Foi em outubro de 2019, mas parece que foi ontem. A Ginástica Brasileira ainda está curtindo a conquista de Arthur Nory, campeão na barra fixa no Mundial de Stuttgart, na Alemanha. Neste início de ano, a Federação Internacional de Ginástica deu aos brasileiros mais um motivo para nos orgulharmos do feito histórico: o ginasta da Seleção ilustra a página de outubro do Calendário Anual da FIG. Na imagem, podemos vê-lo ajoelhado no chão, chorando, custando a acreditar na conquista. Atrás dele, agachado, seu treinador, Cristiano Albino, conversa com o pupilo.
“Ao saber que estou no calendário da FIG, fiquei muito emocionado e honrado. É um reconhecimento enorme. É uma homenagem incrível, e representa meu País mundo afora. Sinto muito orgulho por fazer parte”, diz o campeão.
Albino, o Cris, descreve o momento:
“Eu estava com um sentimento de êxtase e de alívio ao mesmo tempo. Alívio
por causa de tudo que aconteceu durante o ano, por todo o planejamento que deu certo, por toda contribuição de vários profissionais envolvidos, pelas dificuldades enfrentadas, por momentos de dúvida, etc. Foi uma conquista em conjunto com muitos profissionais e muita dedicação de todos. Sou muito grato a todos que contribuíram pra ele chegar a esse resultado”, diz o treinador, que lembra claramente o que dizia ao atleta quando o clique foi feito:
“Eu dizia: ‘eu te falei! Eu te falei! Eu disse, eu disse que iria dar. Você é campeão!”, conta Albino.
Cristiano avalia que a conquista do título mundial foi a maior realização de sua carreira de treinador, maior até mesmo do que a conquista da medalha de bronze por Nory, no solo, nos Jogos Olímpicos do Rio.
“Sinto que foi até mais do que a Olimpíada. Lá no Rio, fomos para o tudo ou nada. Nory fez o papel dele na final, e acabou tendo resultado. No Mundial foi diferente. Sabíamos da possibilidade e que dava para chegar. Foi tudo planejado. Tínhamos tudo em mente, desde os adversários até os elementos que iriam incorporar a série do Nory. Teve um grande trabalho com várias trocas de série e elementos até encaixar certinho. Até os descontos foram planejados, falei muitas vezes a ele: ‘seu desconto tem que estar entre 1.4 e 1.6, no máximo 1.8. Sabíamos até quanto de desconto teria que ter em cada movimento. No fim, bateu o 1.4. Foram muitas ações, e sou muito grato por toda contribuição de vários profissionais, grato por todo apoio e suporte da CBG, ao nosso patrocinador, a CAIXA, ao COB e ao Esporte Clube Pinheiros, nosso clube. E por todas essas ações e planejamento e envolvimento de profissionais e entidades, considero sim a maior realização da carreira”.
O treinador comenta também sobre a bandeira brasileira, que está nos ombros de Nory e enriquece ainda mais a foto. “Somos muito patriotas. Comemorar com a bandeira reforça esse sentimento. Mostramos ao mundo que nosso País, apesar das dificuldades e dos problemas, é vencedor. Isso mostra ao nosso povo que temos do que nos orgulhar. Infelizmente, não é permitido subir ao pódio com a bandeira. Sempre que possível, devemos manter o costume de comemorar com a bandeira. Particularmente, acho sensacional”.
Foto: Divulgação/CBG
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