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SurtoLista - 8 mulheres brasileiras pioneiras em Jogos Olímpicos





Em 8 de Março foi celebrado o dia internacional da mulher e esportivamente, costumam surgir muitas homenagens grandes atletas brasileiras que marcaram a história, como as geniais Maria Lenk, Aída dos Santos, Jaqueline e Sandra, Maurren Maggi, etc. Mas existem outras mulheres que desbravaram modalidades e representaram o Brasil nos jogos olímpicos, e que acabaram um pouco esquecidas no tempo.


O Surtolista dessa semana traz algumas dessas mulheres que ficaram na história, como forma de homenagear sua luta, seu pioneirismo e seu amor pelo esporte. Sem mais delongas, vamos a elas:

 

Hilda von Puttkammer (Esgrima) 


Primeira sul-americana a disputar uma competição olímpica de esgrima em Berlim 1936, onde passou pela primeira fase com 3 vitórias e 3 derrotas e caiu na segunda fase não indo para a semifinal do florete feminino . Hilda foi convidada para os Jogos Olímpicos de Londres, em 1948, porém, não pôde aceitar a convocação. Liderou, então, um movimento para a realização de seletivas para que outra atleta fosse em seu lugar. Essa atitude, considerada uma rebelião pelos dirigentes da época, custou-lhe o banimento do esporte. Depois desse episódio, assumiu o cargo de diretora honorária da modalidade no Paulistano. O Brasil só teve outras representantes na esgrima feminina olímpica 68 anos depois com Élora Pattaro e Maju Herklotz em Atenas 2004


Melania Luz (Atletismo)


Melania estreou em olimpíadas aos 20 anos, a primeira mulher negra a representar o Brasil nos jogos olímpicos. Treinada pelo alemão Dietrich Gerner – também técnico de Adhemar Ferreira da Silva, Melania disputou os 200m rasos, ficando na primeira fase. Mas ao lado de Benedita Oliveira, Elizabeth Clara Muller e Lucila Pini, fez parte do primeiro revezamento 4x100m feminino brasileiro em Jogos olímpicos, e que mesmo ficando na primeira fase, quebrou o recorde sul-americano, feito muito celebrado na época. Foi a única olimpíada de Melania, que continuou a competir no atletismo até os 70 anos na categoria master, em 1998, quando encerrou a carreira de vez.


Mary Dalva Proença (Saltos Ornamentais)


Única mulher na delegação que foi aos jogos de Melbourne em 1956, Mary Dalva Proença foi a primeira brasileira a competir nos saltos ornamentais em jogos olímpicos aos 21 anos.  Ela ficou em décimo sexto na plataforma de 10m. Após os jogos, sua família que estava no Rio de Janeiro, voltou para Belém, onde casou e abandonou a carreira, que só foi retornada após a morte do marido em 1963.  Após encerrar a carreira profissional de vez, continuou a competir em torneios masters até aos 75 anos. E seu resultado na plataforma de 10m só foi igualado 48 anos depois, Com Juliana Veloso em Atenas 2004



Deborah Srour (tiro esportivo)


Deborah conseguiu uma rápida ascensão no tiro esportivo, indo para sua primeira olimpíada aos 22 anos em Los Angeles 1984. E ela fez um grande resultado, ficando em sétimo lugar na pistola livre com 578 pontos, melhor resultado de uma atiradora brasileira em jogos olímpicos até hoje. Estudante de direito, Deborah abandonou a carreira após se formar em 1986, e foi morar em Israel, onde trabalha como advogada até hoje. 


Cláudia Magalhães (Ginástica artística)


Cláudia foi a primeira ginasta em um esporte muito popular no Brasil hoje, em dia, a ginástica artística. Ela esteve nos jogos de moscou em 1980 aos 18 anos de idade. Ela terminou em 31º lugar na classificação geral, um bom resultado para o Brasil até então, que ainda engatinhava na modalidade.  Após os jogos se casou e se mudou para os Estados Unidos, onde trabalhou com o desenvolvimento esportivo de jovens e crianças em New Jersey.



Maria Helena Cardoso (técnica de basquete)



A ex-jogadora bronze mundial em 1971 e lendária técnica que comandou os times de Piracicaba, fez história ao se tornar a primeira técnica a comandar a seleção brasileira de basquete feminino e a primeira técnica a comanda uma equipe brasileira de esportes coletivos em Jogos olímpicos. Foi nos jogos de Barcelona em 1992, onde o Brasil ficou em sétimo lugar. Após os jogos, Maria Helena saiu do comando da seleção e voltou a treinar clubes, o que fez até o ano de 2006.


Menção honrosa: Benedita de Oliveira, que esteve nos jogos olímpicos de Londres 48 como corredora, esteve nos jogos de 76 em Montreal como técnica, a primeira treinadora brasileira de atletismo a ir uma olimpíada.


Edinanci Silva (Judô)


Edinanci não foi a primeira judoca brasileira a disputar os jogos olímpicos, mas foi a primeira a ficar próximo de uma medalha na modalidade. Por ser uma pessoa intersexo (pessoa que naturalmente desenvolve uma combinação de características sexuais que não se encaixa nas noções típicas de sexo feminino ou sexo masculino), Edinanci sofreu muito com toda a polêmica envolvida com o seu nome às vésperas dos jogos olímpicos de Atlanta, mas ainda assim, conseguiu fazer boa participação. Ela ainda disputaria mais três Jogos olímpicos, tendo como melhor resultado um quinto lugar em Pequim 2008


Maria Elisabete Jorge (Levantamento de pesos)


Após largar o Handebol aos 34 anos, Maria Elisabete resolveu aventurar no levantamento de pesos. E 9 anos depois, aos 43 anos e bicampeã mundial master (!) ela estaria sendo a primeira brasileira a disputar uma competição olímpica da modalidade em Sydney 2000, na estreia das mulheres no levantamento de pesos. ‘Bete do peso’, como ficou conhecida, terminou em nono lugar na categoria até 48kg, única olimpíada da carreira. Elisabeth voltou a competir em competições masters, e depois se tornou técnica e árbitra da modalidade.


Fonte: Atletas olímpicos Brasileiros, Kátia Rúbio e Especial Brasil,100 anos olímpicos do Surto Olímpico


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