A tensão entre China e Austrália aumenta cada vez mais e após as sanções comerciais impostas pelo país asiático e todo seu histórico de quebra dos direitos humanos, parlamentares australianos e lideranças de fora do país estão apoiando a possibilidade de um boicote da nação aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que será realizado em Pequim, capital chinesa.
O senador australiano Rex Patrick disse que apoia o boicote não só pelo momento vivido entre China e Austrália, mas também por motivos de segurança, alegando que o país mais populoso do mundo "não é seguro para os atletas australianos".
"Não consigo ver uma mudança ocorrendo tão cedo e, de fato, as pessoas precisam considerar isso no contexto de uma decisão sobre enviar atletas à China para as Olimpíadas de Pequim", disparou Patrick.
Já o parlamentar britânico Duncan Smith, que lidera um movimento mundial para um grande boicote ao evento olímpico, disse que o tratamento da China com a Austrália é "terrível".
"O que a Austrália passou é terrível", afirmou o político, se referindo às recentes sanções comerciais da China. "Mas então você tem que se perguntar: se os países se pararem agora por causa desse tratamento, quem ganha essa briga?", indagou Smith.
Ele ainda comentou sobre o tratamento do governo chinês aos povos uigures e a repressão contra a democracia em Hong Kong.
"Estamos lidando com um governo de intolerância, ditatorial e que prende as pessoas. Acho que isso é um caso muito forte e a China não deveria ser recompensada com uma Olimpíada, por seu comportamento surpreendentemente ruim", afirmou Smith.
Mas ainda há quem seja contra o boicote olímpico da Austrália. Treinador da seleção nacional de esqui, David Morris declarou que não seria a primeira vez que os atletas da Austrália competiriam numa Olimpíada com possíveis problemas de segurança.
"Se eu pensar em Sochi 2014, também havia alguns problemas com a segurança em torno disso, mas em nenhum momento os atletas sentiram qualquer perigo", disse Morris.
“Pensar que a oportunidade de eu ganhar uma medalha poderia ter sido tirada. Isso teria sido terrível para mim", acrescentou.
Medalhista de bronze em Nagano 1998, no esqui slalom, e atualmente membro do parlamento, Zali Steggall afirmou que apoia o posicionamento do Comitê Olímpico Australiano, de se opor ao boicote.
"Acho que isso é pressionar injustamente os atletas por algo em que é o governo que de fato precisa mostrar liderança", falou Stegall.
Foto: Valery Sharifulin/TASS
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