. O curioso é que, quase 30 anos depois, Chusovitina ainda compete profissionalmente e está classificada para os Jogos de Tóquio (leia mais sobre ela no fim da matéria).

Além de Chusovitina, o país tem outros 33 atletas garantidos em Tóquio. Dentre eles, 11 são do boxe - liderados pelo campeão olímpico Shakhobidin Zoirov - e outros 8 do wrestling. Já a novidade são os dois esportistas garantidos no pentatlo moderno. Alexander Savkin, no masculino, e Alise Fakhrutdinova, no feminino, serão os primeiros representantes do país na história olímpica nessa modalidade.



Modalidades


+ Boxe


Desde 1996, 14 das 31 medalhas conquistadas pelo Uzbequistão em Jogos Olímpicos de Verão vieram do boxe, sendo 4 ouros, 2 pratas e 7 bronzes. O primeiro ouro foi nos Jogos de Sidney 2000, com Mahammatkodir Abdoollayev nos superligeiros.

Depois, o país passou por um hiato de conquistas, com apenas três bronzes entre Atenas 2004 e Londres 2012. Em Pequim 2008, nenhum boxeador uzbeque medalhou pela primeira e, até hoje, única vez.

Porém, a história mudou na Rio 2016. Com três ouros, duas pratas e dois bronzes, o Uzbequistão liderou o quadro de medalhas do esporte. Hasanboy Dusmatov, Fazliddin Gaibnazarov e Shakhobidin Zoirov foram os responsáveis pelos títulos. Para Tóquio 2020, a tendência é que o país mantenha a hegemonia, já que conquistou três ouros, uma prata e um bronze no Mundial masculino de 2019.

+ Wrestling


Depois do boxe, o wrestling é a modalidade que mais rendeu medalhas para o Uzbequistão. Ao todo, dois ouros, duas pratas e três bronzes. Porém, esse número poderia ainda ser maior.

Um dos grandes nomes da história do esporte uzbeque, o lutador Artur Taymazov começou sua trajetória olímpica com a prata em Sidney 2000 na luta livre até 130kg. Na sequência, já na classe -120kg, Taymazov foi tricampeão olímpico entre Atenas 2004 e Londres 2012, um feito inédito para o país.

Artur Taymazov conquistou três ouros olímpicos, mas perdeu dois deles por doping (Foto: REUTERS/Suhaib Salem)

No entanto, em abril de 2017, um teste retroativo indicou o uso de uma substância proibida, e ele perdeu o ouro dos Jogos de Pequim. Em 2019, outra perda pelo mesmo motivo. Exames comprovaram o doping durante os Jogos Olímpicos de Londres, e Taymazov perdeu seu segundo ouro, ficando apenas com o título de Atenas e a prata de Sidney.

Além de Taymazov, o único outro ouro do país na modalidade é o de Alexandr Dokturishvili, também em Atenas 2004. Desde então, o país conquistou mais três bronzes nesse esporte, todos na Rio 2016. Para os Jogos de Tóquio, oito lutadores uzbeques estão garantidos.

Destaques individuais


Shakhobidin Zoirov (boxe): Zoirov foi campeão olímpico na Rio 2016 e campeão mundial em 2019 no peso-mosca. Meses antes do título mundial, o uzbeque estreou no boxe profissional e tem um cartel de três vitórias em três lutas, sendo duas por nocaute. Classificado para os Jogos pelo Pré-Olímpico Asiático, Zoirov é um dos favoritos na sua classe.

Zoirov comemorando vitória na Rio 2016 (Foto: Reprodução/Twitter AIBA)


Akbar Djuraev (levantamento de pesos): em uma modalidade na qual o Uzbequistão conquistou seu primeiro ouro em 2016, com Ruslan Nurudinov na categoria -105kg, Djuraev desponta como um jovem talento do país. Em 2019, ele foi campeão mundial júnior em Fiji na categoria -109kg. No mesmo ano, foi quarto colocado no Mundial adulto, mas conquistou a prata no arremesso. Atualmente, ocupa a quarta posição no ranking mundial.

Oksana Chusovitina (ginástica artística): tradicionalmente, a ginástica é uma modalidade em que as atletas se aposentam muito jovens, devido ao alto desgaste físico causado pelos treinamentos intensos e pelo ritmo das competições. Poucas fogem dessa regra, mas Oksana Chusovitina simplesmente a ignora.

A primeira participação olímpica de Chusovitina foi em Barcelona 1992, aos 17 anos. Competindo pelo Time Unificado, que representava a extinta União Soviética, ela foi campeã por equipes e sétima colocada no solo. Na sequência, ela competiu em três oportunidades pelo Uzbequistão, sem tanto brilho.

Em 2006, Oksana se naturalizou alemã e passou a defender o país europeu. Foi sob a bandeira germânica que ela conquistou sua única medalha olímpica individual até agora: a prata no salto dos Jogos de Pequim em 2008.

    Chusovitina defendeu a Alemanha entre 2006 e 2012 (Foto: Reprodução/Youtube) 

O salto, de fato, se tornaria sua especialidade a partir daí. Ela é uma das cinco únicas atletas a terem terminado o exercício denominado Produnova nesse aparelho. Para fazer o Produnova, a ginasta salta, faz uma reversão e dois mortais grupados para a frente. É considerado um dos saltos mais perigosos do esporte e, por isso, também é um dos que atribui mais pontos de dificuldade.

Em 2012, depois dos Jogos de Londres, Chusovitina voltou a defender as cores do Uzbequistão. Ela esteve na Rio 2016 e também está classificada para os Jogos de Tóquio, que deve ser sua oitava e última presença em Olimpíadas, aos 46 anos de idade.

Chusovitina competiu na Rio 2016 aos 41 anos (Foto:  SCHREYER Fotoagentur)


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