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Formato "Final 3" no salto em distância da Diamond League de Estocolmo gera irritação entre atletas


A etapa de Estocolmo da Diamond League, realizada neste domingo, atraiu disputas de alto nível e registrou quebra de recordes em diversas provas, sendo um verdadeiro sucesso esportivo. Por outro lado, o evento foi alvo de polêmicas ao estrear um formato diferenciado de disputas para o salto em distância e recebeu críticas das diversas partes da comunidade do atletismo.

Conhecido como "Final 3", o modelo alternativo propôs que todos os atletas realizassem cinco saltos em vez de seis. Apenas os três primeiros colocados após essas cinco rodadas avançaram a uma "mini-final" e puderam executar o sexto salto. No Final 3, todos os saltos anteriores foram excluídos e apenas a marca obtida no sexto salto foi válida para definir as posições finais.

O formato causou desconforto entre atletas, que participaram ou não da prova, e fãs de atletismo, ainda antes da competição. Um deles foi Greg Rutherford, campeão olímpico e mundial no salto em distância, que publicou em seu Twitter: "Pelo amor de Deus. Mais uma vez, os saltos estão ficando confusos. ISTO NÃO FUNCIONA!", citando a publicação do evento.



Duas vezes medalhista nos Jogos da Commonwealth, a já aposentada britânica Jade Johnson fez uma comparação com as provas de pista. "Engraçado que não há como eles mostrarem apenas a última volta de uma corrida de 10.000m, que tem 26 voltas. E, embora muitas pessoas não entendam por que fazem isso, especialmente quando uma final de campo pode estar acontecendo, nós entendemos. Trata-se de mostrar respeito pela construção! POR FAVOR, DEIXE OS SALTOS SOZINHOS!", escreveu.

Até mesmo a Athletics Association, organismo independente que defende o direito de atletas do atletismo, publicou uma nota em repúdio ao modelo. A entidade afirmou que contatou diversos atletas da comunidade e que mais de 87% destes reprovaram o formato. "É claro que os atletas com quem falamos não veem o 'Final 3' como uma inovação positiva. Em vez disso, é um formato que desrespeita os saltos, prejudicando o espetáculo", disse.


Mesmo com irritação das partes, o formato foi realizado em Estocolmo e verificou mudanças cruciais em relação à classificação original. Entre os homens, se classificaram para o Final 3: o sueco Thobias Montler (8,13m), o sul-africano Ruswahl Samaai (8,07m) e o finlandês Kristian Pulli (8,02m). 

No jump-off, Samaai foi o vencedor, saltando para 8,09m, seguido por Montler, com 8,06m. Pulli queimou sua tentativa final. Caso os saltos fossem válidos sob as condições normais, o sueco teria sido o vencedor com 8,13m, com o sul-africano na segunda colocação e o finlandês em terceiro.

Entre as mulheres, a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk foi a vencedora, conseguindo 6,85m em seu último salto, depois de ter se classificado com 6,71m. A colombiana Caterine Ibarguen foi a segunda colocada, com 6,61m, enquanto Khaddi Sagnia, que terminou a "fase inicial" na frente, com 6,83m, acabou falhando no último salto e ficou em terceiro.

Durante a competição, novas críticas à Diamond League e à World Athletics. Os irmãos Noah e Josephus Lyles demonstraram desaprovação e ficaram confusos com o formato. Outra saltadora, Jazmin Sawyers, falou da "bagunça" que tornou-se a classificação final da disputa feminina.






Justificando-se, a Diamond League declarou que o novo formato tinha como objetivo trazer mais audiência televisiva às provas de campo, que normalmente ficam ofuscadas durante as competições de pista. Além disso, poderia ser atrativo ao público e tornar a competição mais emocionante.

"Este formato provavelmente premiará os atletas que têm a habilidade de atuar sob a pressão mais intensa. Acreditamos que trará mais emoção aos eventos de campo, pois nada será decidido até a última apresentação", disse o CEO da liga, Petr Stastny.
 
Samaai, o vencedor da competição masclina, não escondeu seu descontentamento em publicação da Association Athletics. "Chegamos a um ponto em que fãs e atletas não veem o 'Final 3' como uma inovação positiva. Nós, como atletas, incentivamos a inovação e a mudança, mas isso deve ser feito de uma forma que valorize o evento de uma forma positiva. O 'Final 3' não traz emoção ao nosso evento. Pare com isso! Não há necessidade de alterar um formato que funciona há décadas", disse.

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Foto de capa: Chris Cooper/WA

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