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Chefe do atletismo da Rússia confirma chances de expulsão do país da World Athletics: "Probabilidade alta"


A crise no atletismo russo ganha mais um capítulo. Após o país não pagar a multa estipulada pela Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) dentro do prazo estipulado - 1º de julho - o diretor-geral da Federação Russa da modalidade (RusAF), Yury Ganus, indicou que as chances de expulsão do país da World Athletics são altas.

"Este [o não pagamento da multa] é um precedente, e tenho certeza de que a World Athletics vê isso como um desafio, e eles o aceitaram", disse Ganus à agência de notícias oficial russa TASS. "A entidade está pensando no que acontecerá se outra federação de atletismo se comportar da mesma maneira. O precedente não responderá adequadamente, confusão e vacilações começarão dentro da associação. Portanto, eles serão extremamente duros em suas decisões, e essas decisões serão indicativas para o mundo inteiro".

"O trabalho para proporcionar aos atletas russos um status neutro já foi interrompido. Então, uma reunião do conselho será realizada e há uma alta probabilidade de que ela decida pela exclusão completa da RusAF do World Athletics", completou.

A multa de mais de um milhão de dólares foi imposta à Rússia depois que o novo presidente da RusAF, Yevgeny Yurchenko, admitiu em março as falhas da gestão anterior. Sete oficiais da entidade - incluindo o então presidente Dmitry Shlyakhtin - foram acusados ​​pela Unidade de Integridade de Atletismo (AIU) de obstruir uma investigação antidoping relacionada ao campeão mundial do salto em altura Danil Lysenko, forjando documentos para explicar testes perdidos.

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O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, havia afirmado em comunicado na quarta-feira (01) que a RusAF estava "decepcionando seus atletas". Com o não pagamento da multa, a entidade desistiu da força-tarefa que estava supervisionando a reintegração da Rússia e interrompeu o trabalho do Conselho de Revisão de Doping (DRB), que decidiria quais russos poderiam competir sob bandeira neutra, com status de Atletas Neutros Autorizados (ANA). A Federação havia imposto em março um limite de dez atletas neutros para grandes eventos, incluindo os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Entre os esportistas que haviam sido selecionados para competirem nessas condições, estava a saltadora em altura Mariya Lasitskene, campeã mundial em 2015. A atleta, porém, chegou a afirmar que está considerando deixar a seleção após o fracasso da RusAF em cumprir o prazo imposto pelo World Athletics.

"Nas condições de hoje, é impossível excluir qualquer opção para minhas ações, incluindo deixar a seleção", disse ela, de acordo com a TASS. "Estou cansada da ilegalidade que vem acontecendo nos últimos cinco anos, da impunidade e inação dos líderes do nosso esporte que não estão protegendo adequadamente os atletas limpos".

Lasistkene fez parte do grupo de atletas que enviou, há duas semanas, uma carta ao presidente Vladimir Putin sobre a crise do atletismo no país, junto à saltadora com vara Anzhelika Sidorova e ao barreirista Sergey Shubenkov. Outra atleta russa a se posicionar foi a multicampeã do salto com vara Yelena Isinbayeva, que endereçou, no último domingo (28), uma carta ao Comitê Olímpico Internacional e a World Athletics na qual solicitava proteção aos esportistas de seu país.

A World Athletics realizará sua próxima reunião do Conselho em 29 e 30 de julho. O destino da RusAF será novamente um dos tópicos centrais do reunião do órgão, que inicialmente suspendeu a associação russa em 2015. A suspensão foi prorrogada mais de uma dúzia de vezes desde então.

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Foto: David W Cerny/REUTERS

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