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Izzy Cerullo vira embaixadora da Athlete Ally e publica artigo sobre adiamento de Tóquio 2020


Co-Capitã da Seleção de Rugby é primeira brasileira na posição em organização que luta pelos direitos LGBTQI+; ela também colabora com revista acadêmica internacional publicada pela USP

Isadora Cerullo, co-capitã da Seleção Brasileira de Rugby, foi anunciada nesta segunda-feira (22) como a mais nova Embaixadora da Athlete Ally, uma organização internacional com base nos EUA, que promove o fim da homofobia e transfobia no esporte, além de promover um papel ativo da comunidade esportiva em busca da igualdade LGBTQI+, segundo a página da organização.

Os Embaixadores Olímpicos e Paralímpicos "se posicionam diante de possíveis políticas e legislação que descriminam pessoas LGBTQ, além de apoiar esforços de inclusão LGBTQ em nosso esporte e sociedade", informa o site. Cerullo é a primeira atleta brasileira a ser Embaixadora da Athlete Ally.

Em seu texto de apresentação, Cerullo lembrou que violência e preconceito contra pessoas LGBTQ+ ainda existe e é considerado crime por muitos países. "O lema da Rio 2016 era 'um novo mundo' e eu acredito no poder de ações pequenas para ajudar a construir aquele mundo. Existe um poder e significado em iniciar conversas, em pequenas coisas que podem melhorar o pensamento de alguém, alterar o tom e a linguagem sobre um assunto, e eventualmente, mudar a cultura", escreveu no texto, originalmente em inglês.

Além de seus feitos como esportista, auxiliando a construção de uma equipe de rugby brasileira que participa dos principais eventos da modalidade, a atleta é lembrada também pelo pedido de casamento que recebeu - e aceitou - ao fim dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, pela Gerente do Evento, Marjorie Enya.

"Talvez tenha me levado anos para alcançar um estado no qual eu estivesse orgulhosa de ser, mas sei que é um caminho sólido que não pode ser desfeito. Estou animada que meu caminho me trouxe aqui, em ser uma Embaixadora da Athlete Ally. Lenta, mas certamente, essa é a mudança em que Marjorie e eu acreditamos e estamos orgulhosas de fazer parte", finalizou a atleta em sua apresentação.

Surte +: Isadora Cerullo: "Ser mulher não nos impede de praticar rúgbi, e praticar rúgbi não nos faz menos mulher"

Izzy Cerullo também publicou um artigo acadêmico na Edição Especial da revista Olimpianos, publicada nesta semana com o tema "Jogos Olímpicos de Tóquio: adiamento ou cancelamento?". A revista é uma iniciativa do Grupo de Estudos Olímpicos (GEO) da Universidade  de São Paulo (USP). 

A co-capitã do time nacional escreveu "Impacto e Significado do Adiamento de Tóquio 2020 na Perspectiva do Atleta" em que ela relata no resumo do artigo que o adiamento "gerou incerteza para os atletas, bem como suas redes de apoio, algo ainda mais intensamente vivenciado pelos atletas que ainda estão em processo de qualificação.  No total, essa interrupção  sem  precedentes  nas  rotinas  e expectativas diárias do atleta leva a sentimentos de perda de controle e estresse. (...) Este  artigo  explora  as complexidades  de  algumas  das  expectativas  que  atletas  tiveram  que  redefinir,  bem  como  o impacto desse processo em si, da perspectiva do atleta".

A jogadora de rugby lembra na conclusão do artigo que o Comitê Olímpico Internacional (COI) deu ao mundo uma luz ao fim do túnel, "mas ainda estamos neste túnel". "Cada atleta tem uma experiência específica,  com reações e respostas diferentes em nível emocional e psicológicos, além de diferentes formas de acesso para recursos. A saúde e o bem-estar dos atletas e o futuro dos Jogos Olímpicos depende em descartar noções romantizadas de superar adversidades e adotar uma visão holística e uma abordagem prática a respeito das experiências dos atletas", conclui a atleta olímpica em seu artigo.

Foto: Divulgação/Athlete Ally

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