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Escolha de Tóquio como sede olímpica pode ter envolvido suborno


Uma reportagem da Reuters denunciou um possível esquema de corrupção envolvendo a escolha de Tóquio como sede dos Jogos Olímpicos de 2020, recentemente adiados para 2021. De acordo com a agência, um empresário japonês recebeu cerca de 8,2 milhões de euros (R$ 46 milhões) do Comitê Organizador para influenciar membros do COI a aceitarem a candidatura japonesa.




Haruyuki Takahashi, ex-executivo da agência de publicidade Dentsu Inc, confirmou à Reuters que foi contratado com a função de pressionar alguns membros do COI. Lamine Diack, ex-presidente da antiga IAAF (Federação Internacional de Atletismo), foi um deles.




Atualmente com 86 anos, Diack, que também está sendo investigado pela Justiça francesa por fraude nas eleições dos Jogos do Rio-2016, desempenhou um papel fundamental na escolha de Tóquio devido à influência que exercia sobre os comitês olímpicos africanos. Ele chegou a receber presentes de Takahashi, incluindo câmeras digitais e um relógio de R$ 250 mil, que eram distribuídos em festas particulares.




Takahashi admitiu que teria recebido os mais de 8 milhões de euros, mas se recusou a detalhar onde o dinheiro foi gasto especificamente. Ele disse que não havia nada de errado com os pagamentos que recebeu ou com a maneira como usou o dinheiro. Mais tarde, o empresário recebeu um cargo no Comitê Organizador.




É importante destacar que as eleições para os Jogos de 2020 ocorreram em 2013 e, na época, os regulamentos do COI permitiam a doação de presentes entre os dirigentes, mas não especificava um valor limitado na oferta destes.




Segundo registros fornecidos à investigação francesa e apurados pela Reuters, o comitê da candidatura de Tóquio-2020 também pagou cerca de 2,3 milhões de dólares por meio de um conselheiro de Singapura para obter o apoio de Diack.




Um dia antes da eleição, o ex-presidente da IAAF informou a alguns representantes africanos que apoiava a candidatura de Tóquio apenas por méritos. Seu advogado disse à agência de notícias britânica que Diack não fez nada de errado e não instruiu ninguém a votar na cidade.




O comitê também pagou cerca de 1,3 milhões de dólares a uma instituição sem fins lucrativos liderada por Yoshiro Mori, hoje presidente do Comitê Organizador das Olimpíadas. Esses pagamentos são enumerados em registros bancários, mas não foram questionados pelos promotores franceses.




Papa Massata Diack, filho de Lamine, também está sendo investigado sob suspeita de que tenha recebido a maior parte do dinheiro pago ao consultor de Singapura. Assim como o pai, também negou qualquer irregularidade em seus atos.




O COI alegou não ter conhecimento de pagamentos entre festas particulares ou de presentes dados aos seus membros.

Foto: Reuters

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