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Surto Lista: Cinco jogos memoráveis do ATP Finals



Estamos cada vez mais próximos do último grande evento de tênis da temporada 2020, o ATP Finals, que começa no próximo domingo (15), em Londres, na Inglaterra. Disputado pela primeira vez em 1970, na cidade de Tóquio, capital do Japão, o torneio já recebeu diversos nomes, mas sempre teve a garantia de contar com os melhores jogadores do mundo competindo em alto nível.

E com tantos tenistas talentosos em quadra, foi inevitável a grande quantidade de partidas memoráveis ao longo dos 50 anos do ATP Finals. Por isso, o site Surto Olímpico separou nesta edição do Surto Lista, cinco partidas que ocorreram neste evento e que ficarão guardadas para sempre na memória. 




1 - Pete Sampras 3x2 Boris Becker (1996) - 3–6, 7–6 (5), 7–6 (4), 6–7 (11), 6–4

Ainda com o nome de ATP Tour World Championships, a edição de 1996 do Finals ficou marcada pela grande partida entre o estadunidense Pete Sampras, ex-recordista de títulos de Grand Slam (14), e o alemão Boris Becker, tricampeão de Wimbledon e dono de seis canecos de Major. 

Na fase de grupos do torneio eles já haviam se encontrado, com vitória para Becker por 2 sets a 0, com a disputa de dois tiebreaks. No entanto, eles se enfrentaram novamente, desta vez na final do campeonato. 

Tentando defender o título conquistado em 1995, Becker saiu na frente, abrindo 1 set a 0 na decisão. Mas diferentemente da partida da fase de grupos, o alemão viu Sampras vencer dois tiebreaks consecutivos, virando o placar para 2 a 1. 

O equilíbrio se manteve em quadra e desta vez foi Becker quem levou no tiebreak, ganhando por apenas dois pontos de vantagem. 

No set decisivo, Sampras aproveitou a chance que teve, venceu por 6-4 e faturou a vitória e o título, ao ganhar de Becker por 3 sets a 2, num dos melhores jogos da história do tênis. 




2 - Boris Becker 3x2 Ivan Lendl (1988) - 5–7, 7–6 (5), 3–6, 6–2, 7–6 (5)

Oito anos antes de levar a virada contra Sampras, Becker se viu na mesma situação que o futuro rival, na final do Nabisco Masters, nome que levava o ATP Finals em 1988. Mas nesta ocasião, do outro lado da quadra estava um adversário de longa data: o tcheco Ivan Lendl. 

Em 21 jogos entre dois dos melhores tenistas da história, 11 vitórias foram de Lendl e 10 foram de Becker, o que mostra o grande equilíbrio desta rivalidade. 

Após avançaram na segunda colocação em seus repsectivos grupos, o alemão e o tcheco passaram facilmente por seus confrontos de semifinal do Finals. 

Na decisão, foi Lendl quem tomou as rédeas da partida, ao vencer a primeira parcial por 7-5. No set seguinte, Becker foi buscar o empate, precisando vencer o adversário no tiebrek. Porém, o tcheco voltou a liderar o placar, ficando a um set do título. 

Só faltou combinar com Becker, que empatou e virou a partida, vencendo um tiebreak no quinto set, para conquistar pela primeira vez o título do Finals na carreira. 






3 - Roger Federer 2x1 Stan Wawrinka (2014) - 4-6, 7-5, 7-6 (6)

Campeões olímpicos de duplas em Pequim 2008, Federer e Wawrinka viviam momentos opostos em suas carreiras no ano de 2014. Enquanto o primeiro sonhava em voltar a vencer Majors e reassumir a liderança do ranking mundial, o segundo vivia sua melhor fase, batendo o compatriota numa final de Masters 1000 (Monte Carlo) e ganhando seu primeiro título de Grand Slam (Australian Open), derrotando Djokovic e Nadal. 

Mas apesar de anos de amizade dentro e fora do circuito esta não foi uma partida muito amigável. Wawrinka aproveitou a oportunidade e venceu o primeiro set do jogo. Na sequência, Federer não deixou por menos e empatou o duelo. 

Porém, o comportamento efusivo de Mirka, esposa de Federer, durante os pontos gerou estresse em Wawrinka. Cedric Mourier, árbitro da partida revelou dias após a batalha, que o campeão do Australian Open daquele ano reclamou de Mirka na parte final do jogo. 

