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Prata no Rio 2016, primos australianos favoritos a medalha na vela em Tóquio demonstram a boa relação entre si


As parcerias no esporte se espalharam muito além do campo de jogo e, em meio à incerteza causada pela pandemia da Covid-19, a velejadora australiana Lisa Darmanin nunca ficou tão agradecida por ter como parceiro seu primo Jason Waterhouse.

A dupla, que faturou a prata nos Jogos Olímpicos Rio 2016, agora visa Tóquio em busca de mais uma medalha para coleção. Entretanto, os primos também estão passando dificuldades com a crise global causada pelo coronavírus.

“Como atletas de elite, somos preparados para treinar duro e depois nos compararmos com os melhores do mundo. Quando penso em todas as razões pelas quais adoro fazer as regatas, muito disso foi retirado: viajar pelo mundo, competir contra os melhores, fazer campanha com alguns dos meus melhores amigos de diferentes países" disse Darmanin.

Mesmo com o retorno gradual das atividades na Europa, as competições continuarão sendo regionais por muito tempo. A expectativa é que a Austrália e a Nova Zelândia possam formar uma espécie de região para que alguns torneios aconteçam de forma segura.

"Em um esporte muito baseado em habilidades, é difícil, não é como se você pudesse apenas acertar números e saber que está em pé de igualdade com o resto do mundo", disse o esportista de 28 anos. "Ter esse tempo longe da melhor competição será um desafio."

A velejadora disputa ao lado, e contra, do seu primo Jason Waterhouse há quase duas décadas. Ele sendo o integrante do time "muito mais relaxado”, cheio de “talento” e à vontade em “circunstâncias extremas”, veio completar Darmanin nas disputas.

"Ele tem sido o motivador, sempre me pressionando a melhorar, mesmo que eu não consiga ver como será o próximo mês", disse a australiana. "Ele está lidando com isso muito melhor do que eu."




A equipe disputa na categoria Nacra 17 misto, classe que estreou nos Jogos Rio de 2016. As duplas viajam em velocidades que podem chegar a 50 km/h, e palavra-chave para ser bem sucedido é: Sincronicidade.

“Você não tem muito tempo para discutir as coisas. Você precisa tomar decisões muito rapidamente e depois reagir a essa decisão”, disse Darmanin. “Muito disso é inerente à confiança na outra pessoa de que eles farão o trabalho da melhor maneira possível."

“Temos uma conexão muito profunda. Muita coisa não precisa ser dita. Mesmo que ele diga uma palavra, pode ser uma frase inteira em minha mente, eu sei o que essa palavra significa. Quando você pode ler a mente deles, significa que você já pode começar a fazer o que eles querem que você faça.
Ser primos, ao que parece, é o ajuste perfeito" acrescentou.

Os primos colecionadores de medalhas aparentemente nunca tiveram uma grande briga, e passam boa parte do tempo, inclusive fora das águas, juntos. A própria Darmanin é melhor amiga da noiva de Waterhouse.

A velejadora também comentou sobre a prata no Rio 2016. “Foi muito difícil para nós. Fomos lá com um objetivo e chegar a um ponto abaixo da medalha de ouro foi muito amargo. Mas agora, eu meio que aceitei essa prata e percebi o quanto não sabíamos, e isso é muito gratificante”, disse Darmanin.

A dupla argentina Santiago Lange e Cecilia Carranza Saroli, que conquistou o ouro, e prometem realizar outra grande disputa na capital nipônica contra os australianos.

Lange, então com 54 anos de idade, teve uma parte do pulmão removida após ser diagnosticado com câncer em 2015, e a medalha dourada chegou como uma vitória de todos - mesmo entre os vencidos.

"Jason e eu dissemos um ao outro, se alguém fosse ganhar, seria muito especial se fosse ele", disse Darmanin. "Eu concordo com meus melhores amigos e quero vencê-los na água, mas todos saímos depois das corridas e nos divertimos muito e compartilhamos nossas esperanças e sonhos."

Foto: Aarhus 2018

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