Dois meses após adiamento, reorganização dos Jogos de Tóquio caminha a passos lentos
Pouco mais de dois meses depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o governo do Japão concordaram em adiar os Jogos de Tóquio para 2021, os organizadores seguem trabalhando na reprogramação do megaevento. Nesta quinta-feira, o CEO de Tóquio-2020, Toshiro Muto, foi questionado sobre o progresso feito pelo comitê organizador na reorganização durante esses 60 dias e indicou, por meio de uma analogia, que cerca de 25% das tarefas foram concluídas.
"Se você perguntar, estamos logo na primeira curva da corrida de 400 metros. Não posso responder a essa pergunta", disse ele, falando através de um intérprete durante uma entrevista coletiva online. “Mas eu posso te dizer isso. Não acho que estamos atrasados em nossos preparativos. Não acho que estejamos demorando de qualquer forma".
As principais tarefas nesse momento, e que são indicadas desde março, pagar os custos adicionais referentes ao adiamento do megaevento (hoje estimados em U$ 3 bilhões) e renovar os contratos com as instalações esportivas, incluindo a Vila Olímpica, que só estavam garantidas até o final de 2020. De acordo com a Associated Press, que acompanhou a coletiva, os organizadores parecem não ter conquistado avanços significativos em relação aos pontos principais.
No entanto, Muto pode estar "escondendo o jogo", como bem destacou a AP, uma vez que o dirigente não gosta de comentar sobre os preparativos dos Jogos. O japonês, ex-vice-presidente do Banco do Japão, disse que a imprensa não deve esperar muitas informações sólidas até que o planejamento atinja a "segunda fase" no outono.
“No momento, não temos detalhes ou itens específicos sobre os quais possamos falar. Este é um grande empreendimento. Este é um grande trabalho. Temos que fazer em um ano e em alguns meses algo que levou anos de preparativos reais para fazer. Portanto, há tantas coisas que precisamos revisar e decidir em tão pouco tempo", pontuou o CEO.
Muto também foi perguntado sobre o futuro do evento, após falas do presidente do COI, Thomas Bach, na última semana de que os Jogos devem ser cancelados caso a pandemia persista até o próximo ano, e de John Coates, coordenador-chefe do COI para os Jogos, que admitiu que a organização está sofrendo para repensar os Jogos.
O japonês despistou falar sobre o assunto, mas concordou que os Jogos terão que saber lidar com o "novo normal" em relação à pandemia. "Todos concordamos que, além das contramedidas térmicas, teremos que tomar medidas contra o coronavírus", disse ele. Vale lembrar que Toshiro foi o primeiro a falar que os Jogos de Tóquio não serão convencionais, por conta dos impactos da Covid-19.
Assim como Coates, Muto também afirmou que outubro será um mês de muita clareza para a organização. "Outubro será o momento em que nós começaremos as detalhadas discussões", disse ele. Do mês estratégico, restarão nove meses para o início previsto da Olimpíada de Tóquio, programada para 23 de julho a 8 de agosto de 2021.
Foto: AP Photo/Jae C. Hong
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