De acordo com o secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Dominic Raab, o time das quatro nações que compõem o sistema do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) poderá boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno marcados para fevereiro de 2022 em Pequim, na China. Isso por causa do imbróglio envolvendo o governo chinês e o suposto atentado aos direitos humanos dos povos mulçumanos uigures.
O assunto surgiu durante um debate no comitê de relações exteriores, quando Raab foi perguntado sobre a possibilidade da Grã-Bretanha não participar do evento esportivo em protesto contra os abusos dos direitos humanos.
O secretário respondeu. “De modo geral, meu instinto é separar o esporte da diplomacia e da política, mas chega um ponto em que isso não é possível. Vamos pensar sobre quais ações adicionais precisamos tomar", disparou.
O chefe na área de relações exteriores relevou que há relatos de que o governo chinês está fazendo esterelização forçada entre os uigures, na região de Xinjiang, o que deixa os britânicos "cada vez mais preocupados".
"Quanto mais vemos as evidências e quanto mais a comunidade internacional se dirige a elas, mais acho que precisamos pensar com muito cuidado nas medidas que tomamos”, atacou Raab.
O alerta de Raab veio com uma aliança crescente que atualmente conta com 39 nações do conselho de direitos humanos da ONU, que pediu um inquérito independente sobre a situação do povo uigur na China. A resolução foi apresentada pela Alemanha e apoiada pelo Reino Unido.
Uma nota emitida pela aliança dos 39 países declarou que há uma observação sobre os fatos e atos do governo chinês. “Temos visto um número crescente de relatos de graves violações dos direitos humanos. Existem severas restrições à liberdade de religião ou crença e à liberdade de movimento, associação e expressão, bem como à própria cultura uigur".
Em agosto, o Congresso Mundial Uigur, grupo de uigures exilados, apresentou uma queixa ao Comitê Olímpico Internacional (COI) alegando genocídio contra os muçulmanos que vivem na China.
Foto: Reprodução/Wikipedia Commons
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