"Foi um momento tenso. A partida estava no final. E eu via que Stan se aborrecia, virando-se para o lado onde estava a equipe de Roger Federer. Nessa hora, eu tentei entender e perguntei à Wawrinka o que estava acontecendo. Ele me respondeu 'ela está falando comigo'. Percebi que ele estava com raiva da esposa de Roger Federer - contou o árbitro em entrevista ao jornal suíço 20 Minuten. 

No terceiro e decisivo set, Federer salvou quatro match points e ganhou a partida no tiebreak por 8 a 6, neste que foi eleito o melhor duelo da ATP em 2014. O jogo foi tão intenso para o ex-número 1 do mundo, que ele desistiu da final, onde jogaria contra Novak Djokovic. 






4 - David Nalbandian 3x2 Roger Federer (2005) - 6-7 (4), 6-7 (11), 6-2, 6-1, 7-6 (3)

Entre 2004 e 2007 Federer viveu o auge de sua carreira, algo que beirou a perfeição. ele tinha o domínio completo do circuito. Mas é inegável que um dos tenistas que foram como 'pedras em seus tênis', era o argentino David Nalbandian. O histórico de confrontos diretos comprova isso. Foram 11 vitórias de Federer, contra 8 de Nalbandian em 19 jogos. 

Talvez o mais memorável entre eles seja a final da Tennis Masters Cup de 2005. Após aplicar uma 'bicicleta' (duplo 6-0) sobre Gastón Gaudio na semifinal, Federer chegou com amplo favoritismo na decisão, principalmente após ter batido o mesmo Nalbandian na fase de grupos do Finals, por 2 sets a 1. E ele mostrou isso em quadra, ao abrir dois sets de vantagem contra Nalbandian, no que parecia ser uma vitória tranquila para o suíço. 

No entanto, Federer passou a sentir dores no tornozelo direito, uma lesão que já tinha afastado o suíço das quadras por um curto período naquele ano. Foi ai que Nalbandian armou sua remontada. Venceu dois sets e impediu uma reação do número 1 do mundo naquela ocasião, durante o tiebreak da parcial decisiva. 

Essa foi a segunda de cinco viradas que Federer levou na carreira após vencer os dois primeiros sets da partida. Além disso, ao conquistar o título, Nalbandian encerrou uma invencibilidade de 34 partidas do suíço. Por fim, essa foi a primeira vez que Federer perdeu uma final de campeonato desde o ATP de Gstaad em 2003. 






5 - Gustavo Kuerten 3x0 Andre Agassi (2000) - 6-4, 6-4, 6-4

Essa não poderia ficar de fora. Talvez seja uma das partidas de tênis que o brasileiro nunca vai esquecer. Gustavo Kuerten chegava em Lisboa, capital de Portugal, com a chance de terminar o ano de 2000 na liderança do ranking mundial de tênis. Mas para isso, ele precisava contar com um desempenho ruim do russo Marat Safin, que dependia de suas próprias forças para ficar em primeiro lugar.

Guga estreou contra Andre Agassi e perdeu por 2 sets a 1, de virada, após sentir uma lesão. O brasileiro se recuperou nos jogos seguintes, bateu Magnus Norman e Yevgeny Kafelnikov, garantindo a segunda posição no grupo e a vaga para às semifinais. 

Na semi, bateu Pete Sampras, de virada por 2 sets a 1. Era hora então de reencontrar o algoz da estreia: Andre Agassi, que bateu Safin em sets diretos. Além do título, a liderança do ranking mundial estava em jogo. Se vencesse, Guga quebraria uma série de oito anos com estadunidenses na liderança do ranking. 

Mas diferentemente do que se esperava, Guga foi soberano durante toda a partida. Até houveram alguns momentos de tensão, mas o brasileiro beirou a perfeição, disparando 19 aces e fazendo diversos winners com seu backhand inesquecível. 

Agassi não foi páreo para Guga na final. O brasileiro venceu com um triplo 6-4, no que ele mesmo considera a melhor partida de sua carreira. Com a vitória, além de tornar-se número 1 do mundo, Guga virou o primeiro tenista na história a bater Sampras e Agassi na sequência, na semifinal e final de um torneio. 

Fotos: Reprodução/Metro UK
           Reprodução/ATP
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           Reprodução/India.com
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