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Em live com lideranças esportivas, presidente do COB diz que está dando superte as confederações, equipes e atletas



Em tempos de isolamento social, as celebrações passaram a acontecer virtualmente. Com o aniversário de 106 anos do Comitê Olímpico do Brasil (COB), nesta segunda-feira, dia 8, não foi diferente. Para marcar a data, quatro das principais lideranças esportivas do país se reuniram para um encontro especial. Ao invés de bolo e parabéns, "uma rica troca de ideias virtual sobre o momento atual do esporte", informou a entidade. 

Unidos pela tecnologia, Paulo Wanderley, presidente do COB, Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), Bernard Rajzman, medalhista olímpico e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), e Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foram os convidados desta festa. O debate “Desafios da gestão no novo cenário esportivo”, mediado pelo jornalista Marcelo Barreto, inaugurou uma série de dez lives semanais que o COB organizará com grandes personagens do esporte para conversas informais sobre o cenário atual do esporte mundial.

Um dos percalços da tecnologia, a instabilidade da conexão deixou apenas uma pergunta no ar ao fim do debate: qual o momento olímpico mais marcante da vida de Paulo Wanderley, que teve seu sinal interrompido no momento da revelação. A resposta não poderia deixar de ser outra: “Sem sombras de dúvidas, a medalha de ouro de Rogério Sampaio em Barcelona 92, quando eu era o seu técnico, nunca sairá da minha cabeça. É um orgulho enorme ter contribuído para a realização deste feito histórico para o judô e o esporte olímpico brasileiro”, disse Paulo Wanderley, após a live.

O tema central da conversa girou nos efeitos da pandemia do COVID-19 no esporte. O presidente do COB reconheceu a gravidade do momento, mas destacou que a entidade está mobilizada em oferecer suporte aos atletas e confederações neste momento de crise. “A situação está bem conduzida. Dentro das circunstâncias atuais, o COB está navegando bem, muito por conta pela equipe que eu escalei para me acompanhar nessa jornada. Estamos tentando descobrir qual o melhor caminho para que os atletas não percam sua melhor forma e evitem lesões”, avaliou o presidente do COB, Paulo Wanderley, que considerou a decisão do COI de adiar os Jogos Olímpicos para 2021 como a “melhor e a mais sábia das decisões”.

O presidente do COB listou uma série de ações que vem sendo tomadas pela entidade durante o período da pandemia. O principal projeto a curto prazo será o envio de cerca de 200 atletas para o exterior para a retomada dos treinamentos. “A questão agora é reorganizar. Sob o ponto de vista de recursos, o COB se precaveu. Tomamos decisões financeiras antecipadamente que nos deram certa sustentabilidade. Desde que eu entrei, em 2017, já tínhamos uma visão de ter um contingenciamento de recursos para quando houvesse uma necessidade. E ela agora apareceu. Estamos dando todo suporte às confederações, equipes e atletas e também fizemos um reforço de recursos na ordem de R$ 10 milhões para o as equipes base”, destacou o presidente do COB. 

Com 21 Jogos Olímpicos na bagagem, nas mais diferentes funções, Bernard Rajzman conhece como poucos os bastidores da maior competição esportiva do mundo. “O mundo vive hoje um problema de tamanho imensurável. Todos os setores da sociedade estão perdendo e o esporte não é diferente, a ponto do evento mais importante da Terra ter sido postergado. Por outro lado, o esporte pode ajudar muito a sociedade, pois carrega o lema da superação. Vamos ter que encontrar esse caminho”, afirmou o membro do Comitê Olímpico Internacional desde 2013.

Desafios

Quem também participa ativamente das principais decisões do esporte mundial é Andrew Parsons. Ao assumir a presidência do CPI, também passou a integrar o colegiado de membros do COI, ao lado de Bernard. “Estamos lidando com uma situação absolutamente nova. Estamos agindo com muita cautela e serenidade, mas bastante otimistas em relação aos Jogos de Tóquio, em 2021. A incerteza é o grande ingrediente deste momento, mas temos que aprender a viver com ela. A saúde e o bem estar dos atletas são os pontos primordiais, que não vamos abrir mão em nenhum momento até o final dessa crise”, assegurou Andrew.

O presidente do CPB, Mizael Conrado, ressaltou que a decisão de cancelar precocemente as competições que contavam com a participação de atletas de vários países evitou graves consequências para a comunidade paralímpica, apesar das críticas recebidas na época. Para ele, a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no ano que vem poderá servir como exemplo para a humanidade. "Essa é a maior crise que a nossa geração já enfrentou. Falta-nos horizonte e a imprevisibilidade é o principal desafio. Muito difícil fazer qualquer prognóstico considerando o cenário em que estamos atualmente. Em relação à realização dos Jogos de Tóquio 2020, no ano que vem, a nossa expectativa é positiva e de esperança. Se as Paralimpíadas acontecerem é porque vamos ter vencido a batalha contra o vírus", apontou Mizael Conrado.

O home office vem despertando novas habilidades também nas lideranças. Enquanto Paulo Wanderley gosta de arrumar a casa, Bernard tem a culinária como hobby e Andrew toca contrabaixo nas horas vagas. Um dos momentos mais emocionantes do debate foi quando Mizael, que é cego, relembrou que sua última lembrança visual foi de um gol do São Paulo, seu time de futebol coração.

Foto: COB/Divulgação

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