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Coluna Buzzer Beater - Pra sempre Ginóbili

Por Marcos Antônio

A partida cinco dos playoffs da NBA entre Golden State Warriors e San Antonio, pode ter sido a última da carreira desse gênio do basquete chamado Manu Ginóbili, . Gênio este que arrisco a dizer - sob risco de levar dezenas de pedradas ufanistas - que ele é sem sobra de dúvidas o melhor jogador sul-americano de basquete da história. Ele é especial, e quem vê e aprecia o basquete acaba esquecendo da rivalidade boba entre Brasil e Argentina e bate palmas para esse jogador raro, que desconhece a palavra pressão e é a personificação do significado da expressão 'clutch player'.


Greg Poppovich, técnico do San Antonio Spurs e um dos melhores técnicos da história na minha humilde opinião, deu uma das declarações mais bonitas que vi um técnico falar de seu comandado e que mostra o quão Manu é importante para a equipe: "Manu estará no Hall da Fama assim que for elegível, sem discussão. Mas, para ser sincero, quero que ele nunca se aposente pois pretendo tirar-lhe até a última gota de basquete que puder". 

Ginóbili é um dos raros jogadores de basquete que brilharam tanto na NBA quanto na Europa e na seleção. Ele tem um título olímpico (Atenas 2004), da NBA (2003-2005-2007-2014) e Euroliga (2001). Somente Bill Bradley tem os mesmos títulos no basquete. De cestinha explosivo do trio infernal com Tony Parker e Tim Duncan, aprendeu a se manter em alto nível tendo o tempo como inimigo, machucando os adversários com cestas de três precisas vindo do banco ou lances históricos nos segundos finais de partidas importantes. Aos 40 anos,  com minutos contados, ainda consegue ser decisivo. vide o jogo do último domingo em que ele chamou a responsabilidade para si para garantir a única vitória dos Spurs da série. Quando sua carreira der por encerrada, a #20 dos Spurs será erguida no alto de AT&T Arena instantaneamente. Um cara que faz isso contra o Houston Rockets, decidindo um dos jogos mais tensos dos últimos anos aos 39 anos não me deixa mentir. Um dos tocos mais decisivos que vi na vida:



Na Seleção argentina nem se fala. 'El Narigón' - Apelido carinhoso dado pelos argentinos - Manu foi o líder da geração dourada do basquete argentino. Comandou o time no vice-campeonato mundial em Indianapolis 2002, mas seu auge foi em Atenas, quando ele jogou demais. No primeiro jogo dos argentinos, contra a Sérvia e Montenegro - herdeira da seleção iugoslava campeã mundial em 2002 - ele fez uma das cestas mais incríveis da história do basquete olímpico no último segundo. Não tenho palavras para descrever, só veja:


Sem contar a atuação mágica nas semifinais contra os Estados Unidos, onde ele fez 29 pontos, comandando a presença argentina na inédita final. A Argentina ainda conquistou o bronze em Pequim 2008 e sempre foi uma pedra no sapato contra o Brasil, que só perdeu uma vez para nossa seleção em competições oficiais- queria até sentir raiva dele por causa disso, mas não consigo... A Federação argentina de basquete já anunciou que a #5 usada por Manu será aposentada e ninguém mais a usa desde sua despedida nos Jogos Rio 2016.


Quem pode ver toda a carreira desse argentino é um privilégio. um cara que sempre foi decisivo nas equipes que defendeu e na sua seleção, um cara que sempre deu tudo de si em quadra. Fará muita falta no basquete se realmente se sair das quadras nessa temporada. Mas seria pedir muito que ele jogue pelo menos mais uma temporada em algum clube argentino? Sim, eu sei, vai ser um tormento para os clubes brasileiros nas competições continentais, mas compartilho da mesma opinião de Pop, que ele ainda tem muito basquete para dar e ninguém ainda tirou as últimas gostas de basquete que existem dentro dele. Jogue pra sempre, Ginóbili!

PS: Wade é outro craque que deve parar e podemos ter outro texto exaltando seus feitos como esse em breve...

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