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Esportistas de renome mundial criticam a participação de mulheres trans em torneios femininos


Atletas olímpicas de renome mundial fizeram coro para criticar a inclusão de mulheres transexuais no esporte feminino, na última semana, alegando que mulheres-trans mantêm vantagens físicas injustas.

O debate sobre quem deve competir no esporte feminino tem sido cada vez mais presente e, mundo afora, eclodiu quando Rachel McKinnon se tornou a primeira mulher trans a conquistar um título mundial de ciclismo, em outubro passado, e foi reacendida quando Martina Navratilova criticou a inclusão de mulheres trans no mês passado.

Martina Navratilova, para quem não se recorda, é uma das melhores tenistas da história do esporte, tendo vencido 18 Grand Slams de simples, 31 Grand Slams de duplas (recorde de todos os tempos) e, ainda, 10 Grand Slams de duplas mistas.

A tenista defendeu que permitir que mulheres transgênero participem de competições femininas é "Insano e trapaceiro. Fico feliz em abordar uma mulher transgênero em qualquer forma que ela preferir, mas eu não ficaria feliz em competir contra ela. Não seria justo". Em dezembro do ano passado ela ainda twittou: “Você não pode simplesmente se proclamar uma mulher e ser capaz de competir contra as mulheres. Deve haver alguns padrões, e ter um pênis e competir como mulher não se encaixaria nesse padrão. ”

Sharron Davies, britânica medalhista de prata nas Olimpíadas de 1980, em Moscou, deu uma declaração concordando com Navratilova: "Acredito que é injusto ao extremo esperar que as mulheres simplesmente mudem e dêem lugar a atletas em transição de homens para mulheres", disse no Twitter.

Outra atleta de destaque mundial, Paula Radcliffe, britânica campeã mundial na maratona (Helsinque/2005) e detentora do recorde mundial, opinou sobre o caso: "Eu não acho que você possa negar que os garotos que passaram pela puberdade têm certas vantagens que as mulheres nunca conseguirão".


O tema é bastante controverso e foi pauta da Coluna Surto Opina

Desde 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu que competidores mulheres trans competissem se seus níveis de testosterona permanecessem abaixo de um certo nível durante um ano. O hormônio é responsável por aumentar a massa muscular, a força e a capacidade do sangue de transportar oxigênio.

Quando as mulheres trans tomam hormônios sexuais, sua gordura corporal aumenta e a massa muscular diminui, enquanto a produção de testosterona diminui.

Mas alguns ativistas e atletas argumentaram que eles mantêm vantagens em força, altura, estrutura óssea e glóbulos vermelhos - esta última a principal fonte de discordância.

McKinnon, a ciclista, disse que tais alegações "não são baseadas em fatos. Nenhuma pessoa trans jamais se qualificou para uma Olimpíada, muito menos ganhou uma medalha".

Em 2004, o COI permitiu atletas trans nas Olimpíadas se eles tivessem realizado cirurgia de redesignação de gênero, e atletas trans (feminino ou masculino) podem agora participar sem restrições.

Mas há pouca pesquisa científica sobre o desempenho de pessoas trans no esporte.

Um estudo de 2015 com oito corredoras, mulheres trans antes e depois do tratamento de hormônios, foi realizado pelo físico, médico e mulher trans, Joanna Harper, tendo este concluído que os tempos de corrida diminuíram tanto que eles não retiveram nenhuma vantagem sobre mulheres não-trans.

Navratilova, que faz campanha pelos direitos dos homossexuais e sofreu preconceito ao se assumir gay, na década de 1980, disse no domingo que sentia muito por usar a palavra "trapacear" para descrever mulheres esportivas trans: "Tudo o que estou tentando fazer é garantir que meninas e mulheres que nasceram do sexo feminino estejam competindo o máximo possível dentro do esporte", escreveu Navratilova em seu site.


Fotos: Divulgação/Getty Images

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