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Surto de A a Z: Aprenda mais sobre o hóquei na grama


Desenvolvido na Inglaterra entre o século XVIII e XIX, o hóquei sobre a grama tem registros de práticas similares ainda nos anos 2.000 a.C, em documentos e desenhos encontrados no Egito. Escavações em Atenas, berço das Olimpíadas, também revelam a passagem do esporte com tacos pela Grécia, em imagens feitas entre 530 e 515 a.C.

Os ingleses surgem nesta história a partir de 1527, ano em que surque a palavra hóquei pela primeira vez no país. Amantes dos esportes, eles gostaram tanto de jogá-lo, que vitrais das catedrais de Canterbury e de Gloucester feitos em 1775 já tinham desenhos da prática desta modalidade.

Menos de 100 anos depois, o hóquei na grama já era modalidade obrigatória nas escolas da Inglaterra. Em 1851 foi aberto o primeiro clube e no ano seguinte surgiram as primeiras regras.

Com isso a modalidade foi levada para outros lugares. Países ou regiões que foram colonizadas pelos britânicos também obtiveram sucesso neste esporte, como a Índia e o Paquistão.

Acredita-se ainda, que Charles Miller, por muitos considerado o "pai" do futebol, também tenha introduzido o hóquei de grama no Brasil.

Vale ressaltar, o hóquei no gelo é uma variação do hóquei sobre a grama, desenvolvida por soldados britânicos. Mas esta é uma outra história.

O hóquei nos Jogos Olímpicos e a evolução da modalidade

Foto: Wikipedia Commons
Em 1908 o hóquei de grama estreou nos Jogos Olímpicos de Londres. Como já era esperado, os britânicos faturaram todas as medalhas possíveis. O torneio foi disputado por seis times: Inglaterra, Irlanda, Escócia, País de Gales, Alemanha e França.

Alemães e franceses foram eliminados logo na início da competição. A primeira final olímpica da história desta modalidade foi entre Inglaterra e Irlanda, com os ingleses faturando o ouro ao vencer a partida por 8 a 1. 

O pódio ainda teve Escócia e País de Gales com o bronze, pois não ouve jogo para definir o terceiro colocado. No final, todas as medalhas foram contabilizadas para a Grã Bretanha. Até mesmo a da Irlanda, que entre 1801 e 1922 fez parte de um estado monárquico constitucional criado da união entre o Reino da Grã Bretanha e o Reino da Irlanda. 

Mas o hóquei na grama não esteve presente na Olimpíada seguinte, diputada em Estocolmo, na Suécia, em 1912. A modalidade voltou nos Jogos da Antuérpia, na Bélgica, em 1920, saindo novamente em Paris 1924. Foi também em 1924 que a Federação Internacional de Hóquei (FIH), foi criada, o que fortaleceu o esporte.

Desde 1928, na Olimpíada de Amsterdã, nos Países Baixos, o hóquei na grama é disputado de forma ininterrupta pelos homens. Só 52 anos após sua consolidação como uma das modalidades olímpicas, este esporte passou a ser disputado por mulheres nas Olimpíadas, fazendo sua estreia em Moscou, na Rússia, em 1980

Em 1971 a FIH realizou a primeira Copa do Mundo masculina da modalidade, com o Paquistão sagrando-se o primeiro campeão mundial, ao bater a anfitriã Espanha, na final por 1 a 0. 

Já em 1974, foi a vez das mulheres disputarem uma Copa do Mundo, tendo sua primeira edição sendo disputada na França. Ali nascia uma das maiores rivalidades deste esporte, quando a seleção neerlandesa bateu a equipe argentina na final do mundial, por 1 a 0, na prorrogação.

O Brasil fez sua estreia na modalidade em Jogos Olímpicos apenas na Rio 2016, quando foi o país-sede da Olimpíada. A seleção masculina foi a última colocada, com cinco derrotas, enquanto a feminina, sem investimento, sequer disputou o evento, mesmo sendo a anfitriã

O domínio indiano no masculino e a lenda Balbir Singh

Balbir Singh foi o maior jogador de hóquei da história da Índia. Foto: The Print

O país mais dominante da história do hóquei de grama é a India, que já teve sua história contada em uma edição do Surto História. A nação contabiliza 11 medalhas olímpicas ao todo, sendo que todas elas foram conquistadas pela seleção masculina. Foram oito ouros, sendo seis de forma consecutiva entre 1928 e 1956, uma prata e dois bronzes. Além disso, o país conquistou o título da Copa do Mundo em 1975.

Mas a última vez que o país esteve no lugar mais alto do pódio na modalidade foi em 1980, nos Jogos Olímpicos de Moscou. A transição do esporte da grama natural para a sintética fez com que países com menor poderio financeiro sofressem mais dificuldades nesta adaptação, como foi o caso da Índia e do Pasquistão, que rivalizou por anos com os indianos. 

Nações mais ricas tinham melhores condições financeiras para construir e manter estruturas mais modernas com campos de grama artificial. 

Tmabém é da Índia o jogador de hóquei na grama considerado o melhor de todos os tempos: Balbir Singh, destaque nos Jogos Olímpicos de Londres 1948, Helsinque 1952 e Melbourne 1956. Ele ainda é o maior artilheiro da história das finais olímpicas. Singh faleceu no dia 25 de maio de 2020.

A grande seleção feminina dos Países Baixos

Foto: EuroHockey

Se há uma seleção com muito sucesso no hóquei de grama feminino, este é o time dos Países Baixos. A nação européia capturou nada mais nada menos que oito trófeus da Copa do Mundo, ficando apenas uma vez na história fora do pódio, na edição de 1994 do mundial, em Dublin, na Irlanda, quando ficou em sexto. 

Desde o mundial disputado em casa, na cidade de Utrecht, a seleção feminina neerlandesa sempre esteve na final. São seis decisões de título consecutivas, com três canecos nos últimos 14 anos. Apenas Argentina (duas vezes) e a Austrália (uma vez) conseguiram derrubar os Países Baixos nestas finais. 

Nos Jogos Olímpicos a neerlandesas também se destacam, faturando oito medalhas em nove participações. Logo na estreia da seleção em torneios nas Olímpiadas, em Los Angeles 1984, veio o primeiro ouro. O feito foi repetido em Pequim 2008 e Londres 2012. Elas faturaram ainda duas pratas e três bronzes. Só a Austrália está equiparada em número de títulos olímpicos, somando três também (1988, 1996 e 2000).

Mas como é que se joga o hóquei sobre a grama?

As partidas de hóquei são disputadas em um campo de grama sintética com 91 mteros de comprimento e 55m de largura. 

São dois tempos de 35 minutos ou quatro tempos de 15 minutos, onde as atletas de cada time tentam marcar gols utilizando um bastão, na maioria das vezes produzido com madeira, que pesa entre 350 e 700 gramas e tem até 5 centímetros de diâmetro. A bola, por sua vez, é produzida com plástico e cortiça, tendo 3cm de diâmetro e 160g. 

Cada time pode ter 16 jogadoras, sendo que 11 delas serão as títulares (10 jogadoras de linha e uma goleira), podendo ser realizadas substituições ilimitadas no decorrer da partida. 

A goleira é a única que pode tocar na bola com o corpo, mas não pode segurá-la. Além disso ela utiliza uma "armadura" feita com espuma densa, que protege de fortes boladas. São usados capacetes também pela defensora da meta.

As formações táticas são semelhantes as do futebol e um time tem zagueiras, meio-camopistas, alas e atacantes.

Porém, não é de qualquer lugar que se pode marcar um gol. Ao redor das traves, que medem 3,66m de largura por 2,10m de altura, há um semicírculo de 14,63m de distância máxima da linha de fundo, que leva o nome de striking circle, que é a área onde pode ser realizado os remates. Qualquer gol marcado em que a finalização foi feita fora dessa zona, é invalidado. Além disso, para marcar um gol é necessário que a bola ultrapasse completamente a linha do gol. 

Foto: Extra Point


Regras básicas

- O gol só pode ser marcado dentro da zona de remate
- É proibido bater na bola quando ela estiver no acima do ombro
- É proibido jogar a bola na direção de uma adversária
- Falta intencional dentro da zona de remtate é penalti

Um penalti é cobrado dentro da distância de 6,4m em relação ao gol. O cobrador deverá apenas empurrar a bola para o gol, dando só um passo para efeturr a cobrança da penalidade. 

Ainda há o corner curto, que é a cobrança de uma falta não intencional cometida dentro da área ou intencional, feita atrás da linha de 23m do campo. A cobrança é executada da linha de fundo, na marcação, distante 10m do poste da meta. Nesta cobrança, a bola deverá ser impulsonada em direção aos atacantes que encontram-se fora da área de arremate.  

A equipe adversária terá direito a posicionar cinco jogadoras atrás da linha de gol (quatro de linha e o goleira), enquanto que a equipe que ataca poderá colocar quantas atletas desejar atrás da área de arremate. 

Faltas nas demais áreas do campo são cobradas no local onde ocorreram. Caso o adversário não se beneficie da falta, há a lei da vantagem e a partida segue sem ser interrompida para a marcação.

Cartões de advertência e punição

- Cartão verde: advertência
- Cartão amaerelo: suspenção de cinco minutos
- Cartão vermelho: expulsão

Outra parte interessante na regra do hóquei de grama é que a bola só pode ser protegida com o corpo, se ela estiver em movimento, caso contrário será marcado uma obstrução. Além disso, não há regra do impedimento na modalidade. 

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o hóquei sobre a grama, já dá para vasculhar a internet procurando partidas antigas, aguardando o retorno das ligas da modalidade e competições internacionais. Fique ligado que vamos destrinchar mais ainda esta modalidade nas próximas edições do Surto de A a Z. 

Foto: Reuters

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