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Surto Lista: Os cinco melhores desempenhos brasileiros nos Jogos Olímpicos de Inverno


Nos primórdios olímpicos, algumas modalidades esportivas disputadas em ambientes de inverno como a patinação artística e o hóquei sobre o gelo, fizeram parte do programa dos Jogos Olímpicos de Verão. Entretanto, o clima das cidades onde eram realizados os eventos atrapalhavam a continuidade dessas modalidades, fazendo com que o Comitê Olímpico Internacional (COI) discutisse em 1921 a criação de uma competição específica para esportes de inverno. 

Foi assim que surgiram as Olimpíadas de Inverno, realizadas pela primeira vez, em Chamonix, na França, em 1924, ainda sob o nome de "Semana Internacional de Esportes de Inverno". A partir da edição seguinte, em St. Moritz, na Suíça, em 1928 o evento passou a levar o nome de Jogos Olímpicos de Inverno. 

Naquela época o evento era realizado no mesmo ano que as Olimpíadas de Verão, tradição que foi deixada de lado a partir de 1994, quando o COI passou a intercalar Jogos de Verão e Inverno a cada biênio. 

Mesmo sendo um país tropical, o Brasil tem participado de forma consecutiva dos Jogos Olímpicos de Inverno desde 1992, na edição de Albertville, na França. Apesar de não contar com estrutura para competir com potências olímpicas destes esportes, como Estados Unidos, Noruega e Alemanha os atletas brasileiros mostram dedicação durante os treinamentos. 

Há de se afirmar, o Brasil nunca ganhou uma medalha no evento, ficando muito longe de alcançar o mesmo exito que nos Jogos Olímpicos de Verão, onde tem 129 pódios. No entanto, devido as condições do esporte olímpico e a desvalorização do evento "gelado" devido a falta de tradição, o país tem resultados interessantes e vamos relembrar os cinco melhores, nesta edição do Surto Lista

O critério é simples, foram selecionados os melhores resultados, avaliando apenas o posicionamento ordinal, sendo que, se a modalidade já estiver na lista, não será repetida.



Foto: Abelardo Mendes/Rede do Esporte
1º - Isabel Clark, 9º lugar no snowboard cross em Turim 2006 - A atleta brasileira com melhor resultado na história do país nos Jogos Olímpicos de Inverno iniciou sua carreira aos 16 anos, passando a se dedicar integralmente ao snowboard aos 28.  

Clark participou de quatro olimpíadas, Turim 2006, Vancouver 2010, Sochi 2014 e PyeongChang 2018, conseguindo seu melhor resultado na primeira participação, ao competir pelo 9º lugar na modalidade snowboard cross. Durante a prova que iniciou de forma muito disputada, Clark conseguiu escapar de um mega choque entre suas três adversárias na corrida, liderando de forma soberana até o final da descida, garantindo a 9ª posição. 



Foto: Reuters
2º - Fabiana dos Santos e Sally Mayara da Silva, 19º lugar no bobsled trenó com duplas em Sochi 2014
A dupla brasileira do bobsled ficou com a 19ª posição na prova em duplas. Na primeira descida as brasileiras tinham ficado na frente do conjunto coreano, mas após alguns erros, não foi possível subir de posição.  

A competição em Sochi 2014 contava com 19 trenós apenas, mas Fabiana dos Santos e Sally Mayara da Silva foram as únicas participantes da América do Sul na prova, que era dominada por países europeus, com nações colocando até três trenós em pista, como foi o caso da Alemanha e dos Estados Unidos. 

Além disso o evento marcou a estreia do Brasil nas duplas femininas do bobsled. 



Foto: John Sibley/Reuters
3º - Isadora Williams, 24º lugar na patinação artística individual em PyeongChang 2018 - Amante da modalidade desde os 5 anos, a atleta norte-americana/brasileira compete pela bandeira do Brasil desde 2010, quando representou o país no Mundial Junior disputado na Holanda. Em 2012 tornou-se a primeira patinadora artística a ganhar uma medalha internacional pelo Brasil, quando obteve o bronze no Golden Spin of Zagreb, na Croácia em 2012. 

Em Sochi 2014, a brasileira não avançou para a final, ficando em 30º lugar. Mas nas Olimpíadas de PyeongChang 2018, a patinadora fez história ao levar o Brasil pela primeira vez à final olímpica da modalidade, ficando com o 24º lugar no geral. 



Foto: Film Magic
4º - Nikolai Hentsch, 30º lugar no esqui alpino slalom gigante em Turim 2006 - Praticante de esqui alpino desde os 3 anos, Hentsch nasceu na Suíça e tem nacionalidade brasileira. 

Ele participou dos Jogos Olímpicos de Inverno por duas oportunidades: Salt Lake City 2002 e Turim 2006, onde conseguiu a melhor classificação de um brasileiro na história do slalom gigante no evento, um 30º lugar. A competição contava com 82 inscritos e apenas 41 completaram as duas descidas da prova. 

No entanto, o fato curioso é que dois anos antes do resultado histórico, Hentsch sofreu um grave acidente, no qual os médicos haviam alertado pela possibilidade dele nunca mais voltar a competir. 




Foto: Reprodução
5º - Ricardo Raschini, 45º lugar no luge em Salt Lake City 2002 -  O primeiro contato do atleta com esportes de inverno ocorreu durante a década de 90, quando foi morar nos Estados Unidos. Raschini foi convidado para participar da equipe brasileira de bobsled, mas rapidamente optou por disputar provas no luge. Logo em sua primeira competição, faturou a medalha de prata na First Alberta Luge Cup, a primeira medalha do Brasil na modalidade.

Em 2002, junto a Renato Mizoguchi, Raschini competiu no luge durante as Olimpíada de Inverno de Salt Lake City, completando a prova em 45º. Seu companheiro de equipe ficou logo atrás, em 46º. O torneio contava com a participação de 50 atletas.

Menções honrosas - Alguns atletas ficaram fora desta lista por causa dos critérios de não repetir a modalidade. Mas aqui eles serão citados. Como por exemplo, o 23º lugar do quarteto masculino de bobsled nas Olimpíadas de PyeongChang 2018. O time formado por Edson Bindilatti, Edson Ricardo Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza da Silva, ficou na frente de outros seis quartetos, sendo que eles eram os únicos representantes sul-americanos. 

O esquiador Marcelo Apovian, único atleta brasileiro nos Jogos Olímpicos de Inverno de Nagano 1998, completou a prova do slalom gigante em 37º, recuperando-se do resultado na edição anterior, quando ficou em 73º.

Vale ressaltar também a campanha do brasileiro Noah Berthonico durante as Olimpíadas de Inverno da Juventude 2020, em Lausanne, na Suíça, que ocorreu no início deste ano. Competindo pelo snowboard cross, o jovem brasileiro finalizou a competição em 11º lugar. 

Foto: EFE/Filip Singer

2 Comentários

  1. O Bobsled masculino 4 man foi 23 colocado em Pyeongchang 2018 na Korea. Tem que rever a matéria.

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  2. Muito boa a reportagem. Parabéns! Entretanto, o Marcelo Apovian competiu no Super-G e não no Giant Slalom.

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