Embora praticamente todo o mundo esportivo esteja parado devido à pandemia do novo coronavírus, as agências antidoping continuam realizando testes para detectar substâncias proibidas nos atletas.
Evitando que atletas tirem proveito da situação de quarentena, a Agência Mundial Antidopagem (Wada) recomenda às organizações nacionais e regionais que sigam com testes surpresas, já que não há a possibilidade de testes em competições. A intenção é que todos os atletas cheguem com condições iguais para a disputa da Olimpíada.
A manutenção dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 24 de julho, reafirmada pelo presidente do COI, Thomas Bach, em reuniões com federações e atletas nos últimos dias, ajuda a manter os testes em dia, ainda que em quantidade menor do que a feita usualmente.
Diversas agências já reduziram a intensidade dos testes, uma vez que o momento é de evitar o contato físico para conter a propagação da Covid-19. Os testadores de doping realizam procedimentos de segurança para evitar a contaminação dos atletas.
Na Grã-Bretanha, onde a situação se alarmou esta semana, a Agência Antidoping Britânica (UKAD) realizou uma significativa redução em seu programa de testes. Os atletas ainda serão obrigados a apresentar seus paradeiros durante a quarentena, e terão que ficar a cerca de 1,5 metro do testador durante o exame, em um local seguramente especificado.
"Como organização, nossa responsabilidade contínua permanece em proteger o esporte limpo, mas devemos dar prioridade à saúde e ao bem-estar e agir de forma responsável, de acordo com os conselhos do governo durante este período sem precedentes", disse Nicole Sapstead, executiva-chefe da UKAD, em nota.
Na Áustria, a situação é semelhante à do Reino Unido. Nos Estados Unidos, a USADA explicou que fará testes apenas em atletas competindo ou em preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio. A Alemanha anunciou que já cortou muito o número de testes e o fará ainda mais se os Jogos forem cancelados.
No Canadá, a situação é um pouco mais "confortável". O Centro Canadense de Ética no Esporte está permitindo que os funcionários trabalhem em casa e usem licença médica se necessário, em vez de se sentirem obrigados a comparecer.
Apesar da equipe da agência antidopagem russa, a RUSADA, também trabalhar em casa, a organização não reduziu o número de testes e está executando um programa completo mesmo fora da competição. "Na verdade, ainda não reduzimos, mas acho que precisaremos", disse a vice-presidente da RUSADA, Margarita Pakhnotskaya à Associated Press.
Já na Itália, a agência nacional antidopagem disse que está tentando permanecer com os testes, mas a situação no país está muito complicada.
"Há menos testes sendo realizados no momento porque, com jogos e eventos cancelados, não há testes em competição. Mas testes surpresa ainda estão sendo realizados regularmente", explicou a agência à Associated Press.
"Eles (Wada) analisam como lidamos com isso para garantir que esses atletas estejam sujeitos a testes e para garantir que ninguém tire proveito da situação, evitando facilitar o doping", completou.
Diversas agências disseram que respeitarão os atletas que preferirem se auto-isolar, mas países diferentes exigem diferentes tipos de provas.
Foto: Christinne Muschi/Reuters
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