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Economistas acreditam que Jogos de Tóquio não salvarão economia japonesa em 2021


Economistas e pesquisadores olímpicos avaliaram os impactos que os Jogos de Tóquio causarão na economia japonesa, a pedido da agência de notícias Associated Press. Para eles, o megaevento está longe de ser o salvador da economia japonesa no próximo ano, diferente do que previu John Coates, chefe da Comissão de Coordenação de Tóquio-2020, na última quinta-feira, 16. 

Os especialistas disseram que qualquer impulso econômico promovido pela Olimpíada será insignificante, dado o tamanho da economia japonesa de U$ 3 trilhões (cerca de R$ 26 trilhões) e  poucos benefícios econômicos e turísticos limitados aos 17 dias de evento. Além de todos os gastos com a organização do megaevento, o Japão ainda tem um problema maior para cuidar: a pandemia de coronavírus, vide que seu sistema de saúde já está colapsando. 

"As previsões (de Coates) vão de encontro a todas as pesquisas sobre os impactos financeiros de sediar os jogos 'em um bom dia', e a atual crise global não se qualifica como 'um bom dia'", afirmou Helen Lenskyj, professora emérita da Universidade de Toronto e escritora de oito livros olímpicos.

Dados oficiais mostram que os custos do Japão para organizar a Olimpíada são, no momento, de U$ 12,6 bilhões (cerca de R$ 66 bilhões). Um relatório de auditoria do governo em dezembro, no entanto, mostra que o valor é o dobro do registrado oficialmente.

O adiamento dos Jogos em um ano ainda causará muito mais custos adicionais aos organizadores. Apesar de não saber valores precisos, estimativas dizem que giram em torno de U$ 2 bilhões e U$ 6 bilhões (entre R$ 10 bi e R$ 31 bi). 


Boa parte desse valor será pago pelo Japão, devido ao contrato assinado com o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2013. No entanto, o presidente do COI, Thomas Bach, disse que os custos adicionais gastos pela entidade seriam "centenas de milhões de dólares". Toshiro Muto, CEO de Tóquio-2020, reconheceu os custos como "massivos".


"Se Tóquio espera que uma onda de turismo cubra os custos da mudança dos Jogos em um ano, eles provavelmente ficarão muito desapontados", disse Victor Matheson, economista esportivo do College of the Holy Cross.

Matheson, ao lado de Robert Baade, do Fakes Forest College, fez um estudo sobre o impacto econômico nas Olimpíadas. Eles concluíram que "na maioria dos casos, a Olimpíada é uma proposta de perda de dinheiro para as cidades-sede; ela resulta em benefícios líquidos positivos somente em circunstâncias muito específicas e incomuns".

Foto: Issei Kato/Reuters

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