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Coluna Gran Willy: O primeiro Grand Slam sem Federer e Nadal em 21 anos


O título já alerta para o que está por vir. Roger Federer e Rafael Nadal não são "intermináveis". E a pandemia de coronavírus acelerou um processo que talvez fosse começar a acontecer daqui três ou quatro anos. O fato é que não teremos nem o suíço e nem o espanhol na chave de simples do US Open

Federer se recupera de duas artroscopias e Nadal optou por não viajar para Nova York por causa da pandemia.

Isso marca a primeira vez sem pelo menos um dos dois tenistas em um Grand Slam, desde a edição de 1999 do Major estadunidense. E temos que nos acostumar a ver isso cada vez mais. 

Quem acompanha tênis diariamente já cansou de ler manchetes e pitacos sobre quando Federer deveria parar, sobre como ele não consegue mais vencer Grand Slams, e que ele não pode mais bater seus principais adversários. Foi assim em 2011, primeiro ano que não venceu um Major após ficar de 2003 a 2010 com pelo menos um caneco deste nível.

Aconteceu também em 2013, quando saiu do top-5 e conquistou apenas um título na temporada, em Halle, na Alemanha. Em 2016, nova desconfiança sobre sua carreira, quando se lesionou gravemente ao preparar o banho das filhas. O revés tirou Federer por quase seis meses das quadras. 

Em 2020 o suíço encara uma mais uma dúvida sobre sua carreira. Ele fez duas artroscopias no joelho direito e não jogará mais na temporada. 

Seu retorno será na turnê da Austrália, em 2021. Além disso, o ano terá a disputa dos Jogos Olímpicos, com o evento sendo realizado em Tóquio. A temporada marca também a retomada de Wimbledon e da Laver Cup, após duros cancelamentos. 

Muitos já 'cravam': "Será a última temporada de Federer". Isso dependerá muito do seu amor pelo esporte e do apoio incondicional que recebe de sua esposa Mirka, fato contado neste texto especial do Surto Olímpico

No caso de Nadal, que sofreu com muitas lesões ao longo da carreira, também sempre pairou uma dúvida sobre sua data de aposentadoria. Primeiro em 2012, ano que começou com duas finais de Grand Slam, mas que culminou em uma lesão no joelho esquerdo. 

Uma eliminação precoce em Wimbledon para o tcheco Lukas Rosol e a desistência das Olimpíadas, sendo o atual campeão de simples já indicava: Nadal ficou fora do restante da temporada. Ele retornou apenas em 2013, ano em que espanhol dominou o tênis, ganhou quase tudo e voltou ao posto de número 1 do mundo. 

Porém, em 2015 a situação ficou delicada novamente. Eliminações precoces em Grand Slams ocorreram num ano muito difícil para Nadal. Primeiro no Australian Open, para Tomas Berdych nas quartas, em Roland Garros, para Novak Djokovic, também nas quartas.

Em Wimbledon a situação foi pior ainda, derrota na segunda rodada para um inspirado Dustin Brown, 102 do mundo na época, e por fim, eliminação diante Fábio Fognini, na terceira rodada do US Open. Resultado: primeiro ano sem vencer um Grand Slam desde 2004. 

Em 2016, só o ouro olímpico nas duplas salvou. Parou na primeira rodada do Australian Open após jogo de cinco sets contra Fernando Verdasco. Uma lesão no pulso fez o tenista espanhol abandonar Roland Garros na terceira rodada. O problema persistiu e ele desistiu de Wimbledon.

Nadal conquistou o ouro olímpico nas duplas ao lado de Marc Lopez. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Voltou a tempo das Olimpíadas do Rio e disputou o US Open posteriormente, caindo nas oitavas. Após mais um ano "esquecivel", o segundo seguido sem títulos de Major, Nadal abandonou o restante da temporada para se recuperar e voltar em forma para 2017. 

Mesmo com todos esses problemas, foram 81 chaves de simples seguidas em Grand Slams com a presença de Federer ou Nadal. A sequência será quebrada neste US Open que tem data marcada para começar dia 31 de agosto.

Dito tudo isso, fica claro que é impossível escapar da aposentadoria. Em praticamente qualquer área. Seja por cansaço, questões de saúde, ou por deixar de amar o que sempre fez. Uma hora Federer e Nadal vão encerrar suas carreiras, que ficarão eternizadas em toda a história. E o fim está cada vez mais próximo. 

Então, querido leitor, aproveite 2021. Aproveite cada "Fedal", mesmo que em amistoso. Veja a Laver Cup do ano que vem, onde mais uma vez os amigos Federer e Nadal poderão jogar duplas juntos. Não sabemos a data para onde está marcado o fim. Mas ele chegará. E nós temos que desfrutar desses últimos momentos. 

Foto: PA Images

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