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SurtoLista: Cinco maiores hegemonias olímpicas da atualidade


Depois de conhecermos algumas das maiores hegemonias do passado olímpico, chegou a hora de ver as culturas supremas do nosso presente, aqueles domínios que, só de bater o olho em determinada prova, você já sabe o país vencedor. E só um dia muito perfeito dos adversários - ou um péssimo dia para os favoritos - para que isso não ocorra.

O SurtoLista dessa semana é dedicado a mostrar um pouco das supremacias olímpicas que permanecem até os dias atuais. Países que possuem tamanha superioridade técnica em determinada modalidade que se tornam quase "imbatíveis".

Trazemos cinco das maiores hegemonias da atualidade e, novamente, relembramos: nosso conceito de "hegemonia" considera uma larga sequência de ouros conquistados por um país em uma prova específica nas Olimpíadas.

Sem mais delongas, aproveite e divirta-se com mais uma edição do SurtoLista.


1 - China - Saltos ornamentais - 3m feminino (1988-) 


Wu Minxia já conquistou sete medalhas olímpicas (Washington Post)
Os saltos ornamentais fazem parte do programa desde 1904, mas a China só fez sua primeiro aparição em Jogos Olímpicos em 1984. Até à época, os EUA dominavam as provas da modalidade, como você pôde ver no SurtoLista da semana passada.

A China roubou a supremacia ianque e a prova de trampolim 3 metros feminina é a que mais evidencia o domínio asiático no esporte.  O país conquistou todas medalhas de ouro desde Seul-1988. Até o Rio, em 2016, foram oito títulos olímpicos em sequência, e com dobradinha em sete, só não havendo em Barcelona-1992. A atual campeã é Shi Tingmao; He Zi foi prata em 2012 e em 2016.

Gao Min (1988 e 1992), Fu Mingxia (1996 e 2000) e Guo Jingjing (2004 e 2008) foram bicampeãs. Wu Minxia é, talvez, o maior nome chinês dos saltos. Ela foi prata em 2004, bronze em 2008 e ouro em 2012 no individual. No sincronizado dos 3m, ela é atual tetracampeã.

Abrindo o leque e analisando todas as provas do saltos desde 1984, podemos observar os grandes feitos da China. Foram disputadas 56 provas, sejam masculinas ou femininas, de 3m ou de 10m, sincronizadas ou individuais. Destas, a China só não subiu no pódio nos 3m individual feminino de Los Angeles-1984 e nos 3m sincronizado masculino de Atenas-2004 (40-19-10).


2 - Coreia do Sul -  Tiro com arco - equipes feminina (1988-) 


Só a Coreia do Sul subiu no lugar mais alto do pódio da disputa por equipes feminina (Yonhap News)
Mais um asiático na nossa lista. A Coreia do Sul venceu todas as disputas da prova por equipes feminina do tiro com arco da história das Olimpíadas. A prova fez sua estreia na Olimpíada do quintal de casa, em Seul-1988, e de lá pra cá, foram oito Olimpíadas e oito ouros das coreanas. Em média, as provas por equipes possuem 12 países na disputa.

As atuais campeãs são Chang Hye-jin, Choi Mi-sun e Kim Bo-bae, com destaque para a última, que também esteve presente no ouro de Londres-2012. A grande estrela sul-coreana, porém, foi Kim Soo-nyung, que foi três vezes campeã em 1988, 1992 e 2000. A China foi a maior "freguesa" da Coreia, sendo vice em quatro das oito conquistas.

Além da disputa coletiva, é possível escancarar a poderosa cultura sul-coreana do tiro com arco na prova individualAs mulheres conquistaram 8 ouros entre 1984 e 2016, só perdendo em 2008, quando a chinesa Zhang Juanjuan foi ouro, deixando a Coreia com prata e bronze. Atualmente, o torneio individual é composto por 64 arqueiras.


3 - Quênia - Atletismo - 3.000m c/ obstáculos (1984-)


Ezekiel Kimboi foi bicampeão olímpico (Pedro Ugarte/AFP)
O Quênia possui uma forte cultura nas provas de meio-fundo e de fundo do atletismo e a disputa masculina dos 3.000 metros com obstáculos, em específico, vê um tabu enorme sem derrotas do país africano.

O Quênia conquista a medalha de ouro na prova desde Los Angeles-1984. Foram nove disputas até a Rio-2016 e nove títulos olímpicos. A sequência de ouros consecutivos poderia ter sido ainda maior, uma vez que Amos Biwott e Kipchoge Keino foram campeões, em 1968 e 1972, respectivamente, mas o Quênia boicotou às Olimpíadas de 1976 (após o rugby neo zelandês jogar na África do Sul, no apartheid) e de 1980 (boicote ocidental), não podendo defender suas conquistas.

O atual campeão olímpico é Conselus Kipruto. De 1988 até 2012, houve dobradinha em todas as edições, seja de prata ou de bronze. A sequência de dobradinhas foi quebrada na Rio-2016, após Ezekiel Kimboi, que foi o terceiro colocado, ter sido desclassificado ao final da prova. Kimboi, é, aliás, o único queniano a ser ouro duas vezes na prova (2004 e 2012). O francês Mahiedine Mekhissi, que herdou o bronze em 2016, chegou à terceira medalha olímpica consecutiva (prata em 2008 e 2012).


4- China - Tênis de mesa - individual feminino  (1988-)


Ding Ning é atual campeã olímpica de simples e por equipes (Konno Noboru/ITTF)
Muito provavelmente, você, fã das Olimpíadas, pensou no tênis de mesa chinês ao ler o título desse SurtoLista. E ele, de fato, não poderia faltar em nossa lista. O esporte passou a ser incluído no programa olímpico somente em 1988, uma Olimpíada após a China fazer sua primeira aparição.

Hoje, a China é praticamente imbatível em qualquer prova de disputa do tênis de mesa, mas a hegemonia do feminino é a mais duradoura e merece ser exaltada. Na disputa individual, o país subiu no lugar mais alto do pódio nas oito Olimpíadas desde 1988. E detalhe: com dobradinha em todas as edições!

O grande nome chinês é Zhang Yining, bicampeã em Atenas-2004 e Pequim-2008. Na Rio-2016, Ding Ning foi ouro, com Li Xiaoxia sendo prata. Ambas também estiveram na campanha do título por equipes, da qual o país é atual tricampeão. Mais um adendo: a única vez em que a China não foi ouro em uma disputa feminina foi no torneio de duplas de Seul-1988, quando ficou com a prata. Na história, são 16 competições e 15 ouros.


5 - Estados Unidos - Natação - 4x100m medley masculino  (1984-)


Pódio do revezamento 4x100m medley da Rio-2016 (dnaindia.com)
No geral, os Estados Unidos são muito fortes na natação, o segundo esporte que mais dá medalha nos Jogos Olímpicos. O revezamento 4x100m medley masculino pode ser utilizado como o melhor exemplo do domínio ianque no esporte aquático. Os Estados Unidos possuem um aproveitamento de cem por cento na prova, acumulando 15 ouros em 15 participações olímpicas.

No programa desde 1960, o revezamento só não viu os norte-americanos no lugar mais alto do pódio nos Jogos de Moscou-1980. E sabe por quê? Porque os Estados Unidos não participaram daquela edição, liderando o boicote dos países ocidentais à União Soviética. A Austrália, sob bandeira neutra, venceu a prova na ocasião.

Foram cinco conquistas de 1960 até 1976. A maior sequência na prova é de "apenas" nove ouros consecutivos, de 1984 até 2016. Detalhe: o recorde mundial foi batido em todas as edições de 1960 até 2008. Em 2016, houve ainda a quebra do recorde olímpico, com 3m27s95.

Michael Phelps é o maior nome da equipe americana, presente nos quatro últimos títulos da equipe (foi reserva em 2004). Na Rio-2016, o maior medalhista olímpico da história encerrou sua brilhante trajetória com chave de ouro, literalmente, uma vez que o 4x100m medley tradicionalmente é a última prova da natação a ser disputada nas Olimpíadas.

Com ajuda de Phelps, o revezamento norte-americano dos 4x200m livre também conseguiu construir uma sequência de ouros consecutivas desde Atenas-2004, assim como os 200m medley (individual), em que a lenda conquistou o ouro nas quatro últimas edições olímpicas. As provas individuais de costas - estas sem Phelps - também são ótimas para os EUA: sequências de seis ouros nos 100m e nos 200m e invencibilidade desde 1996.

Bom, mas se fôssemos listar todas as grandes sequências da natação norte-americana ou somente de Phelps, teríamos um SurtoLista só do assunto, então vamos encerrar por aqui. É melhor, né?


E aí, você acha que alguma dessas hegemonias tem chance de cair por terra na Olimpíada de Tóquio, do próximo ano?

Foto: Remy Gros/ITTF

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