As quatro duplas que representarão o vôlei de praia brasileiro na Olimpíada de Tóquio receberam de forma positiva a notícia do adiamento do grande evento para 2021. Garantidos desde o final de 2019, Ana Patrícia/Rebecca e Ágatha/Duda serão as parcerias no feminino, enquanto Alison/Álvaro Filho e Evandro/Bruno Schimidt estarão na disputa masculina no Japão.
Na última terça-feira, 24, o Comitê Olímpico Internacional (COI) entrou em acordo com o governo do Japão e adiou os Jogos Olímpicos de Tóquio para o próximo ano. O motivo foi a incontrolável pandemia do coronavírus, com números de infectados e mortos em crescimento acelerado.
De acordo com Virgílio Pires, superintendente do vôlei de praia da CBV, os atletas estavam muito angustiados com a indecisão gerada pela situação. Eles não podiam treinar por estarem confinados em casa, sob recomendações das autoridades mundiais de saúde. Seus técnicos, inclusive, já haviam sido consultados e foram unânimes quanto aprovar o adiamento.
Campeão olímpico em solo brasileiro, Alison Cerutti demonstrou preocupação com o futuro do mundo e declarou alívio após a decisão.
“Foi a decisão mais sensata por tudo isso que o mundo vem passando, e nosso país também. Restando quatro meses, o foco era total nas medidas de proteção ao coronavírus. Não estava conseguindo treinar mais, preocupado e com medo de pegar esse vírus. Temos familiares, amigos, pessoas que precisamos tomar conta. Somos seres humanos antes de qualquer coisa. Foi a decisão mais sensata, apoio e sei que vamos estar ainda mais fortes em 2021”, pontou o Mamute.
Medalhista de prata na Olimpíada do Rio-2016, a experiente Ágatha, de 36 anos, disse já estar focando no próximo ano após a correta decisão do COI.
“Com o passar dos dias, essa decisão foi se tornando algo inevitável. Por todos os problemas que o mundo vive, tantas restrições que estão sendo impostas de maneira necessária. Não fui surpreendida, é a coisa certa a se fazer neste momento. A saúde de todas as pessoas está em primeiro lugar. Agora vamos virar a chave e fazer um novo planejamento pensando em 2021”, declarou a atleta.
Foto: Pedro Ramos/Ministério da Cidadania
Evandro, que também participou da última edição dos Jogos, foi mais um a concordar com o veredito do COI, justificando que a falta de torneios gerada pela situação atrapalhou muito a preparação dos atletas ao redor do mundo.
“Acho que foi a decisão correta. Jogamos somente um torneio pelo Circuito Mundial, várias etapas foram canceladas ou adiadas, afetando vários atletas. Claro que ficamos tristes, estávamos nos preparando muito forte, mas também fico feliz, pois talvez alguns países não fossem participar, e vidas poderiam estar em risco. Estamos torcendo para a situação se normalizar, que os países possam todos participar. Agora é seguir treinando em casa e aguardar”, disse o atleta de 29 anos.
Do lado de fora das areias, o técnico da parceria entre Ana Patrícia e Rebecca, Reis Castro comemorou o adiamento e comentou um pouco sobre a situação no Ceará, estado onde a dupla treina.
“Foi a melhor decisão optar pelo adiamento dos Jogos. Cada lugar tem a sua cultura e aqui no Ceará todos estão assustados. Já havíamos cancelado os treinamentos conforme o quadro foi se agravando, e ficamos em casa, em quarentena, como toda a sociedade está fazendo, respeitando esse momento mundial. Se a data fosse mantida, os atletas não iriam chegar com a melhor performance. Agora, após essa fase passar, vamos reprogramar os treinamentos e todos vão chegar a Tóquio com a condição de dar o seu melhor”, enfatizou Reis.
Foto: Divulgação/FIVB
Foto: Divulgação/FIVB
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