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Coluna Buzzer Beater- Um sentimento agridoce



O Brasil sai da Copa do mundo de basquete na China com muitos vendo o copo meio cheio, outro veem meio vazio, e todos estão certos. Realmente, o Brasil fez uma primeira fase acima da média, enquanto todos achavam que a seleção comandada por Aleksandr Petrovic sofreria para passar de fase, ela atropelou todos os adversários jogando com inteligência ofensiva e defensiva e superando a temida seleção grega comandada pelo MVP da NBA Giannis Antetokoumpo.

Mas veio a segunda a fase e o jogo crucial que selou o destino do Brasil: Um jogo sofrível contra a República Tcheca (Ou Tchéquia, se preferirem) e uma derrota elástica e outra derrota, essa previsível, contra o time (C) dos Estados Unidos.Um caminho aberto para as quartas de final que se fechou por um conta de uma atuação ruim.

E a história da seleção nas últimas grandes competições foi recheada dessas grandes atuações em um jogo e atuações ruins em outro: Mundial de 2014, super jogo contra a Argentina nas oitavas e uma atuação ruim contra a Sérvia nas quartas (o que podemos até relevar já que eles foram vice mundiais); Nos jogos Rio 2016, vitória épica contra a Espanha e derrotas jogando mal contra a Croácia e não sabendo matar o jogo contra a Argentina (o que custou nossa eliminação); Agora, outra vitória épica contra a Grécia, e derrota vexatória para a República Tcheca. Essa geração brasileira mostrou que sempre foi capaz de fazer grandes partidas e atuações medíocres no mesmo torneio e para ser um dos melhores, é preciso regularidade, o que nunca tivemos.

Mas nada é tão ruim assim, afinal a equipe assimilou muito bem o esquema de jogo de Petrovic. A defesa está mais aguerrida, as transições melhoraram e a bola é muito mais trabalhada no ataque, enfim, adeus 'crazy shooters' e 'isolations' toda hora. Fizemos boas partidas no mundial - com exceção do jogo dos tchecos - e no pré-olímpico mundial, a expectativa é manter o nível.

Outra coisa que preocupa é a 'veterano-dependência' que nós temos. No mundial, os líderes do Brasil nos fundamentos foram Leandrinho (pontos), Anderson Varejão (rebotes), Marcelinho Huertas (assistências), Alex Garcia (roubos). A Exceção foi Bruno Caboclo, que foi líder em minutos por partida. O desafio de Petrovic é fazer que os mais jovens sejam participativos no jogo, nomes como Didi, Yago, Rafael Luz, Cristiano Felício (esse principalmente) tem que estar preparados para assumir o protagonismo da seleção, afinal Varejão, Alex, Marquinhos, Leandrinho e Huertas não vão durar para sempre. A Argentina, classificada para Tóquio (o sorteio ajudou, convenhamos) é um bom exemplo para se mirar, pois mesmo com sua geração dourada chegando ao fim - Scola é o último dos moicanos - conseguiu fazer uma boa geração para substitui-los, com Campazzo, Laprovittola, Gabriel Deck e entre outros.

O pré olímpico mundial será uma verdadeira batalha. Teremos muitas seleções europeias, muitas seleções americanas, e apenas 4 vagas para 24 seleções. Temos que admitir que será muito difícil pegar essa vaga olímpica, por o Brasil terá que fazer 5 jogos perfeitos, independente do adversário. Se o Brasil conseguir ser uma das sedes ajuda, mas como disse, a missão é árdua. A expectativa é que Petrovic faça um trabalho de longo prazo, fique para o ciclo de Paris e refaça essa seleção sem essa galera que vestiu e defendeu tanto tempo a seleção e que ao menos devolveu um pouco da dignidade do Brasil com a volta aos jogos olímpicos em 2012, maior feito deles.


foto: FIBA/Divulgação

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