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Brasil termina em segundo lugar no quadro de medalhas no atletismo dos Jogos Pan-Americanos


O Brasil terminou o torneio de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Lima, neste domingo (11/8), com 16 medalhas (seis de ouro, seis de prata e quatro de bronze), superando a campanha obtida no Pan de Toronto 2015, quando a equipe conquistou 13 medalhas (duas de ouro, cinco de prata e seis de bronze).

No quadro geral de medalhas do atletismo, o Brasil ficou em segundo lugar. O primeiro foi para os Estados Unidos, com 33 (7, 14 e 12). A Jamaica ficou em terceiro, com 17 (6, 5 e 6), seguido do Canadá, em quarto, com 15 (5, 6, 4), e de Cuba, com 9 (5, 2, 2).

O Brasil apresentou uma equipe renovada, muitos em seu primeiro Pan, e atletas conseguiram se destacar, caso da velocista carioca Vitória Rosa (Pinheiros), ganhadora de três medalhas: ouro no 4x100 m, prata nos 200 m e bronze nos 100 m. Altobeli dos Santos (Pinheiros) conseguiu ouro nos 3.000 m com obstáculos e prata nos 5.000 m, enquanto Paulo André deixa a competição com duas medalhas: ouro no 4x100 m e prata nos 100 m.

"Foi uma campanha excelente, a nossa quarta melhor participação desde o Pan de 1951. Nosso prognóstico era de cinco medalhas de ouro, vieram seis e poderíamos ter ganho mais algumas, mas é do jogo", afirma João Paulo Alves da Cunha, treinador-chefe do Brasil. "Além das 16 medalhas tivemos vários quarto lugares, alguns atletas fizeram a melhor marca da temporada. E as marcas dos atletas que ganharam ouro foram excelentes, como a do Darlan Romani, novo recorde pan-americano."

João Paulo ainda destacou o fato de o Brasil ter mantido a tradição em provas de fundo, com os ouros nos 10 mil e nos 3.000 m com obstáculos e a prata nos 5.000 m e as medalhas na marcha atlética 20 km. "Ganhamos provas em que não tínhamos medalha como o próprio arremesso do peso. Hoje, não dependemos mais de uma área. Todas as áreas estão contempladas", analisou João Paulo Alves da Cunha.

"Nossos treinadores entendem que este ano é nosso melhor ano, somando a participação de nossos atletas em todas as competições internacionais de todas as categorias. Estamos vivendo uma excelente temporada", acrescentou.

Darlan Romani é o principal exemplo dessa diversidade do Brasil no pódio dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Darlan ganhou a primeira medalha de ouro do Brasil no arremesso do peso e também o primeiro título do atletismo nos Jogos de Lima. E com recorde pan-americano: 22,07 m. Darlan é o recordista sul-americano do arremesso do peso, com a segunda melhor marca do mundo no ano (22,61 m), feita no Prefontaine Classic da Diamond League, em Palo Alto, Califórnia (EUA), em 30 de junho.

O 50º título da delegação do Brasil no Pan coube ao atletismo, a Altobeli Santos nos 3.000 m com obstáculos. "Parecia até que era peruano, a torcida gritando, apoiando na última volta. Pensei: agora é a minha hora. Vi os americanos ficando. E, como brasileiro, botei na cabeça que não ia perder essa medalha, estava confiante. O ouro estava engasgado e, finalmente, veio", disse Altobeli. "É uma emoção única, diferente, contagiante. O ouro tem um sabor diferente", acrescentou, referindo-se também a medalha de prata que havia conquistado um dia antes, nos 5.000 m.

O Brasil também foi efetivo nas provas de velocidade. O velocista Paulo André Camilo de Oliveira destacou-se ao conquistar duas medalhas, prata nos 100 m e ouro com o revezamento 4x100 m, com a mesma equipe que foi campeã no Mundial de Revezamentos de Yokohama, no Japão, em maio. A formação do 4x100 m teve Rodrigo do Nascimento, Jorge Vides, Derick Silva e Paulo André.

Entre as mulheres o destaque foi a velocista Vitória Rosa, que ganhou medalha de bronze nos 100 m, prata nos 200 m - com 22.72, na semifinal, e 22.62, na final, dois recorde pessoais e marca minima exigida pela IAAF para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Vitória Rosa ainda ficou com o ouro no revezamento 4x100 m, no time que tinha Andressa Fidélis, Lorraine Martins e Rosângela Santos. Vitória fechou sua participação no Pan com 3 medalhas. "Estou muito feliz e acho que ainda posso melhorar as minhas marcas nas duas provas individuais", disse.

Com medalha de ouro Alison Brendon dos Santos, de 19 anos, completou os 400 m com barreiras em 48.45, quebrando pela quinta vez nesta temporada o recorde sul-americano sub-20 e reafirmando índice para o Mundial de Doha e a marca mínima exigida pela IAAF para a Olimpíada de Tóquio 2020. É um atleta muito jovem, ainda na categoria sub-20, mas que já vem mostrando resultados entre os adultos.

No último dia de competições, o atletismo reservou as provas de 50 km em marcha atlética no masculino e no feminino, disputadas no Parque Kennedy. Caio Bonfim ficou em quarto lugar, com 3:57:54, na prova masculina. O pódio foi formado pelo equatoriano Claudio Paulino Villanueva, medalha de ouro, com 3:50:01, seguido do mexicano Horacio Nava, com 3:51:45, e do colombiano Diego Juan Pinzon, com 3:53:49.

"Termino em quarto muito feliz, como atleta de alto rendimento sei o que é enfrentar subidas e descidas. Briguei pela medalha, mas terminei em quarto. A prova dos 50 km é a mais longa do atletismo. Treinei muito para os 20 km, onde conquistei a prata. Sou treinado pelos meus pais e aprendi logo cedo que nas Américas não existe time B na marcha. Este é meu primeiro Dia dos Pais, mas dedico a competição ao meu pai. Ele não esteve comigo no bronze no Mundial de Londres 2017, porque estava fazendo rádio por causa de câncer na próstata", lembrou. "Ele me disse que os 50 km era um treino e que poderia parar, mas segui o lema do CASO (DF) marchar, marchar, marchar até morrer, atletas do CASO não podem parar, lembrou Caio, pai de Miguel, de menos de 2 meses (Caio está fora de casa há mais de 1 mês e meio).

No feminino, Viviane Santana Lyra (FECAM-PR) também terminou na quarta colocação, com 4:22:46, novo recorde brasileiro. O anterior era dela mesmo, com 4:34:55, desde 20 de abril, no México. Elianay Santana Silva (CASO-DF), quinta colocada, também conseguiu o recorde pessoal, com 4:29:33.

Tanto Viviane quanto Elianay conseguiram índices para o Campeonato Mundial de Doha, no Catar (4:30:00), de 27 de setembro a 6 de outubro.

O pódio foi formado pela equatoriana Johana Ordoñez, com 4:11:12, pela guatemalteca Mirna Sucely Ortiz, com 4:15:21, e pela equatoriana Paolo Bibiana Perez, com 4:16:54.

"Muito feliz com o resultado. Bati o recorde brasileiro em 12 minutos e tudo foi excelente em Lima, principalmente a temperatura que ajudou. Agora é treinar mais duro ainda para o Mundial. Vou decidir se faço os 20 ou os 50 km", completou a carioca, que fez sua preparação final na altitude de Paipa, na Colômbia.

Foto: Wagner Carmo/CBAT

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