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Ex-saltadora olímpica Vanessa Boslak auxilia pacientes na luta contra o coronavírus: “O esporte me ajudou a lidar com a crise”


Em um momento conturbado, como na atual pandemia de COVID-19, ex-atletas têm sido alguns dos muitos exemplos de apoio e de coragem, atuando na linha de frente no combate ao coronavírus. É o caso de Vanessa Boslak, que representava a França nas disputas de salto com vara e que agora trabalha em uma clínica em Paris, auxiliando pacientes de COVID-19 na recuperação muscular.

Segundo Boslak, sua experiência como esportista a tem ajudado a lidar com o estresse e com as dificuldades do trabalho no hospital. "Tive que lidar com a pressão de estádios totalmente lotados e de competições de alto nível, às vezes com lesões. É por isso que sei lidar com situações difíceis, e acho que isso me ajuda a gerenciar a crise em que estamos agora", contou em entrevista ao site oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Ainda como atleta, a saltadora participou de quatro Jogos Olímpicos, de Atenas 2004 à Rio 2016, tendo 4,70m como melhor marca da carreira. A francesa competiu também em sete campeonatos mundiais, conquistando a prata no Mundial Indoor de Atletismo de 2012, em Istambul. Ao longo de sua vida como esportista, enfrentou inúmeras lesões, tendo passado por muitas cirurgias. "Nunca tive condições fáceis na minha carreira esportiva", afirmou.

Boslak se aposentou do salto com vara em 2017, após um grave acidente de motocicleta. A partir daí, encontrou uma nova ocupação na fisioterapia, área na qual se graduou em 2007. "Liguei para meu amigo Victor Sintès, ex-esgrimista que competiu em Londres 2012 e no Rio em 2016 e que agora trabalha na clínica, e ele me disse que seu colega estava saindo e estava procurando alguém".

Desde então, Vanessa Boslak trabalha em uma clínica parisiense especializada em cirurgias cardiotorácicas. O pequeno estabelecimento, inicialmente, não receberia pacientes com COVID-19, mas a propagação da epidemia na França fez com que ele precisasse ser adaptado e preparado para tal função, com a instalação de 20 leitos especiais.

Boslak tem auxiliado os pacientes em sua recuperação muscular, garantindo que mantenham a amplitude de movimento de seus músculos e o bom funcionamento de suas articulações. Também é preciso reeducar os pacientes a se movimentarem depois que saem do estado de inconsciência. "Quando acordam, eles sofrem de fraqueza muscular, chamada polineuropatia de doença crítica. Nós os ajudamos a redescobrir suas funções musculares", explicou a agora fisioterapeuta.

Além de auxiliá-la a administrar melhor o estresse, a experiência como atleta também contribui para a manutenção da concentração.

"Quando você está prestes a correr para um salto, você já pensa no salto a seguir. Mas você precisa pensar no momento presente. Reconectar-se ao local em que está agora", relata Boslak, que também tem utilizado essa estratégia para manter o foco em sua nova profissão. "Às vezes, entramos em uma sala e sabemos que a condição do paciente está piorando cada vez mais. Não penso em nada além dos cuidados que tenho para dar. Focalizo-me nisso, estou fazendo o meu melhor e minha mente não vai para outro lugar", completa.

Foto: Jewel Samad / AFP

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