Em carta aberta ao movimento olímpico, publicada nesta quarta-feira, 29, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, comentou sobre os impactos da pandemia do coronavírus no esporte e na sociedade, de uma maneira geral. Intitulado "Olimpismo e Corona", o documento traz até mesmo comentários positivos sobre a utilização dos e-Sports durante a fase do distanciamento social.
Bach destacou a importância dos jogos eletrônicos em um momento em que não é recomendado sair de casa. Ele elogiou a forma criativa como algumas federações internacionais organizaram competições de games que simulam o esporte, mantendo os atletas ativos, pelo menos virtualmente. "Deveríamos fortalecer ainda mais esses movimentos e incentivar nosso grupo de trabalho conjunto a enfrentar esse novo desafio e oportunidade", disse o presidente.
O alemão reconheceu que o período ajuda a estreitar os laços do COI com a comunidade dos e-Sports, mas sempre respeitando os princípios da "linha vermelha" em relação aos valores olímpicos. Bach relembrou de seu discurso na 8ª Cúpula Olímpica, realizada em dezembro do ano passado, na qual disse que os jogos que simulam os esportes podem ser bem-vindos no movimento. As federações esportivas devem “considerar como administrar as formas eletrônicas e virtuais de seus esportes e explorar oportunidades com os produtores dos jogos”, declarou.
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Entre outras coisas da carta, o presidente também agradeceu o apoio recebido pelo COI dos 206 comitês olímpicos nacionais, das 33 federações internacionais e da Comissão dos Atletas na decisão do adiamento dos Jogos de Tóquio. "É uma grande demonstração da união do Movimento Olímpico nessa circunstância sem precedentes".
"Agora temos outro desafio sem precedentes pela frente - organizar os Jogos Olímpicos adiados. Esta é a primeira vez em nossa longa história olímpica e é uma tarefa imensa para o COI, nossos parceiros e amigos japoneses e todos os membros de nossa comunidade olímpica", escreveu Bach, que reafirmou que a entidade terá de arcar com "centenas de milhões de dólares" em custos adicionais.
O presidente disse que "a chama olímpica pode ser a luz no fim do túnel escuro em que a humanidade se encontra atualmente". Ele garantiu que a entidade continuará sendo guiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que qualquer decisão que envolva a saúde humanitária global terá de receber o aval do órgão mundial.
Com a incerteza do que será o mundo pós-pandemia, Bach também confirmou que todos os planos previstos na Agenda Olímpica de 2020 serão revisados e terão que passar por uma nova aprovação do Conselho Executivo do COI.
"O que está claro, no entanto, é que provavelmente nenhum de nós será capaz de sustentar todas as iniciativas ou eventos que planejamos antes da crise. Todos nós precisamos examinar atentamente o escopo de algumas de nossas atividades e fazer os ajustes necessários às novas realidades. Nesse contexto, a administração do COI está revisando o orçamento e as prioridades da entidade", pontuou o alemão.
Foto: Louisa Gouliamaki/AFP
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