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Conmebol envia carta à Fifa rebatendo comentários "discriminatórios" à candidatura colombiana à Copa do Mundo Feminina de 2023


A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a Federação Colombiana de Futebol (FCF) enviaram uma carta à Fifa (Federação Internacional de Futebol) na noite da última quarta-feira (17), na qual contestam os comentários feitos pela entidade mundial à Colômbia no relatório técnico das candidaturas da Copa do Mundo Feminina de 2023. 

De acordo com a carta, a Fifa fez "conclusões erradas e discriminatórias" sobre três aspectos fundamentais da candidatura sul-americana: segurança, saúde e questões comerciais. No documento em questão, divulgado na última semana, a Colômbia recebeu uma nota de avaliação de 2.8, o Japão teve 3.9 e a candidatura conjunta de Austrália e Nova Zelândia ficou com 4.1.

A carta, assinada por Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, e por Ramón Jesurún, presidente da FCF, é dirigida a todos os 36 integrantes do Conselho da Fifa, que serão os responsáveis pela escolha da sede da competição, em eleição que acontecerá na próxima quinta-feira, 25 de junho.  Com a saída do Brasil, a entidade continental passou a apoiar a Colômbia. 

"Esta carta busca esclarecer a todos vocês os erros de conceito que contém o informe e demonstrar que Colômbia não só está pronta para receber este evento, mas também que é o lugar ideal para realizá-lo com vistas a catapultar de vez o futebol feminino em nível global", diz os dirigentes sul-americanos.

Um dos principais argumentos para a Colômbia receber uma Copa do Mundo é ajudar no crescimento do futebol feminino no mundo (AFP)

Segurança

A Fifa chegou a citar o terrorismo colombiano como preocupações de segurança para o futuro: "Mesmo que o terrorismo nacional tenha sido reduzido consideravelmente, segue existindo preocupação em relação aos possíveis efeitos da criminalidade nas partes implicadas do torneio", pontua o comentário da federação internacional.

A Conmebol rebateu e disse que a entidade mundial não utilizou estatísticas ou dados oficiais para realizar tal análise. "Se trata de uma afirmação dolorosa para os colombianos e sul-americanos, já que somente se aponta em preconceitos enraizados que desconhecem os processos de paz, que já duram muitos anos, avaliados por diversos órgãos internacionais".

Segundo a carta, o "terrorismo" colombiano não existe há muito tempo e a Colômbia vive um período de paz e estabilidade. "Mostra ignorância em relação à situação da Colômbia, e também o desinteresse por realizar ao menos uma mínima pesquisa da situação atual em que se encontra o país", dispara os sul-americanos.

Saúde, serviços médicos e controle de dopagem

No tópico de "saúde, serviços médicos e controle de dopagem", a Fifa diz que a Colômbia não possui a estrutura hospitalar necessária para tratar de pacientes com casos graves que chegarão no país durante o evento. 

"Os hospitais colombianos de maneira geral não prestam serviços de urgência conforme os serviços sanitários internacionais, e os pacientes com quadros graves poderiam ter que ser transferidos para outro país", dizia a Fifa.

Rebatendo o comentário, os dirigentes sul-americanos dizem que é uma "afirmação ofensiva" e defendem que as maiores cidades colombianas possuem hospitais com uma estrutura avançada: "Os melhores hospitais de Bogotá, Medelín e Cali se encontram entre os mais avançados da América do Sul, segundo o prestigiosos ranking da América Economía. E mais, são reconhecidos por receber "quadros graves" provenientes do exterior".

Aspectos comerciais

Na seção dos aspectos comerciais, a Fifa destacou a questão dos horários como um dos pontos negativos da candidatura colombiana. A entidade alegou que a maior parte dos jogos estariam "fora do horário tarde/noite europeu", o que limitaria "certas oportunidades comerciais no setor audiovisual nacional e continental, devido à vários acordos comerciais em vigor" e a geração de receitas de marketing internacional.

Novamente questionando este ponto, a Conmebol e a FCF disseram desconhecer dos tais aspectos que foram considerados, "uma vez que a Fifa informa que já existem acordos comerciais em vigor da região, o qual supõe um alto interesse no futebol feminino no local". 

A carta ainda argumenta que a Colômbia está a apenas três horas de voo da principal potência mundial do futebol feminino, os Estados Unidos, além de ter fusos horários semelhantes ao país norte-americano e ao Brasil, que foram as duas principais audiências televisivas na Copa do Mundo do ano passado, de acordo com dados da própria Fifa.

Conclusões

Por fim, a carta tece uma avaliação final sobre a percepção negativa da Fifa e lista uma série de dados como respostas à pergunta: "Por que a Colômbia é a sede ideal para a Copa do Mundo Feminina FIFA de 2023?", incluindo a organização de alguns eventos, como a próxima edição da Copa América de futebol masculino, que receberá em conjunto com a Argentina no próximo ano.

"A Colômbia está pronta e entusiasmada para receber o Mundial, que estamos confiantes de que será um vigoroso impulso ao futebol feminino mundial. Senhores [conselheiros], pedimos que considerem objetivamente as razões expostas nesta carta na hora de dar seu voto", finaliza o documento.

Foto: Reprodução

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