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Bronze herdado de Pequim pelo revezamento 4x100m do Brasil será entregue no museu olímpico do COI

A medalha de bronze herdada pelo revezamento 4x100 do Brasil na Olimpíada de Pequim não será mais entregue na Olimpíada de Tóquio 2020. Em carta enviada ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) nesta quinta-feira (31), o COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que os atletas que estiveram na equipe receberão as medalhas e diplomas em uma cerimônia no Museu Olímpico, em Lausanne, na Suíça, em data ainda não divulgada. Segundo a assessoria da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), a mudança atende aos anseios dos velocistas que preferem receber o quanto antes as medalhas dos Jogos de 2008, dando a entender que a cerimônia ocorrerá este ano.

Em setembro do ano passado, Sandro Viana, um dos integrantes do revezamento brasileiro, afirmou ao site GloboEsporte.com que a equipe havia se mostrado favorável à sugestão do COI de realizar a entrega durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas, entre receber as medalhas só em 2020 no Japão e receber este ano na Suíça, eles optaram pela segunda oferta, embora saibam que vão abrir mão da oportunidade de dar a volta olímpica no estádio.

"Fizemos essa escolha no ano passado, aconselhados por outros grandes medalhistas olímpicos, mas a verdade é que nós, ao longo desses 10 anos, passamos por muitas dificuldades, não foi fácil. Minha escolha era receber em Tóquio, porém os outros atletas da equipe não têm condições de esperar até 2020. As premiações, convites para eventos e o reconhecimento a que temos direito dependem da entrega das medalhas. Os atletas estão sofrendo muito, então escolhi apoiar a decisão deles para recebermos o mais rápido possível. Tentamos receber no Prêmio Brasil Olímpico de 2018 e não deu certo. Agora, vamos ver em Lausanne. Nós sempre trabalhamos em equipe, assim conquistamos a medalha, sofremos juntos, vencemos juntos." explicou Sandro Viana, revelando ainda que entrou em contato com as equipes de Trinidad e Tobago e do Japão.

Segundo o brasileiro, ainda não foi esclarecido pelo COB, nem pelo COI, se há uma obrigação de que todos os integrantes do revezamento estejam juntos para a entrega das medalhas ou se é permitido cada um receber onde e quando preferir, dentre as seis opções sugeridas pela entidade internacional.

"Em dezembro, o pessoal de Trinidad e Tobago me ligou pessoalmente. Disseram que escolheram receber o ouro em Tóquio 2020. Eu expliquei pra eles a situação do Brasil. Argumentei que eles passaram os últimos 10 anos como medalhistas olímpicos. Nós passamos esses 10 anos como ninguém, quarto lugar no Brasil é o mesmo que nada. Eles tiveram a estrutura da medalha de prata, que garantiu a vida deles até hoje. Nós não tivemos nada. Eles falaram que o pódio não seria o mesmo sem a gente, somos amigos. Eles informaram que, pela nova regra do COI, criada em 2018, cada atleta pode receber onde escolher dentro das opções que o COI determina. Logo, três deles, dos cinco que ganharam, escolheram receber em Tóquio. Os outros não. Também consegui falar com a equipe japonesa. Eles afirmaram que vão receber em Yokohama, no Mundial de Revezamento, em maio deste ano, também porque eles têm pressa, querem colocar outros projetos em prática. Então, essa escolha está sendo bem paralela. Se for obrigatório receber junto, eu vou pra Lausanne, se puder ser separado, eu prefiro em Tóquio." concluiu.

O bronze do quarteto brasileiro formado por Vicente Lenilson, Sandro Viana, Bruno Barros e José Carlos Moreira, o Codó, foi confirmado após o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) divulgar que recusou o recurso do velocista jamaicano Nesta Carter, pego no exame antidoping nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Com isso, a Jamaica teve que devolver a medalha de ouro e a equipe de Trinidad & Tobago, que havia sido a segunda colocada com 38.06, herdou o primeiro lugar. O Japão passou de terceiro para segundo, com 38.15. E o quarteto do Brasil, que fez 38.24, melhor resultado naquela temporada, ganhou direito às medalhas de bronze. Rafael da Silva Ribeiro e Nilson André também fizeram parte da equipe, como reservas.

E com o bronze do 4x100 m masculino em Pequim o Brasil soma agora 17 medalhas olímpicas: 5 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze.


foto: Jonne Roriz/Agência Estado

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