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Coluna Gran Willy: Existe segurança para continuar a temporada 2020 de tênis?


Acompanhando o noticiário internacional e os torneios de tênis que ganharam maior notoriedade por receberem público mesmo durante a pandemia, fica cada vez mais difícil acreditar que existirá segurança para a saúde dos atletas com a retomada da temporada 2020 da modalidade, já programada para 3 de agosto no feminino e 14 de agosto no caso do masculino.

Os Estados Unidos, que sediarão os três primeiros torneios de reinício do circuito (ATP 500 de Washington, Masters 1000 de Cincinnati - em Nova York - e o US Open), já registram quase 3 milhões de casos de coronavírus e mais de 130 mil mortes. 

Enquanto isso, várias imagens de pessoas retornando ao "antigo normal" nos EUA rodam o mundo da internet, enquanto o número de casos e mortes voltam a subir no país. 

Quem também voltou ao normal - com certo rigor - foi a cidade de Atlanta, no estado da Geórgia, que recebeu o All American Team Cup, evento de tênis entre equipes e com presença de público. Mas logo no segundo dia o torneio já sofreu um baque. O jovem Frances Tiafoe foi diagnosticado com coronavírus

Como existe um tempo de incubação, fica claro que ele não foi infectado durante sua partida. No entanto, ele pode sem querer ter transmitido a doença para outra pessoa, seja atleta, ou trabalhador do evento. 

O torneio em Atlanta tinha apenas oito tenistas titulares. Se com esse número de atletas e um protocolo rigoroso para garantir a saúde dos envolvidos, várias pessoas estiveram expostas ao vírus, imaginem em um Grand Slam na cidade de Nova York, que realizará a partir de 31 de agosto duas chaves de 128 jogadores (simples feminino e masculino), outras duas com 64 (duplas femininos e masculinos), além de todos os atletas dos torneios de tênis em cadeira de rodas (Open masculino e feminino e Quad masculino). 

Adicione a isso, vários árbitros e oficiais da organização. Não é possível mensurar o perigo de fazer um campeonato deste tamanho. Mesmo que não seja um evento com a presença de torcedores, como foi assegurado pela organização do US Open. 

O que esperar de Roland Garros então, que a partir do dia 28 de setembro deseja receber público equivalente a 60% da capacidade do complexo de tênis em Paris, na França. Nas primeiras rodadas o número de pagantes poderá chegar até 20 mil pessoas. 

Se o público francês agir da mesma forma que os torcedores do Adria Tour, evento promovido por Novak Djokovic que foi cancelado pelo alto número de infectados entre os atletas participantes e suas respectivas equipes, pode acontecer um grande desastre. 

Espera-se que o uso de máscara seja obrigatório dentro das dependências do complexo, bem como a medição de temperatura do público e constantes testes entre os atletas e funcionários. 

Fora isso, há indícios de que alguns dos tenistas mais importantes do circuito poderão faltar em algum grande evento durante esta retomada, que terá dentro do espaço de dois meses, três Masters 1000, dois Grand Slams e um ATP 250, que ocorrerá durante o US Open. 

Além de um teste à saúde dos atletas, a retomada do tênis será um desafio ao preparo físico dos tenistas que ficaram desde março sem competir oficialmente. O calendário foi algo duramente criticado pelo ex-número 1 do mundo Andy Murray

Diante todo esse cenário, parece não ser necessário retomar o circuito mundial de tênis neste ano. Não nestas condições. 

Foto: USTA

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