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Atleta britânico do basquete paralímpico cogita amputar as pernas para participar dos Jogos: "não consigo andar direito - o que mais é necessário?"

George Bates (GBR) em disputa com atletas do Irã no Campeonato Mundial de basquete em cadeira de rodas

O atleta britânico George Bates, do basquete em cadeira de rodas, disse estar cogitando amputar suas pernas para poder competir nos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (30), em entrevista a BBC Radio.

"É uma opção que existe. Eu tenho apelos [futuros], mas se todas essas opções estiverem esgotadas, terá que ser uma consideração [a amputação]. Essa é a minha vida há 10 anos e será um pensamento legítimo se tudo se resumir a isso", disse Bates após ser questionado se ele poderia passaria por uma amputação para estar nos Jogos.

Aos 26 anos, George Bates era favorito ao ouro com a Grã-Bretanha no basquete paralímpico. O jovem não consegue andar sem ajuda desde os 11 anos, quando sofreu uma lesão grave, a síndrome complexa de dor regional, ao jogar futebol. Bates viu no basquete em cadeira de rodas uma solução para continuar praticando esporte.

"Eu tenho que andar com uma muleta. Comecei a jogar basquete em cadeira de rodas aos 13 anos e foi fantástico - eu finalmente pude praticar esporte novamente e foi uma ótima saída para mim. Fiquei cada vez melhor com o treinamento e, eventualmente, fiquei bom o suficiente para jogar profissionalmente. Eu progredi nas categorias de base da Grã-Bretanha e ganhei um campeonato europeu e mundial", relatou Bates na entrevista.

Surte + Basquete em cadeira de rodas está fora de Paris 2024 e pode ser cortado de Tóquio 2020

Em janeiro, a Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF) foi informada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) que precisava alterar seus critérios de classificação para se adequar ao novo código da IPC. Com isso, Bates teve a triste notícia de que não era mais elegível para competir entre os paralímpicos.

As classificações para jogadores internacionais variam de 1,0 (mais prejudicada) a 4,5 (menos prejudicada). Bates foi originalmente classificado como um jogador de 4,5 e o IPC exigiu que todos os jogadores classificados como 4.0 e 4.5 tivessem que passar por reclassificação antes dos Jogos do ano que vem.

Bates concorda que deve haver mudanças, mas não entende como uma pessoa com deficiência não possa competir.

"Concordo plenamente que é preciso haver um processo, mas não consigo andar adequadamente - o que mais é necessário? Haverá centenas de deficiências [como a minha]. Deficiência não é uma coisa em preto e branco, não é uma situação de caixa de seleção. Acho realmente difícil entender que alguém pode ser registrado como uma pessoa com deficiência e ter uma deficiência, mas não poderá participar do mais alto nível do esporte", desabafou.


Nas redes sociais, George Bates faz declarações contra o novo código pedindo mudanças, além de divulgar um abaixo-assinado que solicita uma nova revisão de classificação.

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