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COI aprova e judoca desertado do Irã competirá pela Mongólia na Olimpíada de Tóquio


Campeão mundial de judô pelo Irã, Saeid Mollaei competirá por uma nova bandeira na Olimpíada de Tóquio. O judoca de 28 anos representará a Mongólia, após desertar de seu país no ano passado. Ele já competia pelo país desde novembro, mas o aval do COI para competir nos Jogos Olímpicos só aconteceu nesta semana.

Mollaei teve de fugir do Irã logo após o Mundial de Judô de 2019, por questões de segurança. O atleta defendia seu título e chegou na reta final da categoria até 81kg, mas seus treinadores ordenaram que ele perdesse propositalmente sua luta semifinal para evitar um possível encontro com um atleta israelense na grande decisão.

O iraniano foi forçado a abandonar a luta e acabou sem medalha. Após a competição, se refugiou na Alemanha e foi abraçado pela Federação Internacional de Judô. A Mongólia abriu as portas para ele e o judoca viu no país uma oportunidade de recomeçar.

Atual número 4 do mundo, Saeid já disputou três torneios pelo novo país: o Grand Slam de Osaka e de Dusseldorf, no qual parou nas quartas de final em ambos, e o Masters de Qingdao. Ele já está inscrito para a próxima grande competição da temporada, o Grand Slam de Ecaterimburgo, que começará no dia 13 de março.

Mollaei não precisou passar pelos tradicionais três anos de espera sem competir antes de migrar de nacionalidade, uma vez que a IJF considerou o processo como um "caso a parte". A entidade baniu a Federação Iraniana de Judô de todas as competições internacionais.

Vale lembrar que em maio de 2019 o Irã assinou um acordo com a IJF, no qual prometeu encerrar com o boicote contra atletas israelenses. E, recentemente, COI e NOCIRI (Comitê Olímpico do Irã) se acertaram e o país islâmico prometeu não mais defender atitudes antissemitas de seus atletas.

Irã e Israel não se entendem. Desde 1979, quando aconteceu a Revolução Islâmica no Irã, o país se recusa a reconhecer Israel como um Estado legítimo. O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, já elogiou repetidamente os atletas que se recusaram a enfrentar adversários israelenses.

Foto: Gabriela Sabau/IJF

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