Últimas Notícias

Sem financiamento, corredora britânica promete entrar na justiça contra a British Athletics


A corredora britânica Alexandra Bell acredita estar sendo injustiçada pela British Athletics, por não ter sido selecionada pela federação para o programa de financiamento visando a Olimpíada de Tóquio 2020, e considera tomar ações legais contra a entidade.

Apesar de cumprir um dos requisitos e ter sido semifinalista nos 800m rasos, ficando de fora da final por apenas 0.5s em Doha, Bell não foi inserida na lista que contém 68 financiados. 

O World Class Programme (WCP), que é financiado pela Loteria Nacional do Esporte Britânico em parceria com a British Athletics, disponibiliza verbas para os atletas se prepararem e conseguiram medalhas olímpicas em mundiais. A lista de atletas contemplados para 2020 foi divulgada no início de dezembro e utilizou como critério o desempenho no Campeonato Mundial de Doha 2019.

A atleta de 27 anos utilizou suas redes sociais em 13 de dezembro para expor sua indignação com a situação. Na postagem, ela critica, de forma irônica, a omissão de um dos chefes da British Athletics, Barry Fudge. "Vamos simplificar: enquanto ele estiver nesta organização, nunca vou ter uma chance", diz uma das passagens escritas por Bell. 

Ainda mais recentemente, Alexandra deu uma entrevista à BBC, que foi ao ar na véspera de Natal, em que disse que a British Athletics tratou os atletas como "panos de prato". A atleta prometeu levar o assunto adiante.

Alexandra Bell já teve dois recursos negados pela UK Athletics. Após a segunda recusa, ela decidiu apelar a novas argumentações, alegando que Barry Fudge disse que não via "mentalidade de medalha" na atleta, após ela não ter sido escolhida para participar do Campeonato Europeu de Atletismo em 2018. 

"Este é um dos motivos para eu correr atrás das apelações. Ele sempre vai ter essa opinião sobre mim", disse na entrevista.

Por outro lado, as duas compatriotas, Lynsey Sharp e Shelayna Oskan-Clarke, que estiveram presentes ao lado dela na prova dos 800m no Mundial de Doha, foram selecionadas para receberem o benefício do financiamento, mesmo ambas não chegando a final. Sharp foi 6ª colocada na Rio-2016, enquanto Oskan-Clarke foi medalha de bronze no Mundial Indoor de 2018. 

A atleta afirma que já perdeu 15 mil dólares em dinheiro, o que prejudica sua preparação, mas disse que ainda pretende chegar a Tóquio 2020, já que conseguiu "sobreviver" a dois anos sem o financiamento. 

"Não é sobre dinheiro. Trata-se de querer um julgamento justo e os critérios e políticas sendo novamente descartados", declarou ela.

Em nota à BBC, a federação disse que não comenta casos individuais e que todas as decisões sobre as seleções foram tomadas com muita cautela, sendo cada atleta tratado com muito respeito.

A British Athletics defende que as decisões sobre seleções são tomadas por um painel, e não de forma individual. Assim, o júri alega que a atleta não conseguiu medalhar no Mundial e nem chegou a nenhuma final e, por isso, prevê uma pequena chance disto ocorrer no futuro ou numa Olimpíada, por exemplo. 

"O lobo no topo da colina nunca tem tanta fome quanto o que está subindo. [...] Enquanto isso, eu faço o meu cabelo e dou uma olhada nas minhas unhas", encerrou a publicação da atleta. 

Foto: AP Images

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar