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Coluna Buzzer Beater - A debandada das jogadoras para a Europa é positiva?



Com o cancelamento da edição 2020 da LBF, que só terá uma nova edição em março de 2021, um movimento já esperado aconteceu: Um 'êxodo' de jogadoras para outros países. Até o momento em que essa coluna foi feita, já tivemos jogadoras indo desbravar campeonatos de basquete na Suécia, Espanha, Portugal, Turquia e Bulgária na temporada 2020/21. Muitos questionam que a qualidade do próximo campeonato brasileiro muito baixa, mas outros também valorizam a experiência internacional que essas jogadoras terão e que pode ajudar muito a seleção de basquete feminino para o ciclo de Paris 2024.

Desde 2019, a LBF não coincide mais com a temporada europeia - adotando um calendário mais parecido com o da WNBA - e a debandada de jogadoras pode não ser muito prejudicial à competição, se a próxima temporada ocorrer normalmente - o que esperamos do fundo do coração - as jogadoras poderão voltar para a próxima temporada da LBF mais experientes e deixando o nível do campeonato melhor.

É positivo que jogadoras busquem ligas mais competitivas e  melhor ainda, que as ligas estrangeiras queiram jogadoras brasileiras. Isso mostra que mesmo com o Brasil fora dos jogos olímpicos de Tóquio, as jogadoras brasileiras chamaram atenção do mercado estrangeiro, o que há tempos não se via, já que se contava nos dedos as brasileiras que jogavam fora do país.

Das jogadoras que vão para o exterior, destaco as armadoras Débora e Alana, que vão jogar na liga sueca e na segunda divisão da Espanha respectivamente. São ligas relativamente boas e elas com certeza jogarão bons minutos por lá, o que aumentarão muito a 'bagagem' de basquete das duas, que jogm em uma poisção tão carente no basquete feminino. Elas se juntam às pivôs Nádia Colhado, que joga na Espanha (1ª divisão) e Clarissa, que jogará na Turquia, já tarimbadas no basquete europeu.

Preocupa um pouco as idas para centros não muito tradicionais de basquete como Bulgária (a Ala Isabela Ramona) e Portugal (As pivôs Aline,Jennifer e Gabriela e a ala Tati Pacheco), o que darão mais minutos às jogadoras, mas não sei se será um desafio tão grande para as atletas, ao meu ver, apesar de encarem outra cultura e filosofia de basquete nesses países. Se alguma dessas equipes onde as brasileiras estão disputarem as competições europeias, será mais interessante, mas em uma pesquisa rápida só o time de Nádia Colhado está garantida em uma Copa. (Adendo: A equipe onde Isabela Ramona vai jogar disputa a liga Adriática, com clubes de países como Bósnia, Sérvia, Montenegro e Eslovênia)

E não só elas que podem ir para o exterior. As alas Rapha Monteiro e Patty, a armadora Tainá Paixão e a pivô Érika, todas jogadoras de seleção, negociam com clubes do velho continente. Rapha deve ir para um time português e se encaixaria na preocupação do parágrafo acima, mas as outras a expectativa é que elas vão para fortes ligas de basquete feminino na Europa.

Mas nem tudo são flores nesse êxodo. Esse calendário quase sem férias para as jogadoras poderá prejudicar e muito em um futuro próximo. Vide quem faz a dobradinha WNBA/ligas europeias. Craques americanas como Diana Taurasi já recusaram em algum momento da carreira disputarem uma das duas ligas ao mesmo tempo para se cuidarem e estenderem suas carreiras. Para algumas atletas de alto nível com histórico de contusão e/ou problemas físicos, disputar temporada europeia, brasileira e de clubes vai ser algo muito pesado e difícil para se manter em alto nível em uma grande quantidade de jogos e com férias bem curtas.

Por muitos anos, se cobrou da CBB muitos investimentos no basquete feminino, dentre eles mais bagagem internacional para as meninas. De uma forma meio indireta isso deve acontecer e beneficiar essas jogadoras e o basquete feminino a médio/longo prazo. Corre-se o risco de acontecer o que acontece com o handebol brasileiro onde o atleta pra se desenvolver tem que jogar no exterior e deixar o campeonato nacional pouquíssimo atrativo? É possível, mas se o trabalho sério da LBF permanecer com a parceria das equipes podemos manter e até aumentar a força do campeonato. Apesar de todas as pancadas, ainda acredito que o basquete feminino do Brasil se tornará forte novamente. otimismo incorrigível é assim mesmo

foto: montagem/LBF

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