As fotos de Teddy Riner, judoca atual bicampeão olímpico e octacampeão mundial na categoria mais de 100 kg, e do barreirista Dimitri Bascou, medalhista de bronze na Rio 2016, foram alvo de pichações consideradas racistas no Instituto Nacional de Esporte, Especialização e Performance (INSEP) de Paris, na França.
Na foto de Riner, foi escrita a palavra francesa "singe", que em português significa "macaco". O mesmo vandalismo ocorreu na foto do tenista ex-número 1 do mundo na categoria de cadeira de rodas, Michael Jérémiasz. Já na foto de Bascou foi pichado a palavra "negro".
Inquietação diante atos racistas
Revoltado, o Comitê Olímpico e Esportivo Nacional da França (CNOSF) condenou o vandalismo, considerando-o um ato racista.
"O CNOSF denuncia firmemente a degradação racista cometida nos retratos dos campeões da equipe francesa exibidos no INSEP de Paris", afirmou o órgão. "Os atletas franceses são o orgulho do nosso país com sua diversidade e força. O Movimento Olímpico Francês é movido pelos valores de amizade, excelência e respeito que são expressos na não discriminação e no compartilhamento".
O centro de treinamento dos atletas franceses, alvo do vandalismo, também se pronunciou em relação ao ocorrido.
"O INSEP Paris condena veementemente os insultos racistas descobertos em fotos de atletas", afirmou um comunicado. O INSEP é a imagem da diversidade da França, mulheres e homens de todas as origens que vão além e além".
Vice-campeã olímpica na Rio 2016, a pentatleta francesa Élodie Clouvel postou as imagens das pichações em seu perfil no Twitter, dizendo estar "sem palavras".
Photos prisent par Héloïse Kane devant le temple du sport Français @INSEP_PARIS Je suis sans mots 🤢🤮 pic.twitter.com/GnQB3n2b6Y— ÉLODIE CLOUVEL (@Eloclouvel) June 28, 2020
A ministra do esporte na França, Roxana Maracineanu descreveu as ações como "algo desprezível e covarde".
"Isso nos lembra que a luta contra o racismo deve continuar", disse. "Não vamos relaxar nossa vigilância. Todo o meu apoio aos atletas e àqueles que foram atingidos por esse comportamento revoltante".
No início de 2019 o jogador de futebol Kylian Mbappé foi alvo de ataques racistas e antissemitas em um metrô da capital francesa. Além disso, o vandalismo continha uma cruz solar, símbolo utilizado para representar a supremacia da raça branca.
« M' Bappé : enculé de nègre enjuivé », tagué aujourd'hui dans le RER C, ou quand l'#homophobie, le #racisme et l'#antisémitisme s'affichent désormais de manière complètement décomplexée ! @DILCRAH #TousUnisContreLaHaine pic.twitter.com/mPflihfR0S— Yohann Roszéwitch (@YRoszewitch) February 12, 2019
Foto: Divulgação
